Entidade luta pelo direito à presença de acompanhante na hora do parto
A Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (Rehuna), ONG com sede em São Paulo, está aproveitando a 12º Conferência Nacional de Saúde para se manifestar em favor do projeto de lei nº 195/2003, em tramitação no Senado Federal, que torna obrigatória a presença de acompanhante de escolha da mulher durante o trabalho de parto e no parto. Apesar de essa ser uma iniciativa que garante a humanização no atendimento – uma das principais bandeiras dessa conferência – ainda são muitos os hospitais que não a atendem. Baseada em uma carta aberta, escrita para os diretores da Santa Casa de Misericórdia de Guaxupé (MG), a Rehuna defende sua proposta.
Na carta, a família da psicóloga hospitalar Vânia Cristina Rondon Bezerra reage com indignação diante da negativa ao pedido da presença do pai durante o nascimento do filho. O argumento usado pelos diretores da Santa Casa foi que isso evitaria o risco de infecção hospitalar, não abriria uma exceção para a família e que a Santa Casa não possuía estrutura física para atender ao pedido.
Para família, fica claro – pela prática comum – que se o pai fosse médico, ele teria direto a entrar na sala de parto. Também, o argumento de não abrir uma exceção, para eles, é assumir que hospital não atende a idéia de humanização; já sobre a falta de estrutura, a família responde que não é possível que um hospital não possua a indumentária adequada para o acompanhante, um pouco de álcool iodado e sabão.
“Hoje, as pessoas ainda acreditam que o direito ao acompanhante na hora do parto é um capricho da mulher. Na verdade, ela está em uma situação de fragilidade e precisa ter alguém ao seu lado”, diz a secretária executiva da Rehuna, Daphne Rattner. Segundo ela, é preciso incluir o conceito de assistência humanizada à gestante, à parturiente e ao bebê na capacitação das equipes de saúde da família, agentes comunitários de saúde e conselheiros de saúde.
Dezembro/2003