PROJETO tenta COMPENSAR AUSÊNCIA do PAI
Do Blog “Pediatra em Casa”
Outro dