Parir em tempos da #Covid-19
Assistência Obstétrica: decálogo para garantir a segurança da parturiente e do recém-nascido
10 medidas podem ser implementadas de maneira imediata, mas precisa de uma mudança de mentalidade e da cooperação de muitos.
São milhares de mulheres que darão à luz de março a julho de 2020, por isso é preciso rever a situação dos processos de parto e nascimento em hospitais e maternidades. O objetivo é limitar a circulação e mesmo o acesso ao hospital/maternidade, evitando o circuito das Urgências e Emergências gerais, e revisando a localização protegida para a área de partos no hospital ou referir para outros lugares ou instituições mais exclusivas.
Nosso dever é minimizar as possibilidades de contágio e expansão do coronavírus, protegendo, além dos recém-nascidos, as suas mães e os profissionais de saúde, mediante opções arquitetônicas e técnicas de alto impacto e de implementação imediata.
Todos devem estar dispostos a colaborar, arquitetos, infectologistas, obstetras, neonatologistas, enfermeiras, psicólogas, administradores hospitalares de maneira voluntária e altruísta para colaborar com sua experiência e especialização em relação aos espaços ideais de parto e nascimentos hospitalares, bem como, revisar e analisar os planos hospitalares, e implementar soluções imediatas para cada local.
Decálogo para garantir a segurança de parturientes em tempo de Covid-19
No hospital:
1. Seleção de área exclusiva para atenção obstétrica:
· com centro cirúrgico de uso exclusivo para cesáreas, preferivelmente dentro da área obstétrica.
· Zona isolada e longe da área de pacientes com Covid-19, preferentemente fora do bloco cirúrgico geral.
2. Providenciar um acesso de pacientes à unidade, exclusivo; não pelo mesmo acesso das outras urgências.
3. Estabelecimento de recepção avançada (antes da entrada) para triagem exclusiva para intercorrências obstétricas.
4. Estabelecer circulações diferenciadas desde a entrada para a área obstétrica interna.
5. Sala de parto única: habitações ou outras instâncias que se adequem como salas PPP (pré-parto, parto, pós-parto), e onde a gestante passe o processo completo (dilatação, parto e 2h de pós-parto imediato). Evitar ao máximo o deslocamento das parturientes pelo hospital.
6. Providenciar zona ou quartos de isolamento para casos positivos de Covid-19 em parturientes, para alojamento conjunto mãe-bebê.
7. Disponibilizar espaço de Reanimação Neonatal dentre dessa área adaptada.
8. Em caso de cesárea, realizar a reanimação posterior mãe-bebê na mesma unidade, sem sair dessa área.
9. Alta precoce. Instalar, se possível, seguimento pós-parto por vídeo conferência ou por celular depois da alta, para evitar ao máximo circulação pelas cidades e reingresso e, portanto, a saturação da área obstétrica.
Na Maternidade:
10. Liberar espaço dentro do hospital e separar ao máximo gestantes e parturientes sãs:
· Providenciar um alojamento ou um hotel para realizar partos, vinculado e perto de um hospital de alta complexidade (com UTI Neonatal e de adultos, Banco de Sangue, Banco de Leite etc.)
· Liberar Enfermeiras Obstetras, Obstetrizes ou Parteiras das maternidades, junto com essas profissionais que atuam na Atenção Primária, para destiná-las a atenção domiciliar para as gestantes sadias e de baixo risco.
Imagem de Parra-Müller (vista acima) é muito clara mostrando os níveis de segurança de acordo com as possibilidades em cada local de parto diante da crise sanitária do #Covid-19. Reparem que o Parto em casa e em Casas de Parto ou locais de nascimento extra-hospitalares são as opções mais baixas de contágio do #coronavírus.
Você pode baixar aqui esse Decálogo na versão original em espanhol Decálogo para garantizar la seguridad en pacientes obstétricos y Esquema de Niveles de Seguridad para Embarazadas y Parturientas.
Para qualquer consulta ou esclarecimento, não duvidem de contactar as autoras espanholas: [email protected]
Traduzido e adaptado para o português brasileiro por Prof. Marcus Renato de Carvalho – exclusivo para o aleitamento.com