ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO ALEITAMENTO MATERNO
Revisão do Artigo publicado no InFarma da Revista Pharmacia Brasileira do
Conselho Federal Farmácia Nº. 35 jan./fev. 03
Cecília Reche Garcia 1
Antonia Paulina Reche Garcia 2
Amauri Valim Luz 3
Carmen Reche Razente 4
1Farmacêutica – Projeto Nascente
2Odontóloga
3Atendente de Farmácia
4Especialista em Recursos Humanos
Projeto Nascente – Paraná [email protected]
ALEITAMENTO MATERNO
Ainda não perdeu a validade, e certamente jamais perderá, a velha sentença, lembrada por Samuel Friedman em 1935:
“Na arte de criar alimentos para o lactente, um par de glândulas mamárias leva evidente vantagem sobre os dois hemisférios cerebrais do maior cientista.”
INTRODUÇÃO
Amamentar é fornecer saúde, carinho e proteção ao bebê. Ao ser amamentado, o bebê recebe seu alimento em contato direto com o calor e o afeto de sua mãe.
A amamentação até os dois anos de idade é parte do ciclo de vida natural do homem – um ser mamífero; porém, com o desenvolvimento tecnológico e a industrialização do leite de vaca, o bebê foi tendo sua imagem associada a chupetas e mamadeiras. Para desfazer esse conceito, grupos ligados ao incentivo e apoio ao aleitamento materno vêm prestando informações para que as famílias possam conhecer e decidir pelo que há de melhor para os lactentes e crianças de primeira infância, ou seja, pelo leite materno.
O aleitamento traz muitas alegrias e algumas dificuldades e cansaço, por isso é importante auxiliar a família a identificar suas opções, a amamentação será mais fácil se o casal souber e quiser amamentar. Quando a família conta com o apoio e está bem informada é muito provável que tudo ocorra com sucesso. Hoje, os materiais educativos e técnico-científicos sobre aleitamento devem destacar os benefícios e a superioridade da amamentação, neste tema entra a realização da Atenção Farmacêutica.
OBJETIVOS
Este artigo de atenção farmacêutica tem objetivo de contribuir para a adequada nutrição dos lactentes e das crianças de primeira infância por intermédio da:
1) Proteção e incentivo ao aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida.
2) Proteção e incentivo à continuidade do aleitamento materno até os dois anos de idade, após introdução de novos alimentos na dieta dos lactentes.
3) Orientações do uso apropriado dos alimentos para lactentes e crianças de primeira infância, bem como do uso de mamadeiras, bicos e chupetas.
MÉTODOS
As orientações realizadas na farmácia são baseadas Lei nº 11.265, de 3 de Janeiro de 2006. Regulamenta a comercialização de alimentos para lactentes e crianças de primeira infância e também a de produtos de puericultura correlatos.
O Farmacêutico atende também às recomendações do Ministério da Saúde, Organização Mundial da Saúde, Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Declaração de Innocenti.
Na Atenção Farmacêutica é possível realizar as seguintes orientações:
1. O leite materno é o alimento perfeito e essencial para o crescimento, desenvolvimento psíquico e a estabilidade emocional do bebê e da família.
2. O leite materno apresenta nutrientes como proteínas, lipídios, lactose, sais minerais, vitaminas, água e substâncias antiinfecciosas.
3. Nos primeiros seis meses de vida o aleitamento é com livre demanda. O bebê mama várias vezes, dia e noite, de acordo com a sua vontade, isso é normal, o bebê faz a digestão do leite materno de forma rápida e completa. Mamar várias vezes ao dia não quer dizer que o leite materno está fraco.
4. Nos primeiros quatro a seis meses de vida o aleitamento é exclusivo, não há necessidade de água, sucos, chás, outro leite ou qualquer alimento. É mais fácil para a criança fazer a digestão do leite materno.
5. Ao iniciar outros alimentos, começar com frutas, caldos de sopa e água no copinho, evitando a introdução de outros leites e mamadeira.
6. O bebê deve esvaziar bem a mama antes de trocar de peito em uma mamada. O leite do final da mamada tem mais gordura e sacia melhor a fome do bebê. Deve-se oferecer as duas mamas em cada mamada, sempre iniciando pela mama que o bebê mamou por último na mamada anterior.
7. Quando for necessário o uso de medicamentos, informar ao médico que está amamentando, assim ele receitará um medicamento já estudado e que seje pouco excretado no leite.
8. Poucos medicamentos são contra-indicados na amamentação, conforme consta no manual “Amamentação e uso de drogas” do Ministério da saúde, este manual contêm informações básicas sobre o uso de medicamentos durante o período de lactação, de acordo com a seguinte classificação: (1) uso compatível com a amamentação (2) Evite se possível. (3) Evite, por inibir a produção de leite. (4) Evite. A grande maioria dos medicamentos recebe a classificação de uso compatível.
9. Mulheres que estão amamentando podem tomar o medicamento imediatamente após o beber mamar. Assim, na próxima mamada, a concentração do medicamento no leite será pequena.
10. Orientar a nutriz para observar o bebê em relação às possíveis reações adversas, tais como alteração do padrão alimentar, sonolência, agitação, tônus muscular e distúrbios gastrintestinais.
11. No atendimento de receitas médicas, efetuar a farmacovigilância em relação aos medicamentos contra indicados na amamentação.
12. Estima-se que a quantidade de um medicamento excretado no leite não ultrapasse a 2% da dose administrada à mãe, por exemplo, dosagem 500mg passa para o leite materno 10mg. Quantidades moderadas de muitos medicamentos não apresentem riscos para o lactente.
13. Medicamentos de uso contínuo pela mãe são potencialmente de maior risco que os utilizados por um período curto.
14. Evitar drogas de ação prolongada pela maior dificuldade de serem excretadas pelo lactente.
15. Terapia tópica é preferível em relação à oral e parenteral;
16. Se a criança apresentar diarréia, fazer o tratamento com soro reidratante industrializado ou caseiro e não suspender o aleitamento materno.
17. Quando for necessário usar um medicamento contra-indicado na amamentação e for orientado para a interrupção temporária da amamentação, a mãe pode ir retirando o leite, com algumas semanas de antecedência, e estocar em congelador para alimentar o bebê no período de uso do medicamento.
18. Se não for possível retirar todo o leite que o bebê necessita, converse com o pediatra. Ele orientará sobre os alimentos que o bebê pode receber. Oferecer esses alimentos em copinho ou colher, para que o bebê não se confunda com outra forma de sugar.
19. A amamentação somente deverá ser interrompida se existir contra-indicação do medicamento durante a amamentação e quando não houver informação a respeito.
20. A amamentação favorece a recuperação pós-parto e contribui para a prevenção do câncer de mama e de ovário.
21. O bebê amamentado no peito faz a sucção completa em função dos esforços físico muscular e respiratório que favorecem o desenvolvimento dos ossos e músculos da região bucal. A sucção prepara o bebê para outro reflexo importante da alimentação que é a mastigação.
22. A sucção é um reflexo inato. É importante amamentar o bebê na primeira meia hora de vida, ainda na sala de parto.
23. Explicar que o ato do bebê sugar o peito é que estimula a produção de leite, a produção e a ejeção do leite são dois processos que ocorrem por estímulos neuro-hormonais, assim quanto mais o bebê mama, maior será a produção de leite. A prolactina atua entre as mamadas, produzindo o leite e a ocitocina atua durante as mamadas, contraindo os alvéolos.
24. Orientar sobre a pega correta para sucção, o bebê deve abocanhar o mamilo e parte da aréola. O tamanho das mamas não interfere na quantidade de leite produzido.
25. Na pega correta, o bebê causa vedamento labial junto à mama, dessa forma a respiração é exclusivamente nasal.
26. Após a mamada, para retirar o mamilo da boca do bebê, pode-se colocar o dedo mindinho no canto da boca do bebê, que ele solta.
27. O leite materno tem a capacidade de prevenir infeções respiratórias, intestinais, urinárias, de pele e de ouvido. Age também na proteção da criança contra alergias, desnutrição crônica, alterações ortodônticas e Diabetes Mellitus.
28. O leite materno tem a capacidade de reduzir a morbi-mortalidade infantil e internamento hospitalar.
29. Orientar para não praticar amamentação cruzada, devido ao risco de transmissão de doenças, inclusive do vírus HIV.
30. Na gestação pode-se preparar a mama tomando banho de sol no início da manhã ou no final da tarde, com a aréola e o mamilo descobertos, dessa maneira a pele é fortalecida. O banho de sol deve ser de 5 a 10 minutos, em torno de três vezes na semana, sem uso de protetor solar.
31. Para prevenir fissuras do mamilo deixar os mamilos úmidos com o próprio leite.
32. Na prevenção e tratamento da fissura do mamilo pode ser utilizado gel de carbopol com extrato de Própolis (não alcoólico) a 3%.
33. Soluções otológicas apresentam bom resultado em caso de mamilos com fissura e doloridos, pois contêm em sua composição antiinflamatório, leve anestésico e pequena dosagem de antibiótico em base glicerina, fácil de retirar com água. Aplicar 3 a 4 vezes ao dia, retirar, com água, antes do Bebê mamar.
34. A região da aréola e do mamilo não necessitam de hidratação com cosméticos em creme ou óleo.
35. Orientar a mãe para retirar o seu leite com antecedência e estocar em congelador para alimentar o bebê no caso de interrupção temporária da amamentação. Sugerir ordenhas periódicas para manter a lactação.
36. Ensinar como fazer a massagem e ordenha manual, o leite pode ser guardado em geladeira por até 12 horas ou no congelador/freezer por até 15 dias. Não guardar na porta da geladeira, porque a temperatura é menor.
37. O leite ordenhado pode ser oferecido para a criança, quando a mãe voltar ao trabalho, de preferência em um copinho ou colher para que o bebê não se confunda com as diferentes formas de sugar.
38. Para oferecer o leite no copinho, não introduzir o leite na boca do bebê, é necessário apenas segurar o copinho sobre o seu lábio inferior de modo que ele possa sorver o leite do copinho com a língua.
39. Não é necessário uso de esgotadeira, pois a retirada do leite através de massagens com as mãos é muito mais eficiente e não machuca o bico da mama.
40. Evitar o uso de mamadeiras e bicos, eles podem confundir a forma de sucção e o bebê não querer mais o peito, por exigir maior esforço muscular.
41. Em situações indicadas por fonoaudiólogo, pediatra ou odontopediatra, onde é necessário complementar a sucção através do uso de chupeta, pode-se orientar como usar a chupeta de forma correta e racional, oferecer a chupeta apenas quando o bebê tem necessidade de sucção. Para que haja o estímulo da sucção, puxar levemente a chupeta como se fosse tirá-la da boca, dessa forma a sucção trabalha a musculatura facial. Assim que o bebê parar a sucção, retirar a chupeta para que haja o contato entre os lábios, mantendo dessa forma a correta respiração nasal.
42. O uso prolongado da chupeta ou mamadeira prejudica a dentição e a fala da criança.
43. O hábito de mergulhar a chupeta em substâncias doces é um dos fatores que provocam a cárie dentária precoce, conhecida como cárie de mamadeira.
44. Evitar desmamar o bebê de uma hora para outra, orientar para que a mãe não coloque substâncias desagradáveis nas mamas, essas soluções drásticas são marcantes para o bebê.
