A NUTRICIONISTA e a AMAMENTAÇÃO
Por Cléia Costa Barbosa*
O Papel da Nutricionista na Promoção, Proteção e Apoio ao Aleitamento Materno
O nutricionista serve a quem? A quem come, necessita de cuidados, atenção alimentar e nutricional, com segurança, qualidade e quantidades, preferências saudáveis, em todas as fases da vida. Partindo da premissa dita por Hipócrates: “Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio” e do direito humano à alimentação adequada e sustentável (DHAAS).
O nutricionista é o profissional responsável pela alimentação adequada em todas as faixas etárias. Atua na prevenção, promoção de uma melhor qualidade de vida, e recuperação da saúde humana, com cientificidade, e, conhecimentos sobre bioquímica, biodisponibilidade de nutrientes nos alimentos in natura; nas preparações/armazenamento e metabolismo, anatomia, fisiologia e histologia, nutrição, educação alimentar, condições sociais, econômicas e psicoemocionais, protegendo a saúde desde antes da gravidez.
Compreende a anatomia e fisiologia da glândula mamária e do sistema digestivo do lactente, conhece a técnica de amamentação e sabe prevenir e tratar os problemas que podem complicar o processo de amamentação. A amamentação é o primeiro passo para a qualidade de vida do lactente e muito contribui para a saúde da mãe e para a sociedade.
Apesar da lactação ser um processo natural, o aleitamento materno requer uma destreza, que às vezes, deve ser aprendida tanto pela nutriz como pelo lactente e familiares.
Preferencialmente o nutricionista, como qualquer outro profissional deve se manter atualizado sempre e como sugestão se capacitar no curso sobre a Norma Brasileira para Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de primeira infância, bicos, chupetas e mamadeiras – NBCAL (Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar – IBFAN) e também sobre o Aconselhamento em Aleitamento Materno (MS/UNICEF/OPAS) e tantos outros que acharmos necessários, observando sempre se não há conflitos de interesses e melhores atendimentos ao binômio mãe e filho.
É importantíssimo a proteção ao aleitamento materno e a escuta da mãe ao amamentar seu filho(a). Ao buscarmos apoiar a nutriz nos aspectos de um aleitamento materno bem-sucedido, sem traumas físicos inclusive, devemos fazer uma escuta ativa, que já era conhecida por Freud como “atenção flutuante”. Essa técnica nos dá condições de ouvir, analisar e perceber o que está por detrás das palavras ditas e não ditas (expressões, choro…), nos possibilitando mais interação e identificação de possíveis traumas infantis e novas possibilidades de atuação como profissional no manejo do aleitamento materno.
Quando colocamos em prática as técnicas de aconselhamento (1) como a escuta ativa, sem julgamentos e com uma ou duas sugestões relevantes, podemos auxiliar com mais eficiência o binômio mãe e filho(a) e, mais, observar suas dificuldades iniciais com a técnica da amamentação e verificar os fatores e emoções associados com a presença de problemas inconscientes, que muito agravam a falta de êxito nesse processo.
Investigar e analisar a situação, relacionando o que se fala com o contexto e com o inconsciente não acessado, percebendo a rede de apoio à mulher, podemos identificar lacunas e falta de capacidade de muitos, para promover o aleitamento materno pleno e fortalecimento da mulher e da sua prática nesse momento.
Quando a emoção vem à tona, muito pode vir a ser conhecido, a mulher deparando com sua dor, a carga que carrega pode vir a ser diminuída, até disseminada, pois ela observa algo que parece novo, mas nada mais é que o inconsciente, que é atemporal agindo e com palavras adequadas, o profissional pode fazer vir a acessá-lo, com uma nova perspectiva, vendo e ressignificando o conteúdo. Deixando tudo mais claro, aceito e permitindo seguir em frente com que se tem. As associações ficam mais nítidas e explicam sem dualidade o que está emergindo, dando oportunidades de fazer diferente, sem culpas e mais leve.
Cabe a rede de apoio auxiliar e aos profissionais capacitados pôr em prática ações que possam facilitar o entendimento da mãe sobre os seus sentimentos, como lidar com a situação da melhor maneira possível e propor ações acessíveis para todos, para que o aleitamento materno ocorra com maior êxito.
Pesquisas destacam que muito se fala para a mulher conseguir amamentar, com muitas opiniões e atitudes que colocam sua capacidade e autonomia em xeque, muitas vezes desestruturando–a ao invés de termos empatia e percebermos como o meio está intervindo na dinâmica, levando inclusive a gastos desnecessários e muitos traumas mais exacerbados.
A mulher nessa fase da vida, como gestante e nutriz, sente à flor da pele muitos hormônios e esses devem ser os motivos de tantas alterações psicológicas e fisiológicas em conjunto com resgates da alma. E com a melhor técnica de escuta, inclusive, relacionando a fala com o que ainda está no subconsciente, podem ser vistos o todo como foi, é.…investigando, analisando, interpretando, vivenciando e ressignificando, e assim, vindo a facilitar o processo de amamentação e da própria vida da mãe e do bebê.
Passando a trocar traumas por desenvolver habilidades, decidindo recomeçar a sua história como mãe, pai… buscando substituir o “era uma vez” pelo “ é dessa vez” que vou fazer por minha conta, porque acredito e sei o que me é possível fazer nesse momento. Sou capaz! E assim deixar fluir o saber e a prática do aleitamento materno para ser exercida com deleite, visão ampliada; alcançar avanços em busca da concretização de maneira independente, com mudança de foco e alcance de melhores resultados a curto, médio e longo prazo. Fazendo acontecer com mais êxito, desenvolvendo competências e sentindo-se mais inteira, deixando o vínculo entre mãe-filho(a)-pai acontecer e a vida seguir em frente. O inconsciente acessado, não negligenciado, visto, valorizado e, percebida toda a sua extensão, torna-se consciente e agora pode ser analisado e até mesmo reparado, com condução eficiente.
As próximas ações nesse novo aprendizado da mãe/bebê podem ser realizadas com maior sucesso, com uma base mais sólida e promissora. O profissional a partir da escuta pode auxiliar com informações pertinentes, com adequação da pega da aréola mamilar, posicionamentos do bebê ao peito da mãe, ordenha do leite materno, alimentação, novas sugestões para ela, para a rede de apoio (com distribuição de tarefas e cuidados) e todos colherem ótimos frutos no presente e no futuro, principalmente o bebê, por ser alimentado pelo leite materno exclusivamente até seis meses, em livre demanda e continuado por dois anos ou mais (amamentação expandida), mostrando a nutriz também o quanto se beneficia por essa prática, bem como toda a sociedade.
Com visão clara sobre a lei de proteção contra o marketing das propagandas enganosas, que podem influenciar na diminuição do aleitamento materno e consequentemente, causar mais danos à saúde: “Não aceitar patrocínio das indústrias de alimentos infantis, mamadeiras e bicos, dos laboratórios farmacêuticos, da indústria bélica, de cigarros e de bebidas alcoólicas, por entender que isto envolveria um sério conflito de interesses e uma conduta não ética (MS, Lei 11.265/06). Em tempos modernos, deve atentar para posicionamento profissional também na mídia, seja como conselheiro, consultor, coach em aleitamento materno; com ética, respeito, inclusive às diretrizes do Conselho de nutricionistas.
Este suporte profissional do nutricionista deve ser prestado durante o controle do pré-natal, durante o parto, no puerpério, na infância e em outras atribuições/ações a serem realizadas com visão no aleitamento materno.
No Pré-Natal
1- Educar a mãe sobre as vantagens da amamentação exclusiva e continuada, já que, neste momento, as mulheres estão muito sensíveis a aprender o necessário para fazer o melhor para os seus filhos.
