
Summary
As Fórmulas Comerciais Infantis são promovidas como alternativas ao leite materno, mas possuem composição ultraprocessada, com excesso de calorias, proteínas, açúcares, gorduras saturadas, aditivos e sódio. Podem prejudicar a saúde infantil e estimular preferências alimentares inadequadas. Além disso, sua produção gera alto impacto ambiental: até 25 kg de CO₂ equivalente por quilo, 699 litros de água e grande volume de resíduos. Também contribui para desmatamento e perda de biodiversidade. A amamentação, ao contrário, é mais saudável e sustentável, com menor pegada de carbono e hídrica. Incentivar o aleitamento é benéfico para a saúde materno-infantil e para o planeta.
Uma análise das Fórmulas Comerciais Infantis – FCI e a poluição causada por sua fabricação e uso indiscriminado promovido pelas indústrias.

Quais são os ingredientes de uma fórmula?
Os leites de vaca em pó adaptados para uso na infância costumam ser publicizadas como uma alternativa ao leite materno quando este não é possível, destacando características semelhantes ao leite humano. No entanto, seus componentes são significativamente diferentes.
Vejamos alguns desses componentes desses leites que são alimentos ultraprocessados:
🔴 Excesso de calorias
As FCI fornecem mais energia do que o necessário, o que pode levar o lactente a ganhar mais peso do que o recomendado para sua idade.
🔵 Altos níveis de açúcar adicionado
Esses produtos costumam conter grandes quantidades de carboidratos na sua composição, com nomes como: glicose, sacarose, sólidos de milho, xarope de milho, oligo frutose ou maltodextrina.
A exposição precoce a doces pode gerar preferência por esses sabores no futuro.
🔴 Gorduras saturadas
A maioria dos lipídeos nas fórmulas são saturadas, principalmente óleo de palma. Além disso, as gorduras polinsaturadas geralmente estão abaixo dos níveis recomendados.
🔴 Proteína em excesso
As fórmulas contêm mais proteína do que o necessário, o que tem sido associado ao aumento de peso e gordura corporal.
🔴 Aditivos
Contêm aditivos como lecitina de soja, palmitato de ascorbila (derivado sintético da vitamina C – ácido ascórbico), tocoferóis, ácido cítrico, hidróxido de sódio ou potássio, usados para manter a estabilidade da fórmula ou prevenir a oxidação.
🔵 Altos níveis de sódio
Esses níveis de sal não são recomendados para os lactentes.
Lembre-se: O leite materno oferece ao seu bebê tudo o que ele precisa em cada etapa da sua vida
A poluição causada pela alimentação com fórmulas
A produção de alimentos, especialmente os produtos lácteos como as FCI, contribui significativamente para a desmatamento, perda de biodiversidade e poluição da água. Essas fórmulas têm um impacto ambiental considerável.
Vamos ver alguns dados sobre a produção do leite de vaca:
Emissões de CO₂…
A produção de 1 kg de FCI gera entre 7,1 e 11 kg de CO₂ equivalente (kgCO₂e)*, sem contar as emissões do transporte e da fabricação de mamadeiras. Estas últimas podem adicionar entre 11 e 14 kgCO₂e adicionais.
*kgCO₂e significa quilogramas de dióxido de carbono equivalente. É uma unidade usada para medir o impacto de diferentes gases de efeito estufa (GEE) em termos do seu potencial de aquecimento global (GWP – Global Warming Potential), comparado ao do dióxido de carbono (CO₂).
Comparação com a amamentação
A amamentação, por sua vez, gera apenas entre 5,9 e 7,8 kgCO₂e, aproximadamente metade das emissões em comparação com as FCI.
Estas emissões vêm do gasto energético do corpo da mãe para produzir o leite, bem como da pegada de carbono dos alimentos que ela consome, que é muito pequena em comparação com a alimentação com leites de vaca.
Consumo de água…
São necessários 699 litros de água para produzir e preparar 1 kg de FCI, incluindo a água usada para a reconstituição da fórmula e limpeza das mamadeiras.
Contaminação do ar
A distribuição de FCI depende de combustíveis fósseis, o que gera emissões contaminantes como o dióxido de nitrogênio, que afeta a saúde respiratória e cardiovascular.
Resíduos de embalagens
A produção de 550 milhões de latas de fórmula gera 86.000 toneladas de metal e 364.000 toneladas de papel.
Além disso, a produção de FCI contribui para a perda de biodiversidade, degradação do solo e resistência antimicrobiana, embora ainda haja muito a ser pesquisado sobre esses aspectos.
A amamentação não só é benéfica para a saúde do bebê e da mãe, como também tem um impacto ambiental muito menor.
Ao preferir a amamentação, a mulher lactante está contribuindo para reduzir as emissões de carbono, o consumo de água e os resíduos que as fórmulas geram. Além disso, é uma opção sustentável e responsável para o planeta.
Fonte: INCAP – Instituto de Nutrición de Centro América y Panamá & Sistema de la Integración Centroamericana (SICA)
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