Seminário
“Aleitamento Materno: uma Abordagem multiprofissional”
No dia 15 de setembro próximo estaremos promovendo o Seminário “Aleitamento Materno: uma Abordagem multiprofissional”, na sede da Associação Brasileira de Odontologia. Como palestrantes teremos o Grupo Técnico Interinstitucional de Aleitamento Materno (SES). Para finalizarmos realizaremos um fórum de discussão sobre a “Amamentação sob a ótica da Odontologia” com professores de Odontopediatria e Saúde Coletiva. Convidamos você profissional e/ ou estudante de Odontologia para participar conosco deste Evento. Contamos com a sua presença e que possamos nos enriquecer com informações sobre o Aleitamento Materno e sermos promotores da qualidade de vida.
Mônica Macau*
Coordenadora do Evento
apoio: ABORJ, CRO e GTIAM/SES.
* Pós-Graduanda em Saúde Coletiva- UNIGRANRIO;
* Cirurgiã-Dentista desenvolvendo a Odontologia para gestantes (Projeto de inclusão do cirurgião- dentista no Programa Materno Infantil do H.A.C.);
* Promotora da Amamentação no Programa Materno-Infantil / BLH do Hospital Alcides Carneiro ( Petrópolis).
CRO-RJ 1.15956-9
ALEITAMENTO MATERNO:
uma Abordagem Multiprofissional
Projeto elaborado para o Seminário de Aleitamento Materno na Associação Brasileira de Odontologia- Rio de Janeiro.
A ) PROPÓSITO:
Capacitar o cirurgião-dentista para, através de uma abordagem multiprofissional, ser promotor da amamentação.
B) ANTECEDENTES CIENTÍFICOS E DADOS QUE JUSTIFIQUEM O EVENTO:
Promover saúde através do aleitamento é aproveitar esse armamento para também promover a saúde bucal da gestante e do bebê, na prevenção de cárie e má-oclusão — visto que a amamentação exclusiva retarda a introdução da sacarose na dieta, a transmissibilidade de EGM e não permite a instalação de hábitos deletérios, causadores de deglutição atípica e conseqüentemente alterações no desenvolvimento dento-facial. Ainda encontramos no âmbito da odontologia uma certa resistência à amamentação, e principalmente a notável permissividade do uso de chupeta, percebida em trabalhos como os de CAMARGO et al. (1998) e MODESTO et al. (1999), que propõem o uso racional desta como aparelho na realização do exercício de sucção. CAMARGO et al. (1998) descartam a “infundada” preocupação de que com a chupeta o bebê deixaria de amamentar-se, pois perceberam que em todos os casos em que os pais foram orientados ao uso da chupeta, os bebês não deixaram de mamar ao peito, afirmando, ainda, ser a chupeta benéfica. QUELUZ & AIDAR (1999) preconizam o uso de chupetas em momentos de tensão, principalmente sendo preferível ao dedo; porém, afirmam que não usá-la é questão de qualidade de vida. CORSETTI et al. (1998) registraram que dos CDs que atuavam em postos de saúde em Porto Alegre/RS, com programa odontológico para gestantes, 44,4% orientavam sobre mamadeira e 26,3% recomendavam o uso de chupeta. SERRA-NEGRA et al. (1999) sugerem estimular os profissionais de saúde, principalmente pediatras e dentistas, à orientação de família quanto ao hábito de chupeta, embora não se posicionem a respeito, e alegam ser um forte caráter cultural. Caráter este também verificado por
