Amamentação a Longo Prazo em Mulheres com Diabetes Tipo I
A amamentação pode ser mais difícil em mulheres com diabetes tipo I por causa da morbidade neonatal e valores da glicose sangüínea materna flutuantes. Pesquisadores dinamarqueses realizaram um estudo, recentemente publicado na revista Diabetes Care, com o objetivo de investigar a freqüência da amamentação a longo prazo e os possíveis preditores para uma amamentação bem sucedida.
Um total de 102 mulheres consecutivas com diabetes tipo I foi entrevistado sobre a amamentação utilizando um questionário semi-estruturado, cinco dias e quatro meses após o parto. Os dados clínicos foram coletados de registros médicos.
Cinco dias após o parto, 86% das mulheres estavam amamentando. Quatro meses após o parto, 55 mulheres (54%) estavam amamentando exclusivamente, 14 (14%) parcialmente e 33 (32%) não estavam amamentando, em comparação com 50, 26 e 24% na população conhecida. As mães amamentando exclusivamente em quatro meses foram caracterizadas pela experiência prévia com amamentação, um maior nível educacional e parto vaginal, e incluíram uma alta proporção de não fumantes, enquanto que não houve associações com parâmetros relacionados à presença de diabetes, tais como classe branca, duração de diabetes, HbA1c e dose de insulina na concepção. A prole amamentada teve significativamente um maior peso ao nascimento e idade gestacional e receberam menos freqüentemente glicose intravenosa, em comparação com a prole restante. Os preditores independentes da amamentação exclusiva em quatro meses foram uma experiência prévia com amamentação (odds ratio: 6,3 [IC 95%: 2,4-17]) e um maior nível educacional (7,1 [2,4-21]). A cessação da amamentação foi devida principalmente aos problemas comuns do período de amamentação, como suprimento de leite observado, e não foi relacionada ao estado de diabetes materna.
Os autores concluíram que a maioria das mulheres com diabetes tipo I iniciou a amamentação e que a prevalência desta em quatro meses foi comparável àquela na população conhecida. Afirmaram também que os preditores independentes da amamentação exclusiva em quatro meses foram uma experiência prévia com amamentação e um maior nível educacional.
Uma resenha de Long-Term Breast-Feeding in Women With Type 1 Diabetes – Diabetes Care; 2006; 29:771-774
Clinical Care/Education/Nutrition
Original Article
Long-Term Breast-Feeding in Women With Type 1 Diabetes
Edna Stage, RN1, Hanne Nørgård, RN1, Peter Damm, MD, DMSC1 and Elisabeth Mathiesen, MD, DMSC2
1 Department of Obstetrics, Rigshospitalet, Copenhagen University Hospital, Copenhagen, Denmark
2 Department of Medical Endocrinology, Rigshospitalet, Copenhagen University Hospital, Copenhagen, Denmark
Address correspondence and reprint requests to Edna Stage, RN, Department of Obstetrics, 4001, Rigshospitalet, Copenhagen University Hospital, Blegdamsvej 9, DK-2100 Copenhagen, Denmark. E-mail: [email protected]
OBJECTIVE—Breast-feeding may be more difficult in women with diabetes because of neonatal morbidity and fluctuating maternal blood glucose values. The frequency of long-term breast-feeding and the possible predictors for successful breast-feeding were investigated.
RESEARCH DESIGN AND METHODS—One hundred two consecutive women with type 1 diabetes were interviewed about breast-feeding using a semistructured questionnaire 5 days and 4 months after delivery. Clinical data were collected from the medical records.
RESULTS—Five days after delivery, 86% of the women were breast-feeding. Four months after delivery, 55 (54%) women were exclusively, 14 (14%) were partly, and 33 (32%) were not breast-feeding compared with 50, 26, and 24% in the background population (NS). Mothers exclusively breast-feeding at 4 months were characterized by previous experience with breast-feeding, a higher educational level, and vaginal delivery and included a high proportion of nonsmokers, whereas there were no associations with diabetes-related parameters such as white classes, duration of diabetes, HbA1c, and insulin dose at conception. Breast-fed offspring had a significantly higher birth weight and gestational age and were less often receiving glucose intravenously compared with the remaining offspring. Independent predictors of exclusive breast-feeding at 4 months were previous experience with breast-feeding (odds ratio 6.3 [95% CI 2.4–17]) and higher educational level (7.1 [2.4–21]). Cessation of breast-feeding was mainly due to common nursing problems, such as perceived milk supply, and not related to maternal diabetes status.
CONCLUSIONS—The majority of the women with type 1 diabetes initiated breast-feeding, and the prevalence of breast-feeding at 4 months was comparable to that in the background population. Independent predictors of exclusive breast-feeding at 4 months were previous experience with breast-feeding and higher educational level.