45. O choro do bebê é uma forma de comunicação. É importante reconhecer o que cada choro diz e não ter como primeira atitude calar o choro com uma chupeta. A massagem feita pela mãe e o pai, deixa o bebê tranqüilo e feliz. Não troque o afeto pelo efeito calmante e relaxante da chupeta.
46. O bebê pede o peito não só quando está com fome, mas também quando quer carinho e proteção.
47. Aconselhar os clientes para que não escolham como presentes do chá de bebê, mamadeira e chupeta ou itens com imagens destas. Em pontos de venda, como as farmácias, é possível observar como esses objetos encantam as crianças, gestantes e mães, pelo seu colorido, figuras, ilustrações e personagens infantis presentes em suas embalagens. Porém a Legislação específica já proibiu esses atrativos.
48. Informar sobre os benefícios econômicos do aleitamento materno para a família, haverá menos gastos com profissionais da saúde, aquisição de remédios e leite alternativo.
49. O leite materno protege as pessoas e o meio ambiente do excesso de lixo e não requer gastos com energia para seu preparo.
50. É possível amamentar um filho adotivo, porque toda mulher é capaz de produzir leite. Para estimular a produção de leite deve-se colocar o bebê para sugar e, em torno de uma semana depois haverá leite. Para que o bebê sinta mais entusiasmo no momento da sucção, pode-se usar uma cânula fina junto ao mamilo, introduzindo leite na sua boca.
51. Quando a mãe não amamentou pelo período que gostaria ou não foi possível dar seu leite ao bebê, é importante informar que o amor e a comunicação entre os pais e o filho são suficientes para formarem o vínculo afetivo.
52. Para o bom atendimento é importante que o Farmacêutico ouça o que a Mãe fala, respeite seus conhecimentos. Existem vários mitos sobre amamentação e que devem ser esclarecidos com moderação, muitas famílias tem esses mitos como verdades e não aceitam serem contrariadas. Ex. de mito: Minha vó diz que não posso tomar água no momento que estou dando de mamar, porque o leite fica fraco. Verdade: A mulher que amamenta sente muita sede, principalmente no momento em que está amamentando e pode ingerir água, suco ou leite.
VENDA LIVRE, Medicamentos que não necessitam receita médica.
LAXANTES
Alguns laxantes são classificados como venda livre.
Os laxantes que podem ser utilizados no período de amamentação são o óleo mineral, ágar e a alimentação com fibras. Caminhar e ingerir em média 3 litros de líquido por dia é recomendado neste período.
Ervas laxantes, óleo de rícino e o bisacodil, são exemplos de laxantes que devem ser evitados pela mãe que amamenta, porque podem afetar a função intestinal do bebê.
VITAMINAS e SAIS MINERAIS
São classificadas como venda livre.
As vitaminas quando usadas em doses superiores às necessidades nutricionais passam a ser medicamentos, cujos riscos devem ser avaliados, como exemplo a Vitamina D, que em doses elevadas pode causar hipercalcemia no bebê. Preferir as vitaminas específicas para o período da amamentação.
EXPECTORANTES e MUCOLÍTICOS
Alguns são classificadas como venda livre.
São compatíveis com a amamentação em doses habituais para tratamento de 5 a 10 dias.
ADOÇANTES QUE CONTÊM FENIALANINA
Não devem ser utilizados quando a mãe ou o bebê tem fenilcetonúria (detectada no teste do Pézinho).
CREMES e ÓLEOS HIDRATANTES
São recomendados para hidratar a mama e não devem ser usados no mamilo e na aréola (parte escura da mama). Nesta fase é recomendado tomar sol na aréola e mamilo, sem uso de protetor solar, dez minutos pela manhã ou final da tarde, para que a pele fica mais grossa e resistente quando o bebê mamar.
RESILIÊNCIA DA FAMÍLIA NO PERÍODO DA AMAMENTAÇÃO
Resiliência, em ciências humanas, representa a capacidade de um indivíduo construir-se positivamente frente às adversidades.
O dicionário de língua inglesa Longman Dictionary of Contemporary English apresenta como definição de Resiliência: “Habilidade de voltar rapidamente para o seu usual estado de saúde ou de espírito depois de passar por doenças e dificuldades”.
No período de amamentação, principalmente dos primeiros dias até completar os quatro meses, a família passa por momentos antes não vivenciados, trata-se de uma fase de incertezas em relação ao sucesso da amamentação, surgem dúvidas quanto ao aleitamento exclusivo, a superioridade do leite materno e a saúde e o bem estar do bebê. A fissura de mamilo e a mastite são problemas que quando aparecem causam transtornos difíceis de serem superados. Dentre os fenômenos indicativos de vida saudável destaca-se a resiliência, por referir-se a processos que explicam a superação de adversidades.
Famílias “resilientes” são aquelas que resistem aos problemas decorrentes de mudanças e adaptam-se às situações de incerteza, assim respondem positivamente a estas condições de uma maneira singular, conforme seus conceitos dentro de três domínios: sistema de crenças da família, padrões de organização e processos de comunicação.
O Farmacêutico pode olhar para o grupo familiar, manter relação com a comunidade e participar de programas que apoiam a amamentação. O foco da resiliência em família deve procurar identificar e implementar processos que possibilitam que famílias não só lidem de maneira eficaz com situações difíceis e de estresse, mas saiam delas fortalecidas, sendo importante focar e fortalecer os aspectos sadios e de sucesso do grupo familiar ao invés de destacar seus desajustes e falhas.
Durante o ciclo de vida normal, é necessário ao indivíduo construir a resiliência para conseguir ultrapassar as passagens com ganhos, nas diferentes fases, como no período da amamentação. As pessoas resilientes contaram com a presença de profissionais, estabeleceram vínculos, seja de apoio, seja de admiração. Estas experiências com auxílio do farmacêutico tendem a desenvolver a auto-estima e autoconfiança da família e assim ela saberá que pode contar com este profissional nas diversas fases da vida de seus filhos.
Orientações da atenção farmacêutica para aumentar
a capacidade de resiliência no período da amamentação:
O indivíduo que possui resiliência desenvolve a capacidade de recuperar-se
e moldar-se novamente a cada obstáculo, a cada desafio.
§ Olhar positivo, esperança e otimismo: confiança na superação das adversidades.
§ Flexibilidade, capacidade para mudanças: reformulação, reorganização e adaptação.
§ Procurar manter o lar em harmonia, pois este é o ponto de apoio para o equilíbrio.
§ Fazer atividade física para aumentar o ânimo e a disposição. Os exercícios aumentam endorfinas que, conseqüentemente, proporcionam sensação de bem-estar.
§ Aproveitar parte do tempo para ampliar os conhecimentos sobre amamentação, isso aumenta a autoconfiança.
§ Transformação: aprender e crescer através das adversidades.
§ Apoio mútuo, colaboração e compromisso.
§ Respeito às diferenças, necessidades e limites individuais.
INCENTIVO AO ALEITAMENTO MATERNO:
A FARMÁCIA AMIGA DA CRIANÇA.
Tem como objetivo dar continuidade ao programa denominado Iniciativa Hospital Amigo da Criança idealizado pela OMS e UNICEF em 1990, Florença, Itália, com a participação do Brasil, que consiste na mobilização de profissionais de saúde, funcionários de hospitais e maternidade para mudanças em rotinas e condutas, visando prevenir o desmame precoce e melhorar o vínculo afetivo entre o bebê e a família.
O Farmacêutico pode participar deste processo, para isto é necessário empenho e dedicação para proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno de forma exclusiva no período de quatro a seis meses de idade e, se possível, com outros alimentos, até os dois anos, procedimento que é recomendado pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde.
