Summary
O Agosto Dourado está começando e como a cada primeira semana deste mês, a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM), também. O tema escolhido pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA, em inglês) para a SMAM 2023 é: "Apoie a amamentação – Faça a diferença para mães e pais que trabalham".
O objetivo é chamar a atenção para a importância das licenças parentais remuneradas, além de incentivar mais políticas públicas e ações práticas para a melhoria do apoio à amamentação nos locais de trabalho.
Gabrielle Gimenez*
O Agosto Dourado está começando e como a cada primeira semana deste mês, a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM), também.
O tema escolhido pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA, em inglês) para a SMAM 2023 é:
Apoie a amamentação – Faça a diferença para mães e pais que trabalham.
O objetivo é chamar a atenção para a importância das licenças parentais remuneradas, além de incentivar mais políticas públicas e ações práticas para a melhoria do apoio à amamentação nos locais de trabalho.
Sabemos que, na maioria dos casos, a licença maternidade é insuficiente e que muitas empresas não adotam uma postura facilitadora da amamentação. Também sabemos dos inúmeros obstáculos para quem trabalha no setor informal. Desde logo, é necessária uma conscientização coletiva (governos, legisladores, empresários, sindicatos, profissionais da saúde e sociedade em geral) e mudanças estruturais que permitam que a amamentação seja uma realidade também para as mães trabalhadoras.
Enquanto esperamos por dias melhores, deixo algumas dicas práticas para quem precisa conciliar a amamentação com a volta ao trabalho agora:
Planeje com antecedência o retorno ao trabalho após os 4-6 meses do bebê
O aleitamento materno exclusivo está recomendado pelos principais órgãos de saúde pelos primeiros 6 meses de vida do bebê. E existem razões de sobra, com amplo embasamento científico, para essa recomendação. No caso de não possuir licença maternidade por 6 meses, vale a pena tentar estendê-la pelo maior tempo possível. Algumas opções são conciliar a licença com as férias ou outras licenças não remuneradas, negociar horários flexíveis de trabalho (utilizando os dois períodos de 30 minutos previstos em lei) ou formato híbrido com trabalho remoto, adiar alguns planos ou optar por uma jornada de trabalho reduzida. Manter o aleitamento materno exclusivo pode exigir muito esforço e certo grau de renúncia, mas a sua contribuição para a saúde do bebê é de um valor incalculável.
Informe-se sobre maneiras efetivas e seguras de extrair, armazenar e manipular o seu próprio leite para ser oferecido ao bebê na sua ausência
Conhecer o seu corpo e como funciona a fisiologia da produção de leite, estabelecer uma rotina prévia de extração, adquirindo prática e eficiência, além de contar com os elementos necessários para o correto armazenamento e transporte, otimizam a montagem de um bom estoque rotativo de leite materno na volta ao trabalho.
Opte por utensílios compatíveis com a amamentação para a oferta de leite e outros líquidos
Copos abertos, alguns copos de treinamento sem válvulas ou sistemas antivazamento, e colheres dosadoras são uma ótima alternativa à mamadeira, pelo menor risco de desmame precoce por confusão de bicos. Mesmo nos casos em que a mãe não consiga extrair para oferecer o seu próprio leite, a fórmula poderá ser oferecida nesses utensílios e a amamentação continuar no tempo em que mãe e bebê estiverem juntos.
Não se preocupe com desacostumar o seu bebê do peito ou limitar o tempo no colo antes da volta ao trabalho
A extrema dependência dos filhotes humanos não é um mau costume, é um imperativo biológico da nossa espécie. O bebê precisa mais que tudo de contato físico e respostas consistentes, que lhe permitam sentir-se seguro e amado. A segurança e a confiança na sua mãe é que vão ajudá-lo a construir relacionamentos saudáveis com seus demais cuidadores. Então cuide, abrace, embale e mime o seu bebê tanto quanto possível enquanto estiverem juntos.
Priorize a disponibilidade emocional como característica número 1 do cuidador
A empatia em relação ao bebê e suas necessidades é um requisito que deve pesar na hora da escolha do novo cuidador – creche, babá, pai ou outro familiar próximo. Bebês precisam mais do que vigilância, comida e fraldas limpas; precisam de muito carinho e afeto. Também é importante planejar um período prévio de adaptação com participação da mãe, seja para que o bebê se acostume ao ambiente e cuidadores de uma instituição, seja para que se adapte a receber cuidados de terceiros ou pessoas fora do seu convívio habitual na sua própria casa.
A volta ao trabalho não deveria ser sinônimo de desmame. Esperamos que, num futuro não muito distante, as leis trabalhistas concedam tempo suficiente para que mães e pais possam cuidar dos seus bebês durante o período mais crítico do seu desenvolvimento, o que certamente contribuirá para que tenhamos crianças mais saudáveis, vínculos de apego mais fortes e índices de amamentação exclusiva mais próximos do ideal.
*Gabrielle @gabicbs é puericultora, mãe de três, editora especial do portal aleitamento.com e autora do livro “Leite Fraco? – Guia prático para uma amamentação sem mitos”.
Durante a Semana Mundial de Aleitamento Materno 2023 (01 a 07 de Agosto) adquira o livro “Leite Fraco?” com preço promocional no site da Editora Matrescência (clique nesse link da Editora), utilizando o cupom de desconto SEMANAALEITAMENTO.