É preciso se
“preparar” para AMAMENTAR?!
Marcus Renato de Carvalho
Quando decidimos viajar para um lugar desconhecido, fazemos planos, nos organizamos: calculamos a distância, nos preocupamos aonde iremos nos abrigar, o que iremos comer, providenciamos um levantamento de custos, perguntamos a amigos como foi sua experiência, compramos um guia, visitamos sites – selecionando os confiáveis…
Geralmente não viajamos sozinhos, e por isso envolvemos nossos parceiros nessa aventura, mesmo os que não irão, mas estão pertos de nós.
Por que não termos essas mesmas atitudes com o aleitamento de noss@s filh@s?
Amamentar não é “automático”, parece simples, mas é um fenômeno psicossomático complexo, com variáveis socioculturais determinantes. Amamentar não é instintivo, uma fatalidade biológica como nos outros mamíferos. Nós somos animais mais “complicados” e inventamos “leite fraco”, “pouco leite”, mamadeiras, chupetas, bicos de silicone, pomadas, protetores de mamas, conchas, almofadas, sutiãs… uma parafernália de produtos dispensáveis.
Sinto que há preocupação excessiva com a compra de enxoval e equipamentos infantis… Há uma moda de ir ao exterior para comprar tudo o que o bebê “precisa”. Gasta-se uma pequena fortuna, mas se descuida do mais importante, o preparo da nossa “cabeça” com informação atualizada, com troca de experiências, com livros interessantes, com aplicativos que já temos disponíveis…
Não se investe em matricular-se em um curso de preparação para o parto, não se marca uma consulta pediátrica pré-natal…
Recomendo aos futuros pais, conversarem com Obstetras, Pediatras, Obstetrizes, Enfermeiras Obstetras, Nutricionistas, Fisioterapeutas, Doulas, Parteiras, com Psicólogos Perinatais…
E tem mais, como mudaram muito as recomendações sobre amamentação nas duas últimas décadas, temos que envolver as avós e avôs do futuro bebê. Atualmente, a amamentação deve ser exclusiva, sem águas, chás, sucos… Não oferecemos mais mamadeiras e chupetas, não utilizamos cronômetros para controlar o tempo das mamadas… Não se preparam mais os mamilos e aréolas passando buchas, pegando sol, fazendo exercícios mamilares.
Não liberamos as narinas com a mão em tesoura na mama – mesmo com o nariz encostado no peito o lactente consegue mamar bem.
Na volta ao trabalho, aos 6 meses começamos com papinhas de legumes, de frutas e não damos outros leites e usamos copinhos e colheres… Muitos governos e empresas já ofertam licença de 6 meses para permitir que a amamentação exclusiva se prolongue o máximo possível e prossiga até os 2 anos ou mais.
Já temos bem estabelecidas as múltiplas vantagens do leite materno e da amamentação para as mulheres, para os bebês – benefícios que se prolongam por toda a vida, inclusive prevenindo doenças crônico-degenerativas e alergias na idade adulta e não só infecções como supúnhamos até recentemente.
Vale a pena esse investimento de tempo e de um pouco de recursos para que os novos pais façam essa viagem inédita para esse lugar fantástico – a maternidade e a paternidade prazerosa e consciente.
Dicas:
– Site www.aleitamento.com
– Aplicativo aleitamento (gratuito)
https://itunes.apple.com/br/app/aleitamento/id506198319?mt=8
– Livro “Da Gravidez à Amamentação” http://www.aleitamento.com/livraria/da-gravidez-a-amamentacao.asp
– Marque uma Consulta pediátrica pré-natal http://www.aleitamento.com/amamentacao/conteudo.asp?cod=709