AMAMENTAÇÃO, PAZ NUM MUNDO GLOBALIZADO
Desde que o mundo surgiu,
Muita coisa mudou
Deus fez o homem a mulher
E neles plantou o amor
Ao homem deu-lhe a força
À mulher, importante missão
Aos dois todo o fervor
Sublime da concepção.
Surgiu a pedra lascada
A roda, o fogo o robô
Mas também veio a cilada
O ódio, a inveja e o complô
Triste mundo perdido,
O homem, a bomba inventou
E àquele chamado de amigo
Seu reino, o destroçou.
Mas nem tudo está perdido,
Neste mundo globalizado
Unido ao cordão do umbigo
Nasce o ser esperado
E mesmo com toda evolução
Uma coisa não mudou
É sempre com muita emoção
Que o destino assim consagrou.
Abre os olhos, se depara
Com sua primeira visão
Do choro, logo se cala
Seguido da satisfação
O seio depressa procura
Sugando com esganação
A seiva mais rica e pura
Chamada amamentação
Brilham então os seus olhos
Geme de satisfação
Mas quem não há de querer tal colo
Tal carinho, tal emoção
É o primeiro consolo
Depois da separação.
Que venham então os ruídos
As guerras os brados sofridos
Porque no momento sou surdo
E ao teu seio, meus lábios unidos
Mudo, Cego, constrito
Nesta hora sagrada,
Sou muito mais do que isto
Sou uma pessoa amada.
Não haverá evolução
Que mude tal situação
E por mais evoluído que seja,
Surgirei sempre do ventre
Sentindo-me protegido
Acalentado, querido e amado
E ao ter um seio a sugar
Sentir-me-ei amamentado.
Obrigado a ti minha mãe
Pelo seio ofertado
E nesta hora em que mamo
Deitado sobre teu colo
É a ti, que venero e amo
É a ti, minha mãe que eu adoro
E se acaso eu choro
É de amor o meu pranto, não de dor
Marco A.Lopes é Conselheiro Municipal de Saúde de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil