Luiza Tomé é a madrinha da campanha que a Sociedade Brasileira de Pediatria lança na Semana Mundial da Amamentação
A atriz Luiza Tomé – que posou amamentando seus filhos gêmeos, Adriana e Luigi – é a madrinha da campanha que a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e as Sociedades de Pediatria dos Estados e do Distrito Federal lançam este ano durante a Semana Mundial da Amamentação (SMAM). A foto está no cartaz que será distribuído a hospitais, postos de saúde, escolas e outras instituições. Também um folheto, com orientações para uma boa amamentação foi produzido. No dia 07 de outubro, data de encerramento da SMAM e da abertura do Congresso Brasileiro de Pediatria, Luiza Tomé receberá a homenagem dos pediatras, às 15h, no Centro de Convenções ITM-Expo, à av. Eng. Roberto Zuccolo 555, Vila Leopoldina, São Paulo (localizado no entroncamento das duas marginais, Pinheiros e Tietê).
Luiza também é mãe de Bruno, hoje com 5 anos, e que foi amamentado exclusivamente no peito até quase sete meses. Apoiada pelo marido, o empresário Adriano Facchini, pretende amamentar os gêmeos “o máximo possível” e muitas vezes o faz com os dois ao mesmo tempo: “Quando vejo as duas cabecinhas, quatro olhinhos me olhando…é muito lindo, muito fofo mesmo!”. A atriz também conta que sempre teve consciência da importância da amamentação para a saúde das crianças e para a relação de afeto entre a mãe e o bebê. Mas que, principalmente, tinha um grande desejo de amamentar. “O leite começa na cabeça”, acredita. Luiza critica as mulheres que não amamentam com medo dos seios caírem e diz que depois de amamentar Bruno “tudo voltou ao normal”. A atriz considera a experiência “divina” e também muito prática:
“Não tem que esterilizar nada. Se está no meio de uma viagem, o neném começa a chorar, você pára o carro no acostamento, amamenta e segue em frente”.
Também declara que, quando os gêmeos nasceram, com 2.320 e 2.480 kg, teve um certo receio de que não pegassem o peito, mas foi ajudada pelas enfermeiras do Hospital Einstein: “É muito bom quando alguém dá força”. “Tive muito colostro, tenho muito leite”, se orgulha.
Este ano, o tema escolhido pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (WABA), é
“Amamentação no mundo globalizado. Pela justiça e pela paz”.
Segundo a presidente do Departamento de Aleitamento Materno da SBP, dra. Elsa Giugliani, “num mundo cada vez mais voltado para a produção, onde o ter é mais valorizado que o ser, qualquer ato que promova a humanização das sociedades é desejado e este é o papel adicional da amamentação”. Dra. Elsa lembra que, por ser um ato tão íntimo entre dois seres e por ser permeado de carinho, “acredita-se que o aleitamento materno tenha um papel no desenvolvimento psíquico das pessoas, tornando-as aptas a se relacionarem de forma saudável. Como a violência é uma forma perversa de relação entre as pessoas, é ainda possível que a ausência de amamentação exerça alguma influência nas taxas de violência atuais”. A pediatra acrescenta: “É claro que a violência é decorrente de diversos fatores, de ordem econômica, psíquica, social e seria ingenuidade acreditar que a amamentação, como fator isolado, fosse solucionar o problema. Mas tenho convicção de que a paz interior gerada pelo ato de amamentar pode ser exteriorizada, contribuindo para a paz mundial”.
Dr.Lincoln Freire, presidente da SBP, ressalta que o aleitamento materno é a primeira oportunidade de criação do vínculo afetivo entre a mãe e o bebê depois do nascimento, fortalecendo os laços entre eles: “Sabemos da importância de que as famílias sejam estruturadas com forte vínculo de afeto. Esta é a base para a saúde mental e física. É o que faz com que as crianças sejam alimentadas, cuidadas, educadas”.
No entanto, apesar da recomendação da Organização Mundial da Saúde ser de aleitamento materno exclusivo por seis meses, continuando depois, com a adição de outros alimentos, até dois anos ou mais, os dados do Ministério da Saúde apontam que as mulheres brasileiras estão amamentando seus filhos por apenas 23, 4 dias exclusivamente com o leite de peito e 295,9 (9,8 meses) no total, em média. Fortaleza (CE) é a capital com o melhor índice de aleitamento exclusivo (63,6 dias) e Belém (PA) tem a taxa mais alta de aleitamento em geral (566,3 dias). São Paulo registra taxas entre as baixas: apenas 9,2 dias de aleitamento exclusivo e 180, 8 no total.