Maternidade orienta mães sobre aleitamento de bebês portadores de fissuras
Ainda é comum entre as mães o mito de que bebês fissurados não podem ser amamentados. No entanto, os especialistas reconhecem o aleitamento materno como a melhor forma de alimentação de recém-nascidos.
O Hospital Ophir Loyola oferece um tratamento de fissuras labiopalatais em crianças recém-nascidas, mas que ainda é pouco conhecido pela população.
Estas fissuras estão incluídas entre as anomalias congênitas mais comuns, adquiridas durante a gravidez. As maiores dificuldades dos bebês que apresentam este problema são a alimentação, a respiração e o ganho de peso, que necessitam de um tratamento multidisciplinar com profissionais das áreas de pediatria, psicologia, nutrição, fonoaudiologia e odontologia.
“Indicamos o leite materno para todos os bebês fissurados, quando possível, pois é a melhor forma de estimular a musculatura oro-facial, além de fortalecer o vínculo mãe-filho e evitar as infecções”, ressalta Flávia Monteiro, fonoaudióloga responsável pelo atendimento aos fissurados do Hospital Ophir Loyola. Portanto, o aleitamento natural deve ser estimulado, desde que a criança consiga sugar e a mãe se sinta à vontade para amamentar.
O tratamento fonoaudiológico precoce, por exemplo, objetiva ajudar nos estímulos sensoriais, para adaptar a alimentação com segurança, facilitando a amamentação no seio ou na mamadeira e proporcionando a estimulação da musculatura oro-facial.
Prevenção – Hoje, os bebês fissurados que nascem no Pará são encaminhados ao Programa de Fissurados do Hospital Ophir Loyola, para que as mães recebam orientações sobre a amamentação da criança, em relação à melhor postura e aos métodos adequados para alimentá-lo.
“Este é um trabalho preventivo. Cuidamos para que a criança faça um acompanhamento adequado, que irá contribuir para o pré-operatório das cirurgias primárias de fissuras labiopalatais, pois os bebês estarão em condições saudáveis para dar continuidade ao tratamento”, afirma Flávia Monteiro.
O serviço de fissurados do Ophir Loyola se baseia na estrutura de atuação do Centrinho de Bauru, que é a maior referência nesse tipo de tratamento na América Latina.
Estatísticas – Estudos apontam que no interior da Amazônia ocorre um caso de fissurado para cada 650 nascidos. Em regiões mais desenvolvidas, essa proporção é de 1 para 800. A má formação acomete todas as raças e é registrado em todas as regiões do mundo.
A fissura lábio-palatal acontece em 30% dos casos por características hereditárias (genéticas). Os demais (70%) ocorrem pela má alimentação das mães e doenças vinculadas à falta de assistência social e hipoproteína (alimentação deficiente de ácido fólico). O uso de bebidas, fumo e drogas também são algumas das causas para o aparecimento de fissuras nas crianças.
Até o mês de abril deste ano, o Hospital Ophir Loyola atendeu 113 casos de bebês fissurados, realizando procedimentos de acompanhamento, orientação, avaliação e terapia. Este número é superior ao mesmo período do ano passado, que foi de 95 atendimentos.
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Depoimento:
MINHA FILHA COM FENDA PALATINA ! ?
de Rosah Lucia, publicado em 26/3/2003