«O PAI DIFICULTA O PARTO»
ENTREVISTA A MICHEL ODENT para a Edição N.º 240, |
Janeiro de 2010 da Revista Pais & Filhos – Portugal |
DEBATE:
O Obstetra Ricardo H. Jones CONTESTA essa AFIRMAÇÃO
“O Pai deve ser expulso do Parto”:
Insistir nesse equívoco atrapalha os objetivos da humanização do nascimento.
Por “equívoco” eu considero QUALQUER determinação EXTERNA que não parta da MULHER.
INSERIR o pai ou expulsá-lo é a MESMA COISA se nos negamos a olhar cada mulher e cada parto como únicos e irreprodutíveis!
Sem o protagonismo poderemos apenas sofisticar tutelas…
Expulsar o pai PIORA O PARTO, inseri-lo no ambiente de parto TAMBÉM…. E VICE VERSA.
Quando é que vamos parar com as regrinhas ridículas as quais as mulheres devem se submeter, sem levar em consideração a sua subjetividade?
A ideia original do Michel é de que o parto precisa ser levado em segurança, sem que a paciente se sinta observada, resguardando a sua privacidade e intimidade. Com isso elevaremos os níveis de ocitocina e manteremos a adrenalina baixa, produzindo uma normalização das contrações e um progresso adequado do trabalho de parto. O entorno é fundamental, como diria Grantly Dick-Read; a “psicosfera” é determinante, como diria meu colega Max. Este parece ser um ponto pacífico, e quase ninguém parece discordar disso.
Entretanto, criar sobre este PRINCÍPIO GERAL uma “regra”, um “protocolo”, um determinante externo ao desejo da mulher é tratar as mulheres como animais, bichos desprovidos de subjetividade e de linguagem. Estabelecer que todos os pais devem sair do ambiente de parto é um equívoco; determinar que todas as mães amamentem na primeira hora também. Obrigar a euforia e a felicidade após cada parto é uma imposição cruel e desumana. O único caminho dentro da trilha da linguagem é olhar para este fenômeno como algo especial e infinito em suas particularidades e detalhes.
Quantas vezes será necessário repetir que “intimidade” é um valor SUBJETIVO, pessoal e determinado por circunstâncias de ordem cultural, circunstancial e contextual?
O que era intimidade há 200 anos hoje não é. Quartos para os pais diferente daquele dos filhos parece uma obviedade hoje em dia, mas há poucos anos isso era o contrário era o padrão. A intimidade – de um casal ou de uma mulher parindo – é uma criação de caráter social, e não um valor biológico para os humanos. As análises etológicas, que estudam o comportamento animal, são excelentes fontes de ensino, mas não podemos expandir a compreensão de comportamentos – como no sexo e no parto – daquilo que observamos em animais que não são dotados de linguagem (possuem apenas ACS – Sistema de Comunicação Animal). Portanto, o que é válido para uma vaca, uma cabra, um felino e um equino não é necessariamente adequado para seres humanos!!
Uma mulher pode se sentir vigiada estando sozinha em uma sala, e pode se sentir plenamente segura e com intimidade estando rodeada de amigos, familiares e profissionais que a atendem. Criar proibições para este evento tão delicado não parece ter embasamento científico e lógico, e não parece ser adequado ou justo.
Ric Jones*
Obstetra e Homeopata. Membro do Colegiado Nacional da ReHuNa – Rede pela Humanização do Parto e Nascimento
# Escreveu o capítulo sobre “A Amamentação e o CONTINUUM da Humanização” no livro “Amamentação – bases científicas” 3ª. edição, onde afirma que “A humanização do nascimento não representa um retorno romântico ao passado, nem uma desvalorização da tecnologia. Em vez disso, oferece uma via ecológica e sustentável para o futuro”
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