Idéias modernas contrastam com práticas antigas
A pesquisa “Gênero, trabalho e família” mostra, fundamentalmente, um Brasil em transição entre a tradição e a modernidade nas práticas domésticas, afirmam as organizadoras Clara Araújo e Maria Celi Scalon. Quando confrontados com valores, tanto homens como mulheres se mostram favoráveis à inserção feminina no mercado de trabalho e à divisão do serviço doméstico. No entanto, as tarefas do lar ainda são concentradas nas esposas.
– A idéia central deste trabalho é que, embora os valores sejam modernos, as práticas ainda são antigas. O trabalho doméstico cabe mais à mulher, enquanto ainda é função do homem ir ao banco – diz Celi.
A pesquisa foi feita em novembro e dezembro de 2003. Duas mil pessoas de todo o Brasil responderam ao questionário, com mais de 80 perguntas sobre valores e práticas relacionados ao convívio familiar e à participação feminina no mercado de trabalho.
A investigação é parte do Programa Internacional de Levantamento Social (ISSP, na sigla em inglês), do qual fazem parte 38 países-membros. Até o fim do ano, outra publicação trará os resultados brasileiros comparados aos de outras sete nações (Chile, México, Espanha, Suécia, Portugal, EUA e Japão).
A pesquisa – foi lançada em livro, batizado de “Gênero, família e trabalho no Brasil” (Editora FGV/Faperj).
Jornal: O GLOBO
Autor: Flávia Oliveira
Editoria: Economia
Quatro em cada em dez lares brasileiros são geridos pelo regime de caixa único
21 de junho de 2005
Destacamos nesta pesquisa a tabela mostrada acima, onde se nota como os homens ainda estão prestando poucos cuidados cotidianos aos seus filhos. Mesmo, que os pais trabalhem fora durante o dia não se justifica um índice tão baixo de:
– “dá comida às crianças”;
– “acompanha as atividades escolares”;
– “Põe as crianças para dormir”…
Torna-se necessário mudar esta cultura machista, começando na infância, no lar e na escola… A nossa Campanha anual de Valorização do Cuidado Paterno visa promover a participação mais efetiva e afetiva do Pai junto à seus filhos.
Prof. Marcus Renato de Carvalho