LEITE & TOLENDAL (2001) e KATZ & COLARES (2001). Estes últimos observaram que a vida moderna, a criação e a educação das crianças refletem as mudanças sociais e comportamentais, caracterizadas pelo uso do “consolo” — como é conhecida a chupeta em diversas partes do Brasil — pois os pais atualmente dispõem de pouco tempo para os filhos. VOKURKA et al. (1997) orientam as mães que estão amamentando, a introdução aos quatro meses, de sucos, frutas, sopas e papinhas, contrariando os estudos da UNICEF e da WHO, que preconizam a amamentação exclusiva até seis meses. BARRÊTO et al. (2003) consideram que “chupetas, sucção digital e mamadeira são assuntos que não podem continuar merecendo atenção apenas quando já se tornaram problemas, pois sabemos que a prevenção é mais simples de ser realizada, mais eficaz e salutar”. CARVALHO & ÁMABILE (2004) afirmaram que “se pretendemos que nossas crianças tenham Qualidade de Vida na amplitude que se pode desejar, deveríamos conhecer um pouco mais sobre aleitamento materno e o quanto as chupetas e mamadeiras são prejudiciais para nossas crianças. Um país onde a taxa de mortalidade infantil é ainda elevada a amamentação salva vidas”. Porém, Cirurgiões-Dentistas, Fonoaudiólogos e Pediatras têm sido condescendentes com este hábito aparentemente singelo, provavelmente sob influência da publicidade dos fabricantes das chupetas “ortodônticas”, que desobedecem a “Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes” (CNS,1992) que deixa bem claro que os rótulos de mamadeira, bicos e chupetas devem conter a seguinte mensagem: “A criança amamentada ao seio não necessita de mamadeira e de bico” . No que se refere ao desmame, KONISH & ABREU-E-LIMA (2002) registraram que o Aleitamento Materno deve ser estendido até por volta de um ano, embora a WBW (2004) cita a recomendação da WHO e da UNICEF quanto a continuação da amamentação como alimento complementar até 2 anos ou mais.
C) OBJETIVO GERAL:
Criar um foro de discussão acerca da promoção da amamentação e do posicionamento do profissional em relação ao desmame, chupeta e mamadeira no âmbito da odontologia, de acordo com as orientações da OMS, UNICEF e Ministério da Saúde.
D) OBJETIVOS ESPECÍFICOS :
D.1- Capacitar os cirurgiões-dentistas à promoção da amamentação;
D.2- Discutir o posicionamento da odontologia quanto ao desmame;
D.3-Questionar a permissividade por parte dos Cirurgiões-Dentistas à chupeta e mamadeira;
D.4- Desenvolver uma visão preventiva (má-oclusão, transmissibilidade de EGM, SRB) dentro da Promoção da Amamentação.
E) DESCRIÇÃO DO PROJETO:
E.1-Tipo de evento:
O evento será realizado no dia 15 de setembro, no período da Semana Brasileira da Amamentação, de 13 a 17 de setembro, e antecipando A Semana Mundial (em 4 a 8 de outubro). A duração do Seminário será de 8 horas, sendo dividido em palestras multiprofissionais, de 45 a 60 minutos, terminando numa discussão sobre a amamentação sob a ótica da odontologia. A pausa para o almoço poderá ser de 2 horas.
E.2- Sujeitos:
O evento será destinado a profissionais de saúde bucal ligados não só à odontopediatria, mas principalmente a clínicos-gerais. Como convidados, professores de saúde coletiva, coordenadores de faculdades de odontologia e coordenadores municipais de odontologia social, coordenadoria do PAISMCA (Programa de Assistência Integral à Mulher, Criança e Adolescência), GTIAM/SES (Grupo Técnico Interinstitucional de Aleitamento Materno/ Secretaria Estadual de Saúde).
E.3-Referências bibliográficas:
Barreto, E. P.R; Faria, M. M. G; Castro, P. R. S. Hábitos Bucais de Sucção Não-nutritiva, Dedo e Chupeta: Abordagem Multidisciplinar. JBP, 2003, v.6, nº29, p.42-48.
Camargo, M.C.F.; Modesto, A; Coser, R.M. Uso Racional da Chupeta. JBP,1998.ª1, v. 1, n.3, p.43- 47.
