Mostra busca romper preconceito contra Síndrome de Down
Diminuir o preconceito e chamar a atenção para a Síndrome de Down são o objetivo da exposição Shifting Perspectives (Mudando Perspectivas), em cartaz em Londres.
Organizada pelo fotógrafo Richard Bailey, que tem uma filha com o problema, a mostra reúne diversas imagens de crianças com a doença. Elas foram fotografadas a pedido de Bailey pelos seus pais.
Uma das imagens de maior sucesso é uma em que aparecem 365 crianças, todas portadoras da síndrome e vestidas de preto, rindo, felizes.
“Quis mostrar que cada uma tem uma personalidade, é diferente”, conta o fotógrafo.
Bailey conta que o maior objetivo da exposição é amenizar o estigma que envolve a doença.
A filha do fotógrafo, Billie Jo, por exemplo, estuda em uma escola normal, dorme na casa dos amiguinhos e é muito feliz e afetiva, segundo o pai.
“Não tem nada do esteriótipo de que os portadores de Down só ficam em casa, gordos e com as línguas de fora”, conta Richard Bailey.
Segundo o fotógrafo, muitas pessoas ainda acham que a Síndrome de Down é um mal contagioso. “Eu mesmo tinha preconceito antes de ter Billie Jo. Espero que a mostra contribua para mudar essa idéia”.
Uma das fotos que chamam atenção é a de Fiona Field, que registra a sua filha, Ophir, em uma piscina. Ao redor dela, lêem-se as palavras: “(…) Você pode me ouvir? Preste atenção, se concentre (…) seja você mesmo”.
A mostra está em cartaz na Associação para a Síndrome de Down da Grã-Bretanha.
Bailey conta que antes de ter a sua filha, Billie-Jo, ele mesmo tinha uma série de preconceitos em relação à doença. Assim como muitas pessoas ainda têm, acredita o fotógrafo, lembrando que muita gente ainda pergunta se trata-se de um mal contagioso.
Richard Bailey chamou um grupo de fotógrafos que também têm filhos com Down para preparar fotos para a exposição, em cartaz na Associação para a Síndrome de Down da Grã-Bretanha.
Nesta imagem, Maria de Fatima Campos se fotografa dando de mamar à filha, Victoria.
Foto: Maria de Fatima Campos
E no BRASIL: ROMÁRIO DÁ EXEMPLO
‘A Ivy é uma dádiva, um presente’
Foto de divulgação
Romário promete ir ao lançamento da campanha “Ser Diferente é Normal”, hoje, no Galeria Gourmet. O jogador falou sobre as mudanças desde que nasceu Ivy, há um mês e quinze dias, com síndrome de Down:
Você pareceu assustado quando soube que Ivy era portadora da síndrome. Como está agora?
ROMÁRIO: Eu acompanhei o parto e correu tudo normal. Ninguém sabia. Meia hora depois o médico me chamou e avisou que ela poderia ser portadora da síndrome. Foi estranho. Depois fiquei mais tranqüilo. Hoje agradeço a Papai do Céu.
Como ela está?
ROMÁRIO: Por enquanto ela é como qualquer outro bebê: mama, dorme, chora. A Moniquinha ajuda a cuidar dela. O Romarinho tá amarradão. O Rafinha e a Belinha não entendem porque são pequenos.
Seus filhos têm apelidos. Qual o da Ivy?
ROMÁRIO: Princesinha e também Chininha por causa dos olhinhos.
O que ela mudou em você?
ROMÁRIO: É uma dádiva, um presente. Sou cara mais alegre, paciente e tolerante. Entendo mais a vida.
Você está informado sobre a síndrome de Down?
ROMÁRIO: Ainda sou um ignorante. Li sobre o assunto. Mas tenho muito o que aprender.
O que te preocupa?
ROMÁRIO: Acho que tem muito preconceito, principalmente por parte dos pais. Vejo que alguns pais de filhos portadores da síndrome escondem os filhos, não falam sobre isso. Quero mostrar que é normal.
Como será o tratamento (orientado pelo geneticista Juan Llerena)?
ROMÁRIO: Daqui a dois meses, ela começa tratamentos, fisioterapia.
A gravidez foi tranqüila?
ROMÁRIO: Quando a Isabela estava com três meses, fez uma ultra-sonografia de translucência nucal. O resultado estava um pouco acima do normal (o limite é de 2,5 mm, o exame de Ivy deu 4,2). Daí fizemos biópsia de vilo coriônico (que detecta modificações nos cromossomos) e deu 98% de chance de estar tudo bem. Ficamos tranqüilos.
Você pensa em apoiar ONGs?
ROMÁRIO: Encomendei 100 mil pulseiras vermelhas da China que trazem escrito “Special love”. Vou vender, a renda será para instituições.