Organização Internacional do Trabalho:
Amamentar filhos no trabalho é bom para a economia
OIT defende espaço para amamentação em locais de trabalho
Para Guy Ryder, as mulheres que têm benefícios no local de trabalho valorizam os seus empregadores, o que, na sua opinião, conduz à “satisfação no emprego e lealdade”.
Fonte: Agência Brasil
O diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, disse nesse sábado (1º) que “faz sentido econômico” garantir que as mães disponham de tempo e espaço para amamentação dos filhos no emprego.
Em declarações à Rádio ONU, Guy Ryder afirmou que assegurar a proteção adequada, tempo e espaço para a amamentação no trabalho “não só é a coisa certa a ser feita”, mas também “é lucrativo”.
A mensagem do diretor da OIT foi feita no momento em que se inicia a Semana Mundial da Amamentação, que começou no início dessa semana, sob o tema “Amamentação e Trabalho“. Segundo Ryder, a amamentação no emprego é fundamental para o aumento das taxas de aleitamento materno.
Ele lembrou que muitos países têm “relevantes legislações nacionais” sobre a criação de espaços para amamentação no local de trabalho ou próximo dele. Ryder ressaltou que a maioria dos cerca de 830 milhões de mulheres que trabalham no mundo não tem proteção adequada na maternidade. Dessas, quase 80% estão na África e na Ásia.
Na mensagem, reproduzida no site da Rádio ONU, o diretor da OIT explicou que as mulheres com trabalho precário enfrentam mais obstáculos para continuar amamentando seus filhos. Ele afirmou que as mães de países mais pobres “recebem menos proteção e precisam de apoio e serviços em casa, no local de trabalho e na comunidade”.
Para Guy Ryder, é “hora de mobilizar governos, empregadores e associações de trabalhadores para que eles atuem de forma organizada nas áreas de saúde, nutrição e igualdade de gênero”, de modo a “garantir que as mulheres amamentem durante o trabalho”.
Todos os anos, em todo o mundo, as mulheres produzem cerca de 23 bilhões de litros de leite humano – o padrão ouro da alimentação de lactentes, que é de longe, muito melhor do que a mais avançada fórmula infantil industrializada. O leite materno é tão precioso, que os serviços de saúde em vários países pagam centenas, mesmo milhares de dólares por ele. Nenhum país pode se dar ao luxo de desperdiçar esse precioso recurso humano.
Dra. Julie P. Smith – Universidade Nacional Australiana, Camberra.
PS: No Brasil, por lei, o leite humano não pode ser comercializado em nenhuma hipótese.