Nana: Maternidade Preta
Por Mayara Assunção para o Portal Geledés*
Muitos são os estereótipos atribuídos às mulheres negras quando elas se tornam mães. “Estereótipos” são formas de generalizar um grupo todo, não respeitando as pluralidades e vivências de cada ser.
E são estes estereótipos que taxam mulheres negras como “fortes”, “excelentes parideiras”, “boas de leite” e dão início assim, ao exercício de uma maternidade carregada de racismo e muitas vezes solitária.
Mulheres negras são as que mais sofrem com violência obstétrica no Brasil. O racismo institucionalizado aparece durante a gravidez (desde o pré-natal ao parto) e irá seguir com a vida desta criança e desta mãe (nas consultas médicas, na vida escolar) e muitas vezes falta acesso a informações que contemple mães e famílias negras.
O que se vivencia no mundo real é facilmente percebido no mundo virtual. Grupos de mães, maternidade, maternagem e afins são sempre ocupados por mulheres brancas. E muitas das informações compartilhadas são para crianças Brancas. É como se as pautas, vivências e experiências de mulheres negras e crianças negras não existisse.
E diante desta realidade, muitas iniciativas individuais vêm surgindo e ganhando espaço. São mães que compartilham suas vivências e realidades diante desta sociedade racista, para fortalecer outras mães negras e para se fortalecerem.
E esta semana, nasceu a primeira iniciativa de Blogagem coletiva voltada ao universo da Maternidade Negra. Trata-se da NANA MATERNIDADE PRETA, um conjunto de depoimentos, fotos, artigos e textos feitos “de mães pretas para Mães pretas” como descreve Carla Cavallieri, uma das muitas mães por trás desta iniciativa.
O projeto é uma iniciativa inédita e conta com várias colaboradoras. São mães de diferentes Estados, profissões, formações familiares e muitas histórias para compartilhar, muitas coisas para passar e para aprender.
O Nana está presente em diversas redes sociais (Blog, Facebook, Instagram), exatamente para contemplar a pluralidade e atingir o máximo de mães possíveis. É mais que dar voz, é construir uma rede que possa compartilhar e criar mais e mais processos saudáveis as vivências de mães negras, criando vínculos e fortalecendo os nossos processos nesta sociedade.
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A fome é de quem alimenta…
Se nutre de paz, bem e continuidade…
No seio da ancestralidade jorra, funde, liberta e transforma o que é visceral em sobrenatural…
Luminosidade, ou pode chamar de Mãe Negra.