Dentro dos dez passos para o sucesso do aleitamento materno, o farmacêutico, na farmácia de dispensação, pode atuar em alguns deles, este trabalho de atenção farmacêutica torna a farmácia um estabelecimento de saúde que oferece informações completas e corretas sobre os benefícios da amamentação.
Os 10 passos para o sucesso do aleitamento materno, no Hospital Amigo da Criança:
1. Ter uma norma escrita sobre o aleitamento, que deve ser rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados de saúde.
2. Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-a para implementar esta norma.
3. Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo correto do aleitamento,
4. Ajudar as mães a iniciarem o aleitamento na primeira meia hora após o nascimento do bebê.
5. Mostrar às mães como amamentar e manter a lactação, mesmo voltando ao trabalho.
6. Não dar a recém-nascidos outro alimento ou bebida além do leite materno, a não ser que seja indicado pelo médico.
7. Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e bebês permaneçam juntos – 24 horas por dia.
8. Encorajar o aleitamento sob livre demanda.
9. Não dar bicos artificiais ou chupetas às crianças amamentadas ao seio.
10. Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio ao aleitamento, para onde as mães deverão ser encaminhadas, por ocasião da alta do hospital ou ambulatório.
CONSIDERAÇÕES
Assistência farmacêutica em Aleitamento Materno se usa muito a OBSERVAÇÃO, ao prestarmos atenção no que o cliente fala, percebemos que ele precisa orientação sobre o assunto, porque em amamentação não é comum uma mãe procurar auxílio do farmacêutico. Porém o ambiente da farmácia se mostrou um excelente lugar para, de modo informal, com uma conversa agradável, fazer uma orientação, sempre lembrando que amamentar é um direito da mãe e nunca um dever.
Nosso trabalho consiste em sempre estudarmos o material sobre Manejo e Promoção do Aleitamento, destinado ao Hospital Amigo da Criança, o Regulamento Técnico sobre chupetas, mamadeiras e protetores de mamilo. Integrar-se com profissionais da saúde que trabalham nesta área, principalmente os enfermeiros e dentistas e participarmos das campanhas do MS sobre amamentação, que ocorrem no mês de agosto, em nível mundial.
A atenção farmacêutica fornece orientações claras sobre os benefícios e superioridade da amamentação. Há maior integração do farmacêutico à equipe multidisciplinar, a farmácia passa a ter um papel educador na comunidade, apoia o aleitamento materno de forma a assegurar a defesa e proteção da saúde da criança.
“Abençoados sejam os peitos nos quais você se alimentou.”
(Lc 11, 27-28)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. MINISTÉRIO DA SAÚDE DO BRASIL. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília: RDC nº 221 de 05 de agosto de 2002.
2. Área Técnica de Saúde da Criança. Amamentação e uso de drogas. Secretaria de Políticas de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2000.
3. IBFAN. Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar.
4. CAMPESTRINI, SELMA. Amamentação: informações e dicas. Curitiba. Editora Universitária Champagnat, 2001.
5. RABBONI, Alexandre. Aleitamento materno: um banho de vitalidade. São Paulo: Weleda, 2001.
6. Guia do Líder da Pastoral da Criança. Curitiba, 2007. 304p.
7. Programa de aleitamento materno – PROAMA. Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, 2001.
8. CARVALHO, Marcus Renato , et al. Pós-parto e amamentação. São Paulo: Ágora, 2001.
9. YUNES, Maria Angela Mattar. Psicologia positiva e resiliência: O foco no indivíduo e na família. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 8, num. esp., p. 75-84, 2003
10. DAuria, Alberto. Resiliência reduz riscos de doenças e melhora a qualidade de vida.
11. Folhetos informativos de campanhas do Ministério da Saúde e WABA.
12. Sociedade Brasileira de Pediatria. http://www.sbp.com.br
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O www.aleitamento.com parabeniza os Farmacêuticos e acredita que
a amamentação é uma questão Transdiciscplinar.
E por isto esta aberto a receber artigos e opiniões de várias categorias
profissionais.