2- Ensinar sobre o funcionamento da produção do leite materno e as técnicas de amamentação de forma prática, lúdica e, de preferência, individualmente, ou através de dinâmicas de grupo.
3- Assegurar à gestante poder da amamentação, que seu leite é perfeito e adequado. Não oferecer chá, água, outros leites, frutas e feijão ou qualquer outro alimento, ou líquido antes dos seis meses de vida, estimular a amamentação exclusiva (criança receber leite materno direto da mama ou ordenhado de sua própria mãe ou de doadora devidamente pasteurizado) e, após o sexto mês, manter a amamentação prolongada e outros alimentos saudáveis, da safra.
4- Informar à gestante sobre o manejo no aleitamento materno, tranquilizando-a nos momentos de dúvida ou dificuldade, e ajudando-a a superar todos os obstáculos, buscando apoios, quando necessário.
5- Efetuar o exame das mamas, se permitido, objetivando acalmar a mãe quanto a crenças, tipos de mamilos (tróficos, planos, hipertróficos, umbilicados, pequenos, grandes) e suas reações/estímulos no ato de sucção. Lembrá-la de que a pega adequada é na aréola.
6- Conscientizar a família sobre a importância de apoiar a mulher que amamenta, de fazer parte da rede de apoio capacitada com criticidade reflexiva, compartilhando os desejos da mãe e diminuindo os desafios.
7- Prestar especial atenção à alimentação da gestante, a seu ganho ponderal, ao aporte de nutrientes específicos, atendando para novas diretrizes e diminuição de tabus alimentares.
8- Realizar o acompanhamento nutricional da gestante fazendo as devidas orientações. Contribuir para a Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN), inclusive com apoio ao preenchimento da caderneta da gestante.
9- Auxiliar no apoio psicológico às mães, a partir da alimentação (desejos e dúvidas) e reais necessidades do seu corpo e mente, com esclarecimentos de práticas integrativas.
10- Realizar dietoterapia adequada ao diagnóstico médico, com acompanhamentos periódicos.
Período Puerperal na Maternidade
1- Estimular a amamentação em livre demanda até os seis meses de vida. A regulação fisiológica da produção de leite é baseada nas necessidades do lactente, não devendo interferir nos horários das mamadas. E manutenção após dois anos de idade ou mais.
2- Orientar sobre o leite materno como uma importante fonte de nutrientes sempre e salientando que o desmame precoce é importante causa de desnutrição, obesidade e suas complicações.
3- Mostrar às mães a correta técnica de amamentação, supervisionando e corrigindo- a durante o período de internação, para prevenir problemas como dor, fissuras ou congestão mamária e assim ajudar no êxito da amamentação com suporte profissional.
4- Observar as primeiras mamadas, apoiando e transmitindo confiança à nutriz, emponderando– a ser ativa nesse processo.
5- Dar aos recém-nascidos somente leite de peito, sem nenhum outro alimento ou bebida, a não ser que esteja clinicamente indicado pelo nutricionista e/ou pediatra. (Passo 6 para o Sucesso do Aleitamento Materno – OMS/UNICEF).
6- Orientar as mães para não oferecer chupetas aos recém-nascidos amamentados. Os lactentes apresentam dificuldades para mamar depois de haverem usado chupetas ou bicos, além de tantos outros malefícios que causam.
7- Mostrar às nutrizes como manter a amamentação, inclusive quando forem separadas de seus filhos.
8- Ensinar de forma prática a extração manual do leite para evitar o ingurgitamento mamário e manter a produção de leite; como armazenar o leite humano ordenhado e oferecê-lo ao lactente, utilizando utensílios como copo, colher.
9- Cumprir e divulgar a NBCAL. LEI 11.265 de 3 de janeiro de 2006, disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11265.htm;
o decreto 9579 de 22 de novembro de 2018, disponível em: https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/650707328/decreto-9579-18;
As RDC n.º 222 de 5 de agosto de 2002, disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/res0222_05_08_2002.html e
RDC n.º 221, de 5 de agosto de 2002, disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/res0221_05_08_2002.html.
10- Estimular o vínculo entre mãe, pai e bebê. Pai não é rede de apoio! Diante da inter-relação, convidar a refletirem os componentes para obterem um ambiente favorável para a amamentação.
11- Orientar sobre os desgastes causados por hormônios, mudanças de rotina, trabalhos excessivos, estresses.
12- Orientar no preparo de refeições nutritivas, oportunas, palatáveis, com adequado porcionamento, armazenamento/congelamento.
No Parto
1- Apoiar o parto humanizado.
2 – Cuidar de sua alimentação, oferecer alimentação durante o pródomos (contrações iniciais) e durante as fases do parto, conforme aceitabilidade, especialmente em trabalhos de parto prolongados e pós-parto.
3 – Promover o começo imediato da amamentação, inclusive durante a sua permanência na sala de parto – hora de ouro.
4- Apoiar a mãe ao iniciar a primeira mamada, assegurando que esta resulte numa experiência satisfatória.
No Puerpério e pós-alta da Maternidade
1- Realizar completa anamnese alimentar, efetuar a antropometria do recém-nato (inclusive comparando o peso do nascimento e o de alta, atentando também para outros parâmetros), verificar o tipo, a quantidade, a frequência das evacuações e micções, sono, práticas de atividades físicas e problemas encontrados; a alimentação do bebê, o uso de medicamentos pela dupla; estado de ânimo da puérpera e possíveis distúrbios emotivos, problemas psicossociais.
2 – Auxiliar na identificação de gatilhos que possam levar a dificuldades e desmame, indicando apoios e dicas para superar em tempo hábil.
3 – Pesar a nutriz (comparar o peso e outras medidas antes e durante a gravidez e após os seis meses de vida do bebê) e examinar as mamas, sempre com prévio consentimento, para percepção de possíveis intervenções.
4 – Revisar a técnica de amamentação e reorientar, se for preciso, o manejo (pega, posição e estímulo a amamentação), sempre que se fizer necessário.
5 – Assegurar que a nutriz tenha uma alimentação completa, de qualidade e variada, tentando aumentar a ingestão calórica e hidratação, quando necessário.
6 – Lembrar à mãe que muitas substâncias que ela ingere passam para o leite e, portanto, para o lactente; por isso deve evitar bebidas alcoólicas, ingestão excessiva de temperos e condimentos e, alimentos com agrotóxicos e produtos artificiais (conservantes), evitando ultraprocessados.
7 – Orientar sobre a composição do leite materno e das suas alterações em relação às necessidades do seu filho (a) e o seu período de vida, com atenção às novas descobertas cientificas e desmistificando conceitos, auxiliando na diminuição de possíveis dificuldades.
8 – Perceber e orientar sobre os sinais de prontidão para amamentar/alimentar e sobre saciedade do bebê.
9- Orientar sobre o desmame e as técnicas adequadas da alimentação complementar, oportuna, adequada, variada, saudável, segura e sustentável.
10 – Orientar para evitar a automedicação e evitar o fumo. Quando a mulher é tabagista, substâncias tóxicas passam para o leite, e deve-se atentar para os males ocasionados ao fumante passivo.
11 – Apoiar e incentivar o grupo de mães, pais, avós, cuidadores, proporcionando uma fonte de informações pertinentes, apoios, ajuda mútua às lactantes e sobre o desenvolvimento da criança.
12- Orientar mães/cuidadores sobre o retorno ao trabalho e apoio à manutenção da amamentação.
13- Atentar para a real necessidade de suplementação de nutrientes vitamínicos e minerais e acompanhar.