Corsetti, L.O; Figueiredo,M.C.; Dutra, C. A. V. Avaliação do Atendimento odontológico para gestantes nos serviços públicos de Porto Alegre/RS, durante o pré-natal. Rev. Aboprev, 1998, v.1, n.1, p.9-15.
Katz, C.R.T.; Colares, V. Panorama Sócio-cultural do Uso da Chupeta em nossa sociedade. JBP, 2002, v.5, n.24-mar/abr.
Konish, F & Abreu-e-Lima. Odontologia Intra-Uterina: a construção da saúde bucal antes do nascimento.RBO, 2002, v.59, n.5, p.294-295.
Leite, I.C.; Tollendal, M.E. A expressão sóciocultural do uso da chupeta — enfoque epidemiológico. Http: // odontologia.com.Br/artigos/uso-da-chupeta.html
Modesto, A; Vieira, A R.; Camargo, M.C.F. Avaliação do uso e das características das chupetas usadas por crianças do Município do Rio de Janeiro. JBP, 1999, v.2, n.10, p.438-441.
Queluz, D.P.; AIDAR, J.M.; Chupeta: Um hábito nocivo.JBP,1999, v.2, n.8, p. 321- 327.
Serra-Negra, J.M.C.; Pordeus, I.A.; Horta, P. et al..O uso de chupeta por crianças- Relato de mães. JBP, 1999, v.2, n.7, p.211-217.
Vokurka, V.L; Eduardo, M.A.P.; Carcacés, L.B.; Valdez, G.O; Walter, L.R.F. Odontologia Intra-Uterina: o começo de Tudo. Rev. ABO Nac.,1997, v.5, n.2, p.70-77.
WBW. Exclusive Breastfeeding: the Gold Standard-safe, sound, sustainable. 2004. www.waba.org.my
Semana da Amamentação
Aleitamento Materno: uma abordagem multiprofissional
Data: 15 de setembro de 2004.
Local: Associação Brasileira de Odontologia do Rio de Janeiro.
08:00 h – Abertura
Coordenadora do GTIAM – Maria Inês Couto de Oliveira – PAISMCA -SES/RJ
Presidente da Associação Brasileira de Odontologia- Dr. Paulo Murilo Oliveira de Fontoura
Presidente do Conselho Federal de Odontologia –Dr. Outair Bastazini
Coordenadora do Evento: Dra. Mônica Guimarães Macau Lopes- Materno-Infantil do Hospital Alcides Carneiro-SMS-Petrópolis
10:00 h –Aleitamento Materno: uma prioridade mundial
Dez Passos para o Sucesso do Aleitamento Materno e 5 Critérios Nacionais
José Dias Rego – Maternidade Alexander Fleming / SOPERJ
11:00 h – Aleitamento Materno e Sobrevivência Infantil Superioridade do Leite Humano e sua conservação; Banco de Leite Humano
Elizabeth Thimoteo Crivaro – Banco de Leite do IFF/ Ana Paula Cardoso (SES/PAISMCA),
12:00 h – Almoço
13:30 h – Como o Leite vai do Peito para o Bebê: Anatomia e Fisiologia da Lactação – Ciclo Sucção/ Deglutição/Respiração
Ivis Emília de Oliveira Souza – EEAN/UFRJ
14:30 h – Tornando sua Comunidade Amiga da Criança (lição 13)
Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras./ Não uso de mamadeira, chupeta ou protetor de mamilos . Arlete Moreira – Vigilância Sanitária SES-RJ
15:30 h – Doenças Infecto-contagiosas, Medicamentos e Aleitamento Materno. Razões Médicas Aceitáveis para oferecer outros alimentos ao bebê
José Vicente de Vasconcelos – Maternidade Leila Diniz
16:30 h A Amamentação Sob a Ótica da Odontologia- DISCUSSÃO
Professores de Odontopediatria e Saúde Coletiva das faculdades do estado do Rio de Janeiro, Coordenadores de Programas de Saúde Coletiva.