CIRURGIA CESARIANA apenas quando houver uma indicação baseada em evidência científica
Nas Américas, 4 em cada 10 nascimentos acabam em cirurgia cesariana, superando em muito o preconizado pela OMS.
Genebra / Washington, DC, 10 de abril 2015 (OPAS / OMS) – Cesariana é uma das cirurgias mais comuns no mundo, com taxas que continuam a subir, particularmente na renda média e alta. Embora ela pode salvar vidas, a cesariana é muitas vezes realizada sem necessidade médica, (i. é, uma indicação clínica, e não a vontade do médico) colocando as mulheres e seus bebês em risco para problemas de saúde a curto e longo prazo.
Ainda não estão claros quais são os efeitos das taxas de cesáreas sobre outros desfechos além da mortalidade, tais como morbidade materna e perinatal, desfechos pediátricos e bem-estar social ou psicológico. São necessários mais estudos para entender quais são os efeitos imediatos e a longo prazo da cesárea sobre a saúde.
A nova declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatiza a importância de se concentrar nas necessidades de cada paciente e desencoraja o foco em tentar alcançar uma determinada taxa.
A cesariana pode ser necessária quando o parto vaginal envolve um risco para a mãe ou o bebê, por exemplo, devido ao trabalho de parto (realmente) prolongado, sofrimento fetal, ou porque o bebê está executando em uma posição anormal. No entanto, as cirurgias podem causar complicações significativas, invalidez ou morte, especialmente em ambientes que não dispõem de facilidades para realizar a Cirurgia Segura ou tratar possíveis complicações.
Desde 1985, a comunidade internacional tem considerado a “taxa ideal” para cesarianas deve estar entre 10% e 15%. Novos estudos revelam que, quando a taxa de cesarianas se aproxima de 10% a nível da população, diminui o número de mortes maternas e recém-nascidos. Mas, quando a frequência é superior a 10%, não há nenhuma indicação de que melhorar as taxas de mortalidade.
Estima-se que em geral, a taxa de cesariana excede o ideal. Nas Américas, é de 38,9%, em média, de acordo com dados de 25 países disponíveis.
23% na Europa e 24,1% na região do Pacífico ocidental, segundo os últimos dados disponíveis pela OMS (de 2008). Somente a África (3,8%) e o sudeste da Ásia (8,8%) ficam fora deste fenômeno.
Em alguns países se estabeleceu uma verdadeira “cultura da cesárea’, como no Brasil e no Chile, onde a mais da metade dos bebês nascem por essa intervenção cirúrgica, colocando esses países como os primeiros do mundo nesse procedimento.
Este valor, no entanto, pode ser maior já que em muitos casos não são tidas em conta as cesarianas realizadas no setor privado, que chegam a 80-90% em algumas clínicas/casas de saúde.
Baixe no nosso slide share o DOCUMENTO da OMS
Links: — Información sobre cesáreas por país (OMS) — Centro Latino-americano de Perinatologia (CLAP) de la OPS/OMS |