Só leite basta!
Nada de água ou chazinho:
o seio da mamãe tem todas as substâncias essenciais.
Leia no blog do pediatra Marcus Renato
Só o peito!?!
Até os seis meses de vida dos bebês, a amamentação exclusiva (sem água, chás, complementos) é a recomendação consensual em todo o mundo. Só após os seis meses a dois anos ou mais, a amamentação pode ser complementada, ou seja, acompanhada de outros alimentos.
A introdução precoce de líquidos ou outro leite traz riscos à saúde do bebê.
Até a década passada, não tínhamos idéia de que o aleitamento materno como alimentação única dos lactentes ajudava a proteger o bebê contra infecções, defendendo o organismo infantil.
Não é porque somos “radicais” ou “naturebas” que somos contra oferecer aos bebês outros alimentos, principalmente as fórmulas infantis (leites de vaca modificados em pó). Vários estudos nacionais e internacionais mostraram que a introdução dos aparentemente inocentes “chazinhos”, “aguinhas” ou “suquinhos” aumentam a chance dos lactentes de contraírem doenças infecciosas. Se um destes complementos for o leite em pó, esta proporção aumenta várias vezes.
Hoje em dia, sabemos que o leite materno é mais que um alimento: é um líquido imunomodulador, uma “vacina”, uma substância viva. Contém anticorpos, interferóns, leucócitos (glóbulos brancos), uma flora saprófita (“bactérias do bem”) que protegem os bebês de doenças por bactérias, virus, protozoários e outros microorganismos. E este poderoso bloqueio é quebrado quando outras substâncias são ingeridas.
Nos anos 70, determinados tipos de leite em pó eram identificados erroneamente como “leites maternizados”, ou seja, como substituto ao leite materno. Desde 1991, há um código internacional (da OMS) que regula o marketing dos produtos que concorrem com o aleitamento. E no Brasil, a partir de 1988 há uma Norma de Comercialização de Alimentos e Produtos (como mamadeiras, chupetas) para Crianças de Primeira Infância que impede a publicidade e a promoção comercial. As fórmulas em pó para bebês não são esterelizadas, ou seja, há bactérias nestes leites especiais, principalmente a “Enterobacter Sakasakii” que pode causar infecções e até a morte.
A OMS, a FAO e a ANVISA por pressão de ONGs como a IBFAN, está estudando para que nos rótulos destes leites de vaca dirigidos às crianças pequenas haja uma advertência esclarecendo que cuidados devem ser redobrados na preparação, pois há bactérias que o processo de desidratação e acondicionamento do leite de vaca não conseguiu impedir.
Conclusão:
Profissionais de saúde, mães e pais devem pensar mais que duas vezes ao propor ou oferecer aos nossos frágeis filhotes quaisquer líquidos além do leite materno.
Ainda somos mamíferos, porque temos esta capacidade incrível de secretar de nossos peitos, um produto que permite, junto com o nosso colo, uma gestação extra-uterina saudável.
O que vocês pensam sobre estes temas?
**************************************************************************
Licença Maternidade é adequada?
Seis meses para a licença-maternidade
Ampliar o tempo que a mãe fica com o bebê evita o desmame precoce, segundo blogueiro Marcus Renato
Com a Constituição Federal de 1988, a Licença Maternidade foi ampliada de 3 para 4 meses e, finalmente, se lembraram do pai, que ganhou 5 dias. Como atualmente a recomendação é da amamentação exclusiva por 6 meses, e continuada até 2 anos ou mais, nada mais justo que este período seja ampliado para todo o primeiro semestre de vida do bebê.
É unânime a preocupação com a juventude na atualidade – violência, uso de álcool e drogas, tabagismo, medicalização excessiva, sexualidade precoce, obesidade ou anorexia, hiper valorização estética. Talvez, estejamos pagando hoje pela nossa ausência e descuido com a infância nas últimas décadas. Com a saída da mulher para o trabalho fora do lar, o desmame se tornou precoce, os cuidados infantis foram terceirizados, nossos filhos foram de certa forma abandonados…
A sociedade precisa reconhecer que a gestação, o parto, a amamentação e os cuidados maternos são um trabalho (“trabalhoso”) que a mulher exerce e tem impacto social inestimável. Por isso, deveria apoiá-la, provê-la, protegê-la para que pudesse exercer com muita tranqüilidade e merecido valor estas funções. Erramos todos nós ao proclamarmos a igualdade… Deveríamos ter reivindicado eqüidade, ou seja, a mulher cumpre um papel social que é insubstituível, que tem repercussões para toda a vida, e, portanto, precisa ter uma carga horária de trabalho fora do lar menor. Felizmente, esta conscientização sobre a importância da maternagem já é realidade em países desenvolvidos, onde há licenças ampliadas, às vezes até de um ano.
Já está comprovado cientificamente que o vínculo, a presença, a voz, o colo e o leite materno é determinante para que ocorra uma série de transformações no bebê que contribuem, não só para o seu desenvolvimento físico, mas também emocional e intelectual. É no primeiro semestre de vida acontece um enorme número de sinapses entre os neurônios. Um bebê nasce com quase 100 bilhões de células cerebrais não conectadas entre si. A ligação entre elas se dá, justamente, por meio de estímulos que a criança recebe ao interagir com as pessoas que a rodeiam. É por isso que os cientistas são unânimes em ressaltar a importância do vínculo entre mãe-filho e entre o bebê e a família.
O desafio da sociedade contemporânea é encontrar o equilíbrio entre as conquistas que a mulher obteve com a experiência inerente ao sexo feminino, que é a vivência plena da maternidade. No Brasil, muitas leis municipais já prevêem 6 meses de licença e, graças a iniciativa da Senadora Patricia Saboya com o apoio da OAB, da SBP e de muitos profissionais, há um projeto de lei que permitirá que empresas, em acordo com as mães, possam oferecer este direito.
No entanto, neste projeto, a licença de seis meses é facultativa. Aderem à proposta as empresas privadas que se interessarem em ter descontos em tributos federais. A dedução será correspondente aos dois meses excedentes do salário da funcionária. A trabalhadora, por sua vez, poderá optar por ficar longe do trabalho por quatro ou seis meses.
Segundo a Senadora nordestina, “é um mito a alegação de que a licença-maternidade acarreta altos custos empresariais. Uma pesquisa recente da Organização Internacional do Trabalho (OIT), realizada com assalariadas do Brasil, Argentina, Chile e México, concluiu que os custos relativos à licença-maternidade e ao cuidado com as crianças são mínimos: variam de 0,2% a 1% da remuneração bruta mensal das trabalhadoras. Outro equívoco é achar que o projeto dificultará o acesso das mulheres ao mercado de trabalho. Afinal, elas são profissionais, mas também são mães e está mais do que na hora de serem respeitadas pelos múltiplos papéis que desempenham na sociedade.”
Vivemos uma crise social enorme, é necessária uma mudança urgente de paradigma para que possamos deixar um legado melhor para nossos filha(o)s e neta(o)s.
Licença Maternidade: 6 meses é melhor!
Qual é a sua opinião?
****************************************************************************
Voltar ao trabalho mantendo a amamentação
Sem dúvida, a volta a labuta é um momento de muita expectativa, dúvidas e ansiedade, afinal foram pelo menos quatro meses de convivência integral com o seu bebê. Enquanto a ampliação da licença maternidade não é aprovada, tenho algumas dicas de como conciliar a saída de casa com a manutenção do aleitamento.
Como última atividade antes de sair de casa, recomendo permitir que o bebê mame bem os dois peitos – isto vai servir como o desjejum dele.
Umas duas horas depois, ele pode tomar um suco natural de laranja lima ou uma água de coco verde no copo aberto ou com tampa. É o que chamamos de colação.
Aproximadamente duas horas depois ele pode almoçar: uma papa ou purê de legumes (repare que não é sopa, pois não devemos colocar água). Chuchu, cenoura e batata inglesa (sem refogar a princípio) amassadas na peneira fina e acrescentado um pouquinho de azeite extra virgem é um bom cardápio de início.
À tarde, no lanche, uma papa de frutas naturais, também oferecida na colher. E no jantar, espero que a mamãe esteja de volta para que ele possa mamar direto da fonte.
É lógico que este esquema não funciona de um dia para o outro. Deve haver uma fase de adaptação de no mínimo uma semana.
No trabalho, principalmente nas primeiras semanas, suas mamas ficarão ingurgitadas, cheias de leite nos horários que o bebê estava acostumado a mamar. É imprescindível que você tenha um lugar tranqüilo para a retirada do leite, para que seu peito não “empedre”. Se as condições do local forem adequadas, higiênicas, você pode coletar este leite em frascos de vidros estéreis e transportá-los em bolsas térmicas com gelo reciclado. Assim, o bebê pode usufruir deste leite no dia seguinte.
Como vocês perceberam, a recomendação atual é ir do leite materno para a comida da família, sem usar leites de vaca/fórmulas infantis e mamadeiras.
Estes conselhos não substituem as consultas pediátricas mensais, necessárias nestes momentos de risco nutricional para o lactente.
Do peito à comida da família. Saúde a vida inteira.
No próximo blog, vou comentar algumas leis que podem respaldar a mulher duplamente trabalhadora.
O que vocês acham?