ACONSELHAMENTO em AMAMENTAÇÃO:
A Linguagem corporal diz muito e é fundamental
Cuidado, seu corpo pode estar falando o oposto daquilo que você diz.
Marcus Renato de Carvalho. Adaptado de artigo da Endeavor Brasil
Entenda o que é linguagem corporal e como você pode melhorar a sua ao atender as nutrizes.
“O corpo fala”, provavelmente você já ouviu isso por aí, não é mesmo? Ou então, já viveu na pele. Sabe quando uma paciente está com a cara amarrada, parecendo tensa e você sabe que há algo errado, mas a pessoa insiste em dizer que não? É a postura da pessoa que entrega a forma como ela está se sentindo, que transmite ao outro tensão, alegria, relaxamento, medo ou qualquer outra emoção. Isso se chama linguagem ou expressão corporal.
Como cuidador, a linguagem corporal é um aspecto muito importante, que você deve trabalhar. E se você precisa atender mães e precisar apoiá-las na amamentação, mas transparecer insegurança? E se uma nutriz for muito prolixa e ela perceber que você está pensando isso sobre ela? E se você precisar empoderá-la? E se tiver dando uma aula e eles perceberem a tensão e insegurança por trás das suas palavras?
É MUITO IMPORTANTE TRABALHAR A LINGUAGEM CORPORAL,
EM PRIMEIRO LUGAR, PARA QUE SEU CORPO NÃO TE DENUNCIE.
Em segundo, para que você saiba como usá-la a seu favor, transmitindo firmeza, segurança e confiabilidade.
Este artigo traz algumas dicas sobre a importância da linguagem corporal. É importante demonstrar confiança e se apresentar como um profissional disposto a ouvir. Devemos evitar a pressa, já que isso pode ser interpretado pela outra pessoa como um desinteresse. Essa postura aparece de forma subliminar durante a consulta e devemos deixar claro que estamos interessados em ajudar também com a sutileza da linguagem corporal.
Use o tom da sua voz, gestos e expressões para mostrar que está ouvindo o relato de suas dificuldades. Entusiasmo, contato visual e estar posicionado em direção a sua paciente são técnicas utilizadas. Uma linguagem corporal positiva fará com que as lactantes acreditem o que você está dizendo como válido. O jeito como você ouve é tão importante quanto o que você diz.
A seguir confira algumas dicas para aprimorar a sua linguagem corporal:
Cuidado com as diferenças culturais
A Associação Brasileira de Coaching tem um artigo específico sobre esse tema. Conhecer e respeitar a cultura de cada local. Pode ser que um gesto que parece muito normal no Brasil seja ofensivo para uma pessoa de outra nacionalidade.
“Esse aspecto é influenciado por fatores culturais, sociais e psicológicos. O ambiente no qual o indivíduo está inserido irá determinar a forma como ele irá se comunicar. Gestos e expressões não verbais são interpretados de maneiras diversas em um país, região ou até mesmo em uma instituição. Por isso, é fundamental observar e se adequar aos locais ou a nacionalidade da nutriz para se fazer entender da melhor possível”.
Autoconhecimento: o primeiro passo, sempre, é saber quem você é.
Quando um cuidador sabe de suas competências e limitações, ele consegue focar melhor no seu atendimento. O mesmo vale para sua linguagem corporal. Somente tendo consciência de como você se mexe e se expressa é possível aprimorá-la.
“Ter consciência dos sinais que você emite é importante para saber o tipo de informação que se deseja partilhar. Para isso, também é preciso identificar qual postura é a mais ideal para cada situação. Estudos sobre a expressão corporal estão sendo intensificados nos últimos anos por profissionais das áreas de psicologia e sociologia, para identificar os sentimentos e expressões não comunicados por palavras”, traz o artigo.
Quer um toque? Comece a se gravar quando for fazer um atendimento e depois se assista – não tenha vergonha. Esse exercício pode te trazer muitos insights sobre a forma como você se posiciona em uma consulta.
O que a ciência diz…
Outro artigo, da revista Galileu traz algumas dicas (todas embasadas em pesquisas) de linguagem corporal. Em primeiro lugar, você deve investir na sua postura. “Ter uma boa postura não é bom só pelo jeito que os outros te enxergam. Isso também muda a forma como você lida com as coisas ao seu redor. Estudos já comprovaram que pessoas que sentam de forma correta recebem mais elogios ligados a profissão”, aponta a matéria.
Outra recomendação é cumprimentar as pessoas antes e depois da consulta. De acordo com o texto, um simples cumprimento transmite a sensação de cooperação. Pessoas que dão as mãos antes e depois de um atendimento fazem com que as prescrições sejam mais cumpridas do que profissionais que vão direto para o assunto. Além disso, um aperto de mão firme passa a confiança.
Além disso, a matéria traz a informação de que um estudo da Universidade de Duke. Descobriu-se que 125 Hz é a frequência ideal para um som agradável e que pessoas que falam mais baixo têm mais autoridade em um grupo.
Por fim, vale lembrar do bom e velho “tapinha” nas costas ou um leve toque onde culturalmente isso é bem aceito.
De acordo com estudo realizado pela Universidade de Cornell, o toque nas costas pode transformar as pessoas. Os “tapinhas” podem transmitir uma cumplicidade, o que faz com que os pacientes se sintam mais compreendidos.
Bom, agora você já conhece um pouco mais sobre linguagem corporal. A mensagem que fica é: você sempre pode aprender algo novo e melhorar sua postura enquanto cuidador e aconselhador em amamentação.
Convite:
V Oficina de Introdução à Prática do Aconselhamento em Amamentação
20/8/2016 Fortaleza, Ceará, Brasil Inscrições: [email protected]