Leite materno: fonte de saúde
Na tranqüilidade do parque, a família passeia. Fátima e Alex estão felizes e orgulhosos. Beatriz é a primeira filha, o xodó dos pais. Apressada, ela nasceu um mês antes do previsto. Foi um susto, Mas ganhou peso logo e agora, com seis meses, é um bebe sadio e ativo. Até hoje, Beatriz só se alimentou com o leite da mãe. E mama pra valer. Agora, chegou a hora de experimentar outros sabores.
Fátima vai com a filha ao Instituto Fernandes Figueira (IFF), no Rio de Janeiro. Mãe de primeira viagem, ela tem dúvidas sobre como iniciar essa nova etapa da alimentação. Beatriz primeiro é examinada pela pediatra Marlene Roque e aprovada com louvor. Está esbanjando saúde. E tudo graças ao leite da mãe.
No banco de leite do hospital, descobrimos o que esse alimento tem de tão especial. A engenheira de alimentos Danielle Silva explica que cada mãe produz um leite destinado ao seu bebê. Por isso, ele não corre o risco de ser rejeitado nem provoca problemas de digestão.
“Tem vitaminas, sais minerais, proteínas específicas para o crescimento da criança e fatores de proteção, uma coisa que não se encontra nos outros tipos de leite. Esses fatores de proteção funcionam como uma vacina nos primeiros dias de vida para a criança. São imunoglobulinas – compostos que vão ajudá-la a crescer muito mais saudável”, esclarece Danielle.
Beatriz vai continuar mamando no peito, mas vai receber também uma alimentação complementar, que ajudará a desenvolver os dentinhos e os músculos da face. E na estréia desse novo cardápio estão as papinhas de frutas.
“Todas as frutas são ótimas para a criança, não tem nenhuma que faça mal”, diz a pediatra.
Se possível, a amamentação deve ser feita até o bebê completar dois anos de idade. Mas atenção: nada de forçar nem o leite nem a papinha. A criança tem as suas preferências e os seus limites. Sabe o que quer e quanto quer. A alimentação nos dois primeiros anos de vida, segundo a médica, é o cartão de visitas da saúde do bebê no futuro.
“Se a criança tiver uma alimentação balanceada nos dois primeiros anos de vida, certamente vai ser um adulto com bons hábitos alimentares, dificilmente vai ter um problema de obesidade, de sobrepeso ou de alterações endócrinas”, diz a pediatra.
Beatriz faz sua parte. Enfrenta o primeiro mamão raspadinho com muita classe. E gosta da novidade. Parece que aprendeu bem a lição.
“Pretendo evitar ao máximo esse negócio de lanchinho, essas coisas gordurosas. Comigo vai ser linha dura, por causa da obesidade, que já começou a assustar no Brasil”, diz Alex.
“A relação alimentação infantil-obesidade é determinante. Claro que existem as características genéticas. Se a criança tem pais obesos, com traços de obesidade ou família de obesos, a possibilidade de ela ter obesidade é muito maior. Se você amenizar isso com uma alimentação correta, com exercícios e mudança de hábitos, vai ter uma criança com a possibilidade de ser um adulto com peso normal no futuro”, explica a pediatra.
MAIS INFORMAÕES:
– Banco de Leite do Instituto Fernandes Figueira
SOS Amamentação: 0800-268877
– Para doar leite materno ou receber orientação sobre amamentação, envie um e-mail para [email protected]