Atribuições Específicas ao Nutricionista em Unidades de Saúde e Núcleos e Apoio a Saúde da Família
O nutricionista é um dos profissionais que compõem a equipe NASF, e suas ações baseiam-se nas diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), e na sua atualização, no dia 17 de novembro de 2011, pela Portaria nº 2.715, foi reforçada a vigilância alimentar e nutricional e ampliada a sua importância para a organização da atenção nutricional no Sistema Único de Saúde (SUS), objetivando a análise permanente da situação saúde individual e coletiva com execução de estratégias e práticas de promoção, proteção e recuperação da saúde mais adequadas ao enfrentamento dos problemas existentes de insegurança alimentar e nutricional, como desnutrição, excesso de peso, obesidade e doenças crônicas não transmissíveis. Esse profissional busca desenvolver e fortalecer as ações de nutrição no âmbito da atenção básica, sendo crítico reflexivo sobre alimentação saudável, prevenção e controle de doenças associadas à má alimentação realizadas, com atenção para melhor começo para a vida: Aleitamento Materno – 1º. passo para a qualidade de vida saudável, equilibrada e sustentável!
Deve- se articular e estimular atividades intersetoriais com foco constante na promoção, proteção e apoio junto a Atenção Básica e Comitês de Aleitamento Materno. Essas ações geraram discussões e novos planejamentos, como a construção do Plano de Ação para Implementação da Política Nacional de Alimentação e Nutrição no município, os Planos Municipais pela Primeira Infância, com as atividades coletivas (igual para todas as ESF) e específicas a serem firmadas com cada UBS/local, que são: monitorar e enviar relatório mensal de aleitamento materno; realizar, monitorar e enviar relatório das pactuações realizadas para a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil – EAAB/MS, apoiando a construção do plano de ação para promoção de alimentação saudável e prevenção e controle dos agravos nutricional, apoio à amamentação; apoio ao cumprimento das condicionalidades de saúde; promoção do Agosto Dourado e outras campanhas , com ações específicas para gestantes, crianças até 6 meses de vida, de 7 meses a 10 anos, alertando para o diagnóstico e monitoramento do estado nutricional, avaliação do consumo alimentar, do crescimento e desenvolvimento da criança para detecção precoce de problemas relacionados às curvas descritas na Caderneta de Saúde.
“É obrigatória a participação de nutricionistas em equipes multidisciplinares enviadas por entidades públicas ou particulares e destinadas a planejar, coordenar, supervisionar, implantar, executar e avaliar políticas, programas, cursos nos diversos níveis, pesquisas ou eventos de qualquer natureza, direta ou indiretamente relacionados com Alimentação e Nutrição, bem como elaborar e revisar legislação e códigos próprios desta área” (Lei de 17 de dezembro de 1991, que reformula a lei n 5.276 (1), e regulamenta a profissão do Nutricionista).
Outras ações a serem realizadas pelo profissional nutricionista, com visão no aleitamento materno
1 – Gerenciar o banco de leite humano, inclusive responsabilizando-se pela distribuição do leite ordenhado e pasteurizado. Atentando para as ATRIBUIÇÕES ESPECÍFICAS AO NUTRICIONISTA EM BANCOS DE LEITE HUMANO, SEGUNDO A RESOLUÇÃO CFN Nº200/1998: -Incentivar o aleitamento materno; – Promover campanhas para captar doadoras de leite humano, divulgando as atividades do Banco de Leite Humano; – Garantir a qualidade higiênico-sanitária do leite humano, desde a coleta até a distribuição; – Estabelecer controle quantitativo do leite humano coletado e distribuído; – Promover orientação, educação e assistência alimentar e nutricional às mães; – Promover orientação e educação alimentar e nutricional à família e à comunidade; – Participar do planejamento e execução de programas de treinamento para pessoal técnico e auxiliar; – Integrar a equipe transdisciplinar com participação plena na atenção prestada ao cliente; -Desenvolver estudos e pesquisas relacionados à sua área de atuação; – Colaborar com autoridades de fiscalização profissional e/ou sanitária; -Colaborar na formação de profissionais na área de saúde, orientando estágio e participando de programas de treinamento; – Efetuar controle periódico dos trabalhos executados, observando o pertencimento a Rede de Bancos de Leite Nacional e providenciando documentação específica, inscrição e capacitação.
2- Estimular e orientar a alimentação responsiva (Feeding Guidelines, 2017) e a prática adequada de doação de leite ordenhado, de acordo com as normas de biossegurança da rede de Bancos de Leite Humano (RBLH-Fiocruz).
3- Capacitar funcionários de instituições e entidades, para coleta domiciliar, transporte e armazenamento do leite humano doado e participação efetiva em campanhas de incentivo ao aleitamento materno.
4 – Promover parcerias sem conflitos de interesses (e tipo consórcio entre prefeituras de cidades circunvizinhas), para o funcionamento efetivo de Bancos de Leite Humano, Postos de coleta, Salas de apoio à amamentação, creches.
5 – Apoiar o aperfeiçoamento para grupos de apoio à amamentação (estagiários, voluntários, corpo de bombeiros, correio, PROCON, Vigilância Sanitária – VISA, profissionais da área da saúde, educação, ação social, humanas e meio ambiente, etc.).
6 – Participar de organizações não governamentais que apoiem, promovem e protegem a amamentação, como a IBFAN (Rede Internacional do Direito de Amamentar) e outras.
7 – Ser membro ativo de Comitês, como o de Morbimortalidade e de Incentivo ao Aleitamento Materno, com interação com outros, sempre conciliando ações em prol da amamentação.
8 – Recomendar hábitos alimentares corretos. Organizar oficinas, grupos operativos, educação continuada. Auxiliar na promoção à saúde. A Nutrição é qualidade de vida e ser amamentado é um dos primeiros diretos da criança a ser respeitado.
9 – Contribuir para a construção, efetivação, vigília das Políticas de Segurança Alimentar e Nutricional e Políticas específicas de Aleitamento Materno. (Recorra à Lei sobre Segurança Alimentar e Nutricional- Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006, e seus conceitos)
10 – Atentar para a agenda 2030 e contribuir para o alcance das metas dos objetivos do desenvolvimento sustentável –ODS.
11- Realizar, apoiar ações efetivas, relevantes, eficazes e impactantes durante a Semana Mundial do Aleitamento Materno, Agosto Dourado no Brasil, durante todo Ano Dourado, com atividades também no Dia/Semana Nacional de Doação de Leite Humano (19/05) e Dia Mundial da Proteção do Aleitamento Materno (21/05) e atentar às leis instituídas em nível estadual e/ou municipal, aos planos de apoio à primeira infância, qualificação/capacitação de outros profissionais, à interação entre redes dos SUS, serviços privados e do terceiro setor.
12- Aplicar o Estatuto da Criança e do adolescente – ECA, LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990. Atentar para os artigos 4º, 7º, 8º e a Lei 13.436/17que altera o ECA no art. 10:
· Para garantir à direito a acompanhamento e orientação à mãe com relação à amamentação
O art. 10 passa a vigorar acrescido do seguinte inciso VI: “acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente.” E é válida para os demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes.
13- Contribuir para conquistas de títulos relacionados, para a comunidade e em tempos de pandemia COVID -19 e outras sazonais, e tragédias: manter o aleitamento materno, pois os benefícios continuam superando os riscos de transmissão e é proteção para a vida toda; estimular medidas seguras, também nas catástrofes.
“Mãe, se seu ventre gerou vida, seu seio pode gerar saúde. Amamente!” (Dirlene – Frase vencedora do concurso realizado entre os funcionários do Hospital Santa Casa da Misericórdia de Ouro Preto/MG, que recebeu o título de Hospital Amigo, do Ministério da Saúde, em 1998).
Dra. Ciências Biológicas, área Epidemiologia no NUPEB-Núcleo de Pesquisas / MSc em Engenharia ambiental-Uso e Conservação de Recurso Hídricos, e, Especialista em Nutrição e Dietética pela UFOP.
Conselheira em Aleitamento Materno. Avaliadora/Tutora: IHAC/EAAB/SAMT – Ministério da Saúde. Sensibilizadora do Método Canguru e Multiplicadora da Avaliação do Frênulo.
Membro da Rede IBFAN Brasil- International Baby Food Action Network, da SOMAM- Sociedade Mineira de Incentivo ao Aleitamento Materno, da Aliança Alimentação Saudável –Núcleo MG. Presidente do Comitê Estadual de Aleitamento Materno/MG. Mentora do Movimento Ouro Preto pela Infância- MOPI.
Bibliografia
– Páginas eletrônicas:
• www.ibfan.org IBFAN – Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar.
• ____________. IBFAN. Breastfeeding Briefs N° 48-49, December 2010
• http://worldbreastfeedingweek.org/.WABA- World Alliance for Breastfeeding Action – Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno.
• www.aleitamento.org.br novembro, 2003.
• www.aleitamentomaterno.wix.com/inicio
• https://rblh.fiocruz.br/pagina-inicial-rede-blh
– Aconselhamento em amamentação: um curso de treinamento, OMS/UNICEF transparências da edição em português, Instituto de Saúde, maio de 1997.
– Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. A legislação e o marketing de produtos que interferem na amamentação: um guia para o profissional de saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – 1. ed., 3. reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 114 p.: il.
• Lei LEI 8.234, de 17 de setembro de 1991. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1989_1994/l8234.htm
• LEI 11.265 de 3 de janeiro de 2006. Disponívelem: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11265.htm
• 2- Decreto 9579 de 22 de novembro de 2018. Disponível em: https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/650707328/decreto-9579-18
• 3- RDC n. º 222 de 5 de agosto de 2002. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/res0222_05_08_2002.html
• 4- RDC n.º 221, de 5 de agosto de 2002.Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2002/res0221_05_08_2002.html
– Feeding Guidelines for Infants and Young Toddlers: A Responsive Parenting Approach https://healthyeatingresearch.org/wp-content/uploads/2017/02/her_feeding_guidelines_report_021416-1.pdf , fev 2017.
– Manejo e promoção do aleitamento materno: curso de 18 horas para equipes de maternidades. OMS/UNICEF/Ministério da Saúde, janeiro de 2003. (e revisões)
– Promoção do aleitamento materno nas instituições de saúde: curso intensivo para planejadores e gestores de saúde.
– OMS/Wellstart International. Transparências da edição em português, Instituto de Saúde/IBFAN Brasil, 1999.
– Victora CG, Aluísio J D Barros AJD, França GVA, et al. Breastfeeding in the 21st century: epidemiology, mechanisms, and lifelong effect. Lancet 2016; 387: 475–90
– y de 2 a 8 años https://healthyeatingresearch.org/research/evidence-based-recommendations-and-best-practices-for-promoting-healthy-eating-behaviors-in-children-2-to-8-years/
Agradecimentos
As Mães, pais, avós/cuidadores, meus filhos e as crianças que me fazem acreditar em um futuro promissor.
Ao Marcus Renato pelo estímulo e à Magda Salmen pela colaboração na revisão.
As Instituições que muito já contribuíram e contribuem para o meu aprendizado em Aleitamento Materno:
– CEAM – Comitê Estadual de Aleitamento Materno de MG
– MOPI – Movimento Ouro Preto pela Infância, o qual sou mentora.
– rBLH – Rede de Bancos de Leite Humano, que por muitos anos fiz parte profissionalmente.
– Rede IBFAN – Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar
– SOMAM – Sociedade Mineira de Aleitamento Materno.
O NUTRICIONISTA e a AMAMENTAÇÃO Atualização do original publicado aqui em 2011