Mulheres se organizam contra a banalização da cesariana
Lançamento de site no Dia Internacional da Mulher é primeira ação do grupo Parto do Princípio, que reúne 150 ativistas do parto normal em onze estados brasileiros e se prepara para lançar ONG
Parto do Princípio, uma Rede de Mulheres.
Mulheres que gestam, mulheres que parem.
Mulheres que pensam.
Mulheres que têm coragem, que têm desejo.
Mulheres que têm força, que têm doçura.
Mulheres que apóiam outras mulheres.
Mulheres que estendem as mãos,
Que dão suporte.
Que buscam soluções.
Que acreditam no natural.
Mulheres que dão à luz seus bebês,
As outras mulheres e a si mesmas.
Parto do Princípio.
Por uma nova forma de gestar,
parir e maternar.
Por uma nova forma de viver
No 8 de março, Dia Internacional da Mulher, será lançado o site do grupo Parto do Princípio – Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa – veja o site na nossa seção LINKS – Afins.
O site oferecerá informação e “apoio de mãe para mãe” a gestantes que desejam ter um parto normal, mas enfrentam inúmeros obstáculos no sistema obstétrico brasileiro, que registra altas taxas de cesariana (27% na rede pública e 80% na rede particular de saúde).
O site Parto do Princípio estréia com a apresentação dos trabalhos do grupo, artigos de algumas das participantes e um convite para mulheres de todo o país participarem da “rede pela maternidade ativa”.
Em breve, o site lançará também uma galeria de relatos de partos (normais hospitalares, domiciliares e cesarianas) e uma enquete sobre como as mulheres que tiveram partos normais percebem essa experiência. E, claro, muitos artigos das participantes e convidados, sempre repletos de crítica, reflexão e informações alinhadas com as recomendações da Organização Mundial de Saúde sobre gravidez, parto e pós-parto.
Haverá ainda um grande banco de imagens de todos os tipos de partos, uma lista de profissionais humanizados em todo o Brasil, um serviço de apoio online 24 horas, programas educativos de rádio para download, uma seção especial para a imprensa (com pesquisas científicas, sugestões de pauta e imagens de divulgação), textos sobre experiências de sucesso na assistência à gravidez e parto pelo mundo afora, debates entre especialistas, produtos exclusivos da marca Parto do Princípio (camisetas, sacolas, adesivos, cartazes) e uma seção científica com todas as recomendações da Medicina Baseada em Evidências e da Organização Mundial de Saúde.
“A gente quer oferecer apoio de mãe para mãe para mulheres que estão ou planejam estar grávidas em todo o país”, diz Ingrid Lotfi, uma das idealizadoras do movimento. “Uma de nós estará sempre disponível pra conversar e esclarecer dúvidas pelo site, telefone ou mesmo presencialmente”, diz Ingrid. “A sensibilidade é a chave do nosso projeto”, diz Andreza, enfermeira de 24 anos, que não tem filhos, mas está participando da rede.
O lançamento do site é a primeira de uma série de ações previstas pelo grupo Parto do Princípio, que já reúne 150 mulheres voluntárias espalhadas em onze estados brasileiros mais o Distrito Federal (SP, RJ, MG, BA, PR, RS, CE, SC, ES, AM, PE), trabalhando diariamente pela Internet.
Por enquanto, a principal meta da rede de mulheres é ser uma ONG para representar “a voz das mulheres” na luta pela melhoria das condições de atendimento ao parto no país.
Entre as ações previstas estão:
– Construir o estatuto e regularizar a rede como uma ONG ou OSCIP.
– Promover encontros presenciais gratuitos de apoio e discussão sobre gravidez, parto e pós-parto em todas as cidades onde exista uma representante da rede.
– Articular o envio de críticas e reclamações para veículos de comunicação que divulgarem informações equivocadas sobre gravidez e parto.
– Conquistar espaço na mídia para divulgar mais informações de qualidade sobre gravidez e parto, sempre alinhadas com as recomendações da Organização Mundial de Saúde.
– Produzir uma cartilha para divulgação dos benefícios do parto normal e natural e procedimentos envolvidos.
– Oferecer material de divulgação e realizar palestras com informação de qualidade em comunidades locais (igrejas, empresas, escolas, etc).
– Representar a “voz das mulheres que buscam um parto normal e humanizado” em eventos científicos e sociais de saúde da mulher, saúde infantil e saúde reprodutiva (congressos, conferências médicas, feiras).
– Produzir documentários, vídeos e programas de rádio educativos para distribuição e veiculação gratuitas em todo o Brasil.
– Produzir campanhas contra o desrespeito e descumprimento dos direitos da mulher nas instituições públicas e particulares.
– Realizar um Congresso Anual para discussão de conquistas e metas das mulheres na luta pela humanização do nascimento e melhoria no atendimento ao parto no Brasil.
– Promover uma comissão política responsável pela elaboração de documentos, manifestos, abaixo-assinados e articulação de projetos de lei municipais, estaduais e federais.
– Fazer como as Mães da Plaza de Mayo, andar pelas ruas com cartazes de protesto: “Chega de apenas UM acompanhante no parto!”, “Chega destes índices CRIMINOSOS de cesárea em hospitais privados!” ou “Não queremos mais PAGAR para que o pai assista o nascimento do nosso bebê!”
Contatos:
Núcleo Rio de Janeiro
Ingrid Oliveira Lotfi – [email protected]
Tels. (21) 9321-2989 ou (21) 2453-4368
Núcleo São Paulo –
Daniela Buono – [email protected]
Tels. (11) 5536-0182 / 8158-7004