Cidade no interior paulista convoca homens para fazer pré-natal
A ideia surgiu de uma estatística preocupante:
40% das mulheres que procuram a rede pública de saúde na cidade têm algum tipo de doença sexualmente transmissível, como HPV, sífilis, aids ou hepatite.
Uma cidade do interior de São Paulo descobriu que essa é a melhor forma de garantir a saúde da futura mamãe e do bebê.
Desde que a mulher ficou grávida do segundo filho, o mecânico hidráulico Adriano Marco Paccanaro é só preocupação. Marido cuidadoso, ele é daqueles que participam da gravidez. Até demais.
“Ela está sentindo a dor e pede para passar a mão na barriga. Eu começo a passar a mão na barriga, parece que a dor está passando para mim”, descreve o mecânico hidráulico Adriano Marco Paccanaro.
“Quando estou com dor, ele faz uma cara de choro. Parece que está sentindo o que eu estou sentindo. Eu falo que eu é que estou grávida, não é ele”, confirma a dona de casa Cristiane dos Santos Paccanaro.
Não precisa chegar ao ponto de sentir os sintomas da gravidez, mas essa proximidade do homem com a gestante é muito bem-vinda. Em Várzea Paulista, no interior de São Paulo, eles são convocados pelo sistema de saúde a participar de todos os momentos da gestação.
A ideia surgiu de uma estatística preocupante: 40% das mulheres que procuram a rede pública de saúde na cidade têm algum tipo de doença sexualmente transmissível, como HPV, sífilis, aids ou hepatite. As autoridades de saúde perceberam que não adiantaria tratar apenas das mulheres para resolver o problema. Os homens precisam de orientação e até passar por exames. É o pré-natal deles.
O projeto deu o que falar na cidade. Carlos fez e Patrícia adorou. “Eu me senti muito mais segura com ele estando ao meu lado. Não me senti aquela mulher abandonada. Acho que muitas se sentem assim”, comenta a balconista Patrícia Domingos Azevedo.
O programa, implantado no fim do ano passado, já deu resultado.
“Com o pré-natal masculino houve um ganho, uma diminuição do reaparecimento das doenças, e uma diminuição da transmissão vertical, da mãe para o feto”, afirma a ginecologista Luciane Vasconcelos.
É bom os homens de Várzea Paulista irem se acostumando com a ideia.
Assista o vídeo no programa BOM DIA BRASIL: