“Antidepressivos podem salvar
a amamentação
e não impossibilitá-la”
Dra. Ibone Olza*
Este poderia ser o título ou a síntese de um novo estudo que confirma o que eu, como Psiquiatra especializada em aleitamento materno tenho verificado nos últimos anos.
Quando uma mãe tem ou teve depressão durante a gravidez ou no pós-parto que exigia um tratamento antidepressivo é muito mais provável receber orientação para parar de amamentar, se tiver que continuar a tomar a medicação. Em vez disso, parar a medicação é um importante fator de risco para problemas com a amamentação e para o desmame precoce. Um estudo dinamarquês e australiano com 368 mulheres que tomavam antidepressivos antes da gravidez, e que deixaram de tomar antidepressivos durante a gravidez ou no período pós-parto apresentaram maior chance de deixarem de amamentar. Em contraste, as poucas mulheres (menos de um terço) que permaneceram em uso de medicação antidepressiva, amamentaram por mais tempo.
O importante é destacar que os benefícios da amamentação superam os riscos (mínimos e para o lactente remoto) de tomar antidepressivo. “Os profissionais devem aconselhar as mulheres que tomam antidepressivos continuar a toma-los durante a amamentação”, concluem os autores.
Espero que muitos psiquiatras e médicos levem estas conclusões em consideração.
Na minha prática, eu percebo com bastante freqüência, nutrizes que foram encorajadas de cessarem a amamentação por tomarem antidepressivos, ou que tenham sofrido enorme pressão e medo sobre os possíveis efeitos para o bebê para ser exposto à medicação no leite materno, o que é simplesmente falso! Ainda existem muitos médicos que se recusam a atualizar as suas competências ou se disponham a procurar fontes seguras sobre o uso de drogas na amamentação, por exemplo, utilizando o site “e-lactancia”.
Texto traduzido por Marcus Renato de Carvalho
*Ibone Olza por ela mesma:
Soy psiquiatra infanto-juvenil y perinatal, investigadora, y escritora.También soy madre de tres hijos. Me preocupa como tratamos a la infancia, a la naturaleza, y nuestra salud y por eso soy también activista. Participo en grupos de apoyo a la lactancia y en defensa del parto respetado, y abogo por una humanización de la medicina en general y de la psiquiatría en particular.
Practico una psiquiatría basada en la evidencia científica. Como psiquiatra perinatal mi objetivo es contribuir a que las mujeres puedan vivir los embarazos y el posparto con el máximo bienestar, sin miedos ni ansiedad, lo que a su vez garantiza que el bebé se desarrolle en un entorno amoroso y con un vínculo seguro.
Como consultora en salud mental perinatal asesoro y formo a profesionales y asociaciones en temas relacionados con embarazo, parto, posparto y lactancia y crianza para conseguir una mejora de la atención sanitaria en esos ámbitos. Fonte: www.iboneolza.com