NA AUSÊNCIA MATERNA: REDINHAS para os PREMATUROS na UTI
Caros Colegas,
Como recebi muitos e-mails sobre a utilização das redinhas em RN, resolvi levar a público, minha experiência, pois acredito que ciência deve ser divulgada e não guardada. Peço desculpas pela demora, pois estava viajando e somente agora consegui redigir este e-mail.
Quero esclarecer que não fiz uma pesquisa sobre o recurso, apenas vou descrever o que presenciei dentro da UTI Neonatal do Hospital Municipal e Maternidade Profº Mário Degni (Jd. Sarah) em São Paulo.
A Rede:
– Foi confeccionada uma rede de crochê, com a medidas que julguei necessárias para que esta ficasse segura e pudesse ser amarrada na incubadora.
– Preferencialmente utilizei a própria faixa que utilizamos para amarrar o bebê na mãe. Por ser de flanela e por termos em abundância.
Nota: verifiquei no congresso a utilização de uma rede em material de nylon ou algo parecido, achei bem interessante e mais adequada.
O bebê:
– Inicialmente elegi o RN que encontrava-se estável, não fazendo uso de oxigênio.
– RN cuja mãe não era presente, por achar que o contato pele a pele da mãe é mais importante que a utilização da rede. Não acho justo privar a mãe e o bebê deste contato para deixá-lo dentro da incubadora.
– RN com comprometimento neurológico confirmado e com manifestação em tônus muscular.
Condições X Tempo:
– obviamente o tempo varia de bebê para bebê.
– o RN era colocado na rede 1:30 após a mamada, ou antes de mamar.
– utilizava a oximetria para verificação da variação de FC e FiO2.
– cianose.
– movimentação do RN.
– Iniciei com 5 minutos, passando gradativamente para 10, 15, 20…até 50 minutos, foi o tempo máximo que utilizei.
– sempre ficava ao lado do RN, nunca deixei o qualquer bebê sozinho.
Resultados X Discussão
– verifiquei que os bebês ficavam confortáveis, na rede. Que ficavam alinhados favorecendo sua organização.
– A rede estimula o sistema vestibular e integração sensorial.
– Percebi que após a retirada do bebê da rede, ocorria uma desorganização importante juntamente com variação de FC e FiO2, levando algum tempo para que voltasse a se estabilizar, com isso havia um gasto energético importante, o qual não soube avaliar se no final valia ou não a pena utilizar este recuso. Esta é uma dúvida que tenho e não consegui responder.
– Em bebês maiores com comprometimento neurológico e manifestação em tônus muscular, o gasto energético foi menor, digo, o tempo para se reorganizar e reestabelecer a oximetria foi menor, portanto diminuindo o gasto energético.
Espero com este relato que aproveitem e que alguém faça algum trabalho para comprovar ou não a eficácia e a utilização das redinhas em RN, acho q lançar mão de mais um recurso que possa ajudar no desenvolvimento psico motor destes bebês que sofrem tanto é de grande valia.
Achei algumas fotos, mas ainda não consegui digitaliza-las, assim que fizer eu envio.
Um abraço para todos,
Ingrid Stoever
[email protected]
* Esta mensagem circulou na lista L-canguru@ no dia 27 de junho de 2005.