Novo projeto de lei proíbe cirurgias estéticas em gestantes e lactantes
O objetivo é prevenir os riscos que envolvem a plástica logo após o parto, como tromboses, embolias e ressecamento do leite
Bruna Menegueço
Gravidez e cirurgia plástica são assuntos que não combinam, certo? Errado para algumas mães que querem recuperar o corpo que exibiam antes de engravidar em tempo recorde. Para afastar os riscos que envolvem uma cirurgia estética logo após um parto, o deputado Capitão Assumção (PSB-ES) quer proibir a realização de cirurgias plásticas com finalidade estética, como a lipoaspiração e levantamento dos seios, em pacientes gestantes e nas mulheres que realizaram o parto há menos de seis meses através do projeto de lei 4777/09. A proposta ainda depende da aprovação da Câmara e do Senado antes de se tornar lei.
Para justificar o projeto, o deputado citou o caso de Tameka Foster, mulher do rapper Usher. Em fevereiro passado, ela sofreu uma parada cardíaca e entrou em coma ao ser anestesiada para fazer uma lipoaspiração – apenas dois meses depois de dar à luz – em uma clínica de São Paulo. “A jovem se recuperou, mas o caso comprovou que não existe uma regulamentação legal sobre cirurgias estéticas em gestantes ou lactantes”, afirma Assumção.
A notícia foi bem recebida pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. A instituição defende a espera de seis meses após o fim da amamentação ou o mesmo tempo após o parto para as mulheres que não estão amamentando antes de se fazer uma cirurgia. Esse é o tempo que o corpo leva para se recuperar plenamente e de forma saudável.
“Uma mulher que acabou de ter um filho está inchada e não existem parâmetros exatos para realizar uma plástica bem-feita. Por exemplo, como saber o tamanho ideal dos seios se eles estão cheios de leite?”, exemplifica Alan Landecker, cirurgião plástico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Os riscos vão além do excesso de vaidade. Grávidas são mais predispostas à coagulação sanguínea, trombose e embolias. Além disso, em uma cirurgia plástica nos seios, a mulher perde água, sangue e calorias. Isso pode afetar a amamentação e fazer com que o bebê rejeite o leite materno.
Para os especialistas, a forma mais saudável de eliminar os quilos que restaram da gravidez é amamentar e ter força de vontade para seguir uma alimentação balanceada e fazer exercícios quando o obstetra liberar.