ENCONTRO NACIONAL de GESTAÇÃO e PARTO NATURAL CONSCIENTES – inscrições abertas
22º Encontro Nacional de Gestação
e Parto Natural Conscientes
O evento, que acontece nos dias 15 e 16 de novembro, na UFRJ, apresenta os resultados das pesquisas “Nascer no Brasil”, apresentada pelo professor e obstetra Dr. Marcos Dias, e “Abordagem Epidemiológica da Cesariana”, da professora e epidemiologista Dra. Daphne Rattner. As mesas e palestras promovem amplo debate que envolve questões da atualidade como atuação das mídias, parteria urbana, violência obstétrica e novas evidências científicas.
Nas redes sociais, multiplicam-se vídeos de partos normais, naturais, em hospitais e domicílios; as manifestações pela humanização do parto e do nascimento espalham-se pelas ruas de dezenas de cidades do país e conquistam a grande imprensa; nos cinemas, inaugura-se algo sem precedentes: um documentário sobre parto e nascimento ocupa as salas comerciais de todo o Brasil. Pela primeira vez na história da medicina brasileira, desde a medicalização do parto, que começa a crescer na década de 60 e vira boom nos anos 90, um movimento liderado pelas mulheres, apoiado pelos profissionais da saúde e por outros segmentos da sociedade, consegue colocar o parir/nascer em lugar de destaque (e por que não de urgência?) no cenário da política nacional.
Alinhado a este contexto de transformações, o Encontro Nacional de Gestação e Parto Natural Conscientes, promovido pelo Instituto de Yoga e Terapias Aurora, chega à sua 22ª edição com o tema Simplicidade, Segurança e Direito de Escolha e está programado para acontecer nos dias 15 e 16 de novembro (sexta e sábado), na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Salão Pedro Calmon (Fórum de Ciência e Cultura – FCC), localizado no campus da Praia Vermelha, no bairro da Urca (RJ). Dentro do evento também acontecem a 21ª Plenária da Rehuna (Rede pela Humanização do Parto e Nascimento) e o 10º Encontro Nacional de Doulas, que este ano discute os Diferentes Olhares sobre o Papel das Doulas.
PROGRAMAÇÃO
Aberto ao público, aos casais grávidos e, claro, aos profissionais de saúde, o Encontro este ano destaca a palestra Trajetória das mulheres para o parto: resultado da pesquisa “Nascer no Brasil: inquérito sobre parto e nascimento”, um projeto da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) que será apresentado pelo professor e obstetra Dr. Marcos Dias, da equipe de Coordenação Central do trabalho. Os pesquisadores percorreram maternidades públicas e privadas em todo o território nacional e ouviram 24 mil mulheres, no pós-parto imediato, sobre suas opções de parto. Com os objetivos de reconhecer os efeitos da cesariana desnecessária em puérperas e bebês, de compreender as motivações dessas cirurgias e de mapear a proporção de partos prematuros no Brasil, “Nascer no Brasil” revela que apenas 1/3 das mulheres entrevistadas afirma querer cesariana, no primeiro trimestre de gestação. Ao longo dos meses restantes, os obstetras se encarregam de convencê-las de que esta seria a “melhor opção”. Este quadro leva a dois importantes vetores de discussão: a ética médica (por que indicar um procedimento que não é o mais indicado para a saúde de mulheres e crianças, não é o mais seguro e é repudiado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), quando desnecessário?); e a cultura da tecnologia e do medo (o mito de que quanto mais tecnologia envolvida no parto, mais segurança e menos risco). A pesquisa “Nascer no Brasil”, encomendada pelo Ministério da Saúde, aponta que os médicos saem mal formados das universidades brasileiras, às vezes até sem saber assistir um parto normal. Aponta ainda que as mulheres, pouco informadas, acabam sofrendo o reflexo dessa deficiência de formação que já virou cultura.
Outro destaque é a palestra da epidemiologista, professora da Universidade de Brasília (UnB) e Presidente da ReHuNa, Daphne Rattner, sobre sua pesquisa Abordagem Epidemiológica da Cesariana. Segundo Daphne, hoje, no Brasil, morrem muito mais mulheres por cesariana do que por parto normal, ocorrem cinco vezes mais infecções em partos cesarianas do que em partos normais, sem falar de uma curiosidade reveladora do “negócio” que se tornou o parto: enquanto as ocorrências de partos normais distribuem-se ao longo das 24 horas do dia, em maternidades públicas e privadas, a maioria esmagadora das cesarianas acontece em horário comercial. Trocando em miúdos, são cirurgias marcadas sem necessidade e segundo a conveniência dos obstetras. Apesar da triste estatística, Daphne Rattner também nos traz boas novas: o Brasil começa a implantar, numa ação pioneira no mundo, um monitoramento epidemiológico da indicação de cesariana em todos os seus hospitais. Este é um modelo criado pelo professor inglês Michael Robson, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e praticado por hospitais de alguns países, mas nunca implantado como política de saúde pública por nenhum governo.
Em 2013, o Encontro de Gestação e Parto Natural Conscientes traz temas inovadores em suas mesas redondas e rodas de discussão, entre eles,
Humanização sob a ótica do pai;
As mídias: eletrônica, falada, escrita e televisiva;
Parteria urbana;
Parto planejado sem assistência: por quê?
Novas evidências científicas na assistência ao trabalho de parto e ao parto.
Estão confirmadas as presenças de profissionais como Laura Uplinger, psicóloga pré e perinatal, americana radicada no Brasil, mãe de uma filha nascida em casa, e Carla Machado, educadora pré-natal, Presidente da Associação Nacional para Educação Pré-Natal (Anep Brasil) e mãe de dois filhos nascidos de partos normais, um em casa de parto, outro em domicílio.
História do evento – O Encontro Nacional de Gestação e Parto Natural Conscientes foi idealizado, há mais de duas décadas, pela doula Fadynha, fundadora do Instituto de Yoga e Terapias Aurora, centro carioca de referência em assistência à grávida e seu bebê. Pesquisadora do Yoga desde 1975, Fadynha desenvolveu método próprio de Yoga para gravidez e pós-parto. Em 1978, introduziu no Brasil a Shantala, massagem oriental para bebês. Pioneira na preparação, incentivo e divulgação do parto natural, Fadynha orienta e prepara grupos de casais grávidos e, como doula, já acompanhou centenas de partos domiciliares e hospitalares. Membro-fundadora da Rede Nacional do Parto Humanizado (Rehuna), é autora dos livros Meditações para Gestantes, Yoga para Gestantes e A Doula no Parto, o primeiro livro brasileiro sobre doulagem.
22º Encontro Nacional de Gestação e Parto Natural Conscientes
Simplicidade, Segurança e Direito de Escolha
15 e 16 de Novembro de 2013
Local: Salão Pedro Calmon (UFRJ) . 2º andar – Fórum de Ciência e Cultura (FCC)
Endereço: Av. Pasteur, 250, Palácio Universitário, Praia Vermelha – Urca – RJ
Inscrições: R$ 200 (até 31/10) . R$ 250 (até 8/11) . R$ 290 (até o evento)
(o pagamento deve ser feito através de depósito bancário no Banco Bradesco, Agência 3019-8, Conta Corrente 0112577-0 – Favorecido: Instituto de Yoga e Terapias Aurora (enviar e-mail do comprovante de depósito com nome e telefone para o Instituto Aurora)
Informações sobre inscrições: (21) 2556-2455 (telefax)
www.institutoaurora.com.br . [email protected]