Leite materno para fins comerciais?
A última da fabricante de alimentos Nestlé é patentear componentes próprios do ser humano, como o leite materno.
Reportagem publicada (2/10) no site Adital, de notícias da América Latina e Caribe, informou que a agência americana que regula drogas e alimentos (FDA, sigla em inglês) define as células humanas como fármaco, de forma que possam competir com outros produtos registrados.
“O material genético presente no leite materno não pode ser patenteado para fins comerciais”,
assinala texto divulgado pela organização alemã Netzfrauen, informando que a Nestlé tem 2 mil patentes de componentes do leite materno (que contém cerca de 100 mil componentes diferentes). No informe, a organização considera “simplesmente loucura” a concessão dessas patentes e observa que “produtos naturais, sejam humanos ou do mundo vegetal, como as sementes das plantas”, patenteados e propriedades de grandes corporações representam “grande mudança de gestão, que permite somente a eles seu poder e domínio”.
Citando reportagem da BBC, a Netzfrauen aponta que a empresa Prolacta Biosciences, que tem como um dos diretores um executivo da Nestlé (Ernie Strapazon), planeja coletar leite materno de hospitais e comprá-lo em parceria com outras empresas para comercializá-lo no mercado, para os mesmos hospitais.
“Os peitos são das mulheres e o leite que elas produzem lhes pertence”, lembra a Netzfrauen.
Na contramão do comércio, o Brasil possui a maior rede de bancos de leite humano do mundo, de acordo com a OMS, tendo reunido, em 2012, 178 mil mulheres doadoras e coletado 165 mil litros de leite. Milhares de bebês foram amamentados sem a mercantilização do corpo humano.
Fonte: RADIS FioCruz número 136 – Janeiro 2014
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comprove esta denúncia visitando o site da PROLACTA em http://www.prolacta.com/