anco de Leite é inaugurado em Maternidade
Programa vai fechar parceria com
Bombeiros e Correios
para incentivar o aleitamento materno
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Enfermeira alimenta recém-nascido com leite materno no copinho, na UTI Neonatal
DOURADOS – O Hospital da Mulher inaugurou na manhã de ontem o primeiro Banco de Leite de Dourados. O serviço vai atender preferencialmente recém-nascidos e bebês internados na UTI Neonatal do HM, instituição Amiga da Criança e que recebe gestantes de 38 municípios do Sul do Estado.
A solenidade aconteceu no anfiteatro do Centro de Atendimento à Mulher (CAM), no dia do aniversário de 71 anos de Dourados, com a participação do prefeito Laerte Tetila; da professora Zonir Tetila; do vice-prefeito Albino Mendes; do diretor do Hospital Evangélico, Paulo Nogueira; do secretário de Estado de Saúde, Matias Gonzales; do secretário municipal de Saúde, João Paulo Esteves; do comandante dos Bombeiros, Tenente coronel Bittencourt; do vereador Tenente Pedro, do gerente dos Correios, Itamar Monteiro; do presidente do Conselho Municipal de Saúde, Wilson César Alves, e de Antônio Eugênio Bergo Duarte, filho da enfermeira Hilda Bergo Duarte, que dá o nome ao Banco de Leite de Dourados.
Durante a solenidade, Esteves assinou um decreto municipal que prevê o abono de faltas para funcionárias que doarem leite.
Valorizando a instalação do Banco de Leite em Dourados, Tetila e o secretário municipal de Saúde, João Paulo Esteves, assinaram o decreto da campanha “leite materno só precisa amor para doar” que incentiva as servidoras municipais à doação voluntária do leite materno, com abono de três dias para quem doar de três a cinco meses; de cinco dias para quem doar de seis a oito meses; e de seis dias para quem doar mais de nove meses.
No auditório onde foi realizada essa solenidade, um banner da Prefeitura Municipal dizia que “incentivar a mãe a amamentar é aceitar que amamentar é natural, aprender que amamentar é estimular o entendimento entre mãe e filho”.
O projeto que assegura os direitos da mulher e da criança, amparados pela Lei Estadual 2576 de 19 de dezembro de 2002, demorou três anos para ser implementado no município e custou pouco, em vista do benefício, cerca de R$ 270 mil em equipamentos adequados à coleta, pasteurização, armazenamento e controle do produto.
O mentor e coordenador do programa, o obstetra Antônio Marinho Falcão Neto, disse ao O PROGRESSO que parcerias a serem firmadas entre o 2º Grupamento de Bombeiros de Dourados e Correios, vão ajudar a garantir o incentivo ao aleitamento e também à produção do Banco, que deve disponibilizar mensalmente em torno de 60 litros de leite materno. Em Campo Grande, as quatro unidades captam cerca de 28 litros por dia.
Tanto na Capital quanto em Corumbá, onde os serviços já foram implantados, os Bombeiros e Carteiros Amigos da Amamentação vêm incentivando a doação, respectivamente, com atendimento em domicílio para a coleta do leite humano e através de orientação às mulheres gestantes e que estão amamentando. A atuação dos Bombeiros, por exemplo, contribuiu para aumentar a coleta de leite em mais de 95%.
No Hospital da Mulher de Dourados, que registra uma média anual de oito mil nascimentos e tem como meta coletar 60 litros de leite materno por mês, o foco principal é dar suporte às mães para que elas se sintam estimuladas em amamentar o filho ou filha. Falcão lembra que o índice de desmame é alto e chega a 60% para bebês a partir do 6º mês.
O aleitamento natural ajuda a evitar mortes e também contribui para fortalecer o sistema imune dos bebês. Segundo a Organização Mundial da Saúde, em todo o mundo um milhão e meio de mortes infantis por ano poderiam ser evitadas através do aleitamento materno. Crianças em amamentação exclusiva adoecem duas vezes e meia menos do que as que tomam leite artificial.
Conforme registros da Secretaria de Estado de Saúde, durante 36 semanas do ano de 2004, nasceram 3.448 bebês em Mato Grosso do Sul. No mesmo ano, 854 destes bebês morreram antes de completar um ano e 542 com menos de 28 dias. Os óbitos neonatais representam 63,46%. Poderia ser pior, se não fossem os Bancos de Leite, que oferecem suporte às mães e bebês.
O Brasil tem a mais complexa e maior Rede Nacional de Bancos de Leite Humano, uma iniciativa do Ministério da Saúde, desenvolvida através da Fundação Oswaldo Cruz e da Secretaria de Políticas de Saúde, com cerca de 190 unidades em operação (2005).
Leite doado beneficia 100 mil novos bebês
Assim como a doação de sangue é capaz de salvar vidas, doar leite materno pode garantir a sobrevivência para crianças prematuras e de alto risco internadas em UTIs neonatais. Criada há oito anos pelo Ministério da Saúde e pela Fundação Oswaldo Cruz, a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano é responsável por promover, proteger e apoiar o aleitamento materno, além de coletar e distribuir leite humano com qualidade certificada e contribuir para a diminuição da mortalidade infantil.
“O que para alguns é apenas leite, para muitas crianças é vida”,
confirma a pediatra Maria José Mattar, que coordena a Rede de Banco de Leite de São Paulo. Segundo Maria José, qualquer mãe saudável que estiver amamentando e tiver leite sobrando pode fazer a doação. Mas atenção: a mãe só deve doar o leite ao Banco depois de alimentar o próprio filho.
A coleta e a estocagem do leite é feita na casa da doadora, pela equipe da Rede do Banco de Leite, depois que a doadora já estiver cadastrada. O leite humano tem 250 fatores de proteção já comprovados, enquanto o leite artificial ou formulado possui zero. Os 180 Bancos de Leite Humano do Brasil são responsáveis pelo aleitamento de 100 mil novos bebês a cada ano, colaborando para a redução da mortalidade infantil .Hoje, segundo o Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade é seis vezes menor do que nos anos 80, quando morriam cerca de 160 mil crianças por ano a cada mil nascidas vivas.
Para a administradora de empresas Lívia de Paula Rodrigues, 26 anos, doar o leite que está sobrando é um grande prazer. “Se todas as mães soubessem que existe essa maneira de ajudar aos outros, o mundo seria bem melhor”, acredita.
Mais informações aqui no www.aleitamento.com e no site www.redeblh.fiocruz.br,
ou pelo telefone 6692-4068.