O
ato de amamentar é muito mais do que nutrição. É também demonstração de afeto, servindo para aumentar o vínculo entre mãe e filho.
Como será que era a amamentação da criança no tempo de nossas avós ou bisavós? Provavelmente não havia, como hoje, uma infinidade de mamadeiras e chupetas, leites infantis, bicos intermediários de silicone etc. O conhecimento e a técnica da amamentação era passado de mãe para filha, de irmã para irmã, de amiga para amiga. Hoje, com todos os novos papéis desempenhados pelas mulheres, muitas talvez nem teriam visto um bebê sendo amamentado.
Mesmo sobrando informação e comprovação dos benefícios do leite humano e do aleitamento, o desmame precoce é comum. Várias são as “causas” ou desculpas. Vejamos algumas delas:
“A amamentação é instintiva”.
Mito. O aleitamento não é inato, ou um reflexo e não acontece automaticamente. Amamentar é uma habilidade que se aprende. Por isso, é importante prestar atenção em dicas, ler um bom livro atualizado sobre a alimentação ao seio, conversar com outras mães ou procurar grupos de mães, e fazer o pré-natal.
“Não tenho leite” ou “meu leite é fraco”.
Mito. A natureza é sábia, não existe “leite fraco” ou “produção insuficiente de leite”. Existem diferenças entre o leite que a mamãe produz nos primeiros dias pós-parto com o leite depois de uma ou duas semanas amamentado.
O leite materno nem sempre tem a mesma composição. As modificações são importantes e normais. Nos primeiros dias após o parto, as mamas secretam colostro em pequenas quantidades. Esse primeiro leite é riquíssimo e tem aspecto meio amarelado, é mais grosso e é exatamente o que a criança precisa. Chamado também de 1″ vacina, esse primeiro leite contém quase três vezes mais proteínas que o leite maduro, dando uma proteção extra ao bebê contra microorganismos e infecções. Esse leite também é rico em fatores de crescimento que estimulam o desenvolvimento do intestino imaturo do bebê. Portanto, o leite materno não é fraco não.
E ainda tem mais: mães que tiveram parto prematuro produzem durante um ou mais meses, um leite com uma composição maior de proteínas, lipídios e calorias e menor de lactose que o leite maduro.
Mas o que é leite maduro? Depois de uma ou duas semanas, o leite aumenta em quantidade e muda de aspecto e composição. Chamado de leite maduro, ele parece mais ralo que o leite de vaca, dando a impressão de que é fraco. Puro engano. Ele contém todos nutrientes que a criança precisa para crescer. A aparência de aguado é normal. “O leite materno tem 88% de água” explica o pediatra Marcus Renato de Carvalho, especializado em amamentação e puericultura. Ele completa com uma curiosidade, “a mãe que amamenta, dá a seu filho quase um litro de leite por dia”.
Para se ter uma idéia da riqueza e complexidade do leite materno, ele muda sua composição até durante a mamada. No inicio da mamada surge o “leite do começo”, que tem aspecto acinzentado e aguado, mas ele é rico em proteína, lactose, vitaminas, minerais e água. No fim da mamada, o leite que o bebê suga parece mais branco do que o “leite do começo” porque tem mais gordura.
“O bico do seio rachou” ou “meus seios estão empedrados”.
Qualquer problema que os seios apresentem, como ingurgitamento mamário (peitos muito cheios e doloridos), fissuras do mamilo (bico do peito rachado) ou mastite (inflamação da mama), não impedem a amamentação. O que a mãe deve fazer é procurar um profissional de saúde capacitado em aleitamento materno que orientará a amamentação e tratamento do problema.
“Não quero me sentir presa”.
Essa é a pior desculpa. A mãe não pode se sentir presa e nem ficar presa à amamentação. Se ela tem que trabalhar, o desmame total não é a solução. Mesmo que a mãe dê o leite de vaca com fórmula especial para crianças, não a estará protegendo de infecções, o que tornará a visita ao pediatra mais freqüente, assim como o uso de medicamentos. Sem falar que muitas vezes ele não é bem digerido, podendo causar alergias, e ainda por cima, não costuma ser barato. Já o leite materno dá proteção e tranqüilidade, mesmo quando ordenhado e oferecido ao bebê por outra pessoa. Retirar o leite e conservá-lo é muito mais fácil
“Quem fez cirurgia plástica nos seios não pode amamentar”.
Mito. “Muitas mulheres têm implante de silicone ou realizaram cirurgia para redução de busto e acham que não podem amamentar. É verdade, em alguns casos. Mas, na maioria, é possível a amamentação” afirma o pediatra. Não há comprovação de que os implantes de silicone ou outros materiais vazem para o leite. É pouco provável que os implantes causem alguma lesão nos ductos mamários por onde passa o leite, mas pode ocorrer o ingurgitamento. Já, as cirurgias de redução podem causar lesões nos nervos e ductos mamários, mas com o tempo eles se regeneram e voltam a ter sensibilidade.
Benefícios diretos e indiretos da amamentação para a mulher
Acelera a recuperação pós-parto.
0 corpo volta mais rápido ao normal, principalmente o útero.
Menor incidência de depressão pós-parto, menos câncer de mama e ovário, menos chances de ter osteoporose e outras doenças.
Queima mais de 500 calorias por dia, o que ajuda a perder o peso ganho durante a gestação. Incrementa o vínculo e os laços afetivos entre a mãe e filho.
Benefícios da amamentação e do leite materno para o bebê
É o melhor alimento no primeiro ano de vida da criança, principalmente nos primeiros seis meses.
Oferece crescimento e desenvolvimento ótimos, inclusive psíquico.
Protege o bebê de diabetes, infecções respiratórias, otite, alergias, diarréia, infecções urinárias, cáries e má oclusão dentária e outras doenças.
Esse leite tem menor teor de sódio e proteínas, exigindo menor esforço dos rins imaturos do bebê. Tem também menor teor de fósforo, o que favorece maior absorção de cálcio.
Os bebês quase nunca são alérgicos ao leite materno. o As fezes do bebê provocam menos dermatites de fralda.
É o único alimento que contém anticorpos e tem calorias na quantidade certa.
Os bebês amamentados têm menos propensão a ter problemas ortodônticos.
É o mais prático dos alimentos, está sempre pronto para usar, limpo e na temperatura ideal e, é grátis!