Unicef lança bela campanha:
“QUEM ESPERA, ESPERA!”
POR QUE ESPERAR?
A maneira mais precisa de se saber se um bebê está pronto para nascer é esperar que ela mesma dê o alerta. Quando o recém-nascido está pronto, o trabalho de parto se inicia espontaneamente e pode resultar em um parto normal – quando tudo corre bem – ou em uma cesariana, caso seja necessária uma intervenção cirúrgica.
O trabalho de parto é benéfico para a mulher e o bebê. Nesse momento, por exemplo, são liberadas substâncias que ajudam no amadurecimento final do organismo da criança, como o hormônio corticoide, que age no pulmão. Para a mulher, o trabalho de parto ajuda também a liberar hormônios importantes, que vão prepará-la para a amamentação.
Bebês nascidos antes do trabalho de parto espontâneo estão mais sujeitos a problemas de saúde
Estudos mostram que cada semana a mais de gestação aumenta as chances de o bebê nascer saudável, mesmo quando não há mais risco de prematuridade. As últimas semanas de gestação permitem maior ganho de peso, maturidade cerebral e pulmonar. Esperar o trabalho de parto espontâneo é a melhor maneira de garantir que a criança está pronta para nascer.
O Brasil é 2º país no mundo em percentual de cesarianas. Parte delas acontece de forma eletiva, sem fatores de risco que justifiquem a cirurgia e sem esperar o trabalho de parto espontâneo
Em uma situação de alto risco, a cesariana pode salvar a vida da mulher, do bebê ou de ambos. No entanto, utilizar a cesariana de forma eletiva – como regra, não exceção – é inaceitável do ponto de vista das evidências científicas.
O parto normal tem início de forma espontânea e o nascimento ocorre por via vaginal. É um processo que respeita o momento certo de nascimento e acontece da forma mais natural possível.
Quando optar pelo parto normal
• O parto normal deve ser sempre a primeira opção por trazer benefícios para a mulher e o bebê.
Vantagens para a mulher
• Favorece uma recuperação mais rápida e sem dores após o parto.
• Permite a interação plena com o bebê, desde o primeiro minuto do seu nascimento, favorecendo a criação do vínculo.
• Reduz a probabilidade de repasse de drogas para o bebê, pois, geralmente, a mulher não recebe medicamentos no parto normal.
• A mulher não precisa ser submetida a procedimentos desnecessários e não terá cicatrizes.
Vantagens para o bebê
Ao passar pelo canal vaginal:
• O tórax é comprimido, favorecendo a expulsão do líquido amniótico dos pulmões.
• Acelera a maturidade pulmonar e previne problemas respiratórios.
• Melhora o sistema neurológico.
• Fortalece o sistema imunológico.
• O bebê nasce mais ativo e tem mais chances de se alimentar exclusivamente do leite materno sob livre demanda.
Além disso, ao passar pelo canal vaginal, a flora bacteriana da mãe passa para o bebê, ajudando-o a formar sua própria flora intestinal (microbiota). Essa microbiota da criança, formada a partir da passagem no canal de parto, previne, no futuro:
• em 20% o aparecimento de diabetes tipo I (melhoria do sistema metabólico);
• em 16% o aparecimento de asma;
• o aparecimento de alergias e doenças autoimunes (melhoria do sistema imunológico).
Para que o parto e o nascimento sejam humanizados, é importante levar em conta os procedimentos abaixo:
• Garantir que o (a) acompanhante escolhido(a) pela mulher esteja presente em todas as etapas do parto e pós-parto.
• Permitir que a mulher seja acompanhada por uma doula.
• Propiciar um ambiente tranquilo à mulher na hora do parto, respeitando sua privacidade.
• Manter uma comunicação frequente entre a equipe de saúde e a mulher.
Em um parto e um nascimento humanizados, deve-se evitar:
• Provocar ou acelerar o parto sem necessidade.
• Romper a bolsa amniótica artificialmente.
• Forçar desnecessariamente a saída do bebê.
• Fazer episiotomia (corte no períneo).
• Cortar imediatamente o cordão.
• Deixar de monitorar os batimentos cardíacos do bebê durante o trabalho de parto e no período expulsivo.
• Fazer cesariana marcada e desnecessária.
Seja normal ou cesariano, o parto humanizado deve respeitar as expectativas da mulher e levar em conta as condições de saúde dela e do bebê
O conhecimento dos seus direitos e a realização de um pré-natal de qualidade são fundamentais para favorecer a humanização da atenção ao parto e do nascimento. Muitos conceitos têm sido adotados para a definição de humanização do parto e nascimento. Todos têm em comum o respeito à mulher como protagonista do processo e o foco na saúde do bebê.
Apresentamos apenas uma amostra do que está no site criado pelo UNICEF
http://www.quemesperaespera.org.br/
Todo o nosso apoio!
Oportuna, bonita, embasada campanha.
Prof. Marcus Renato de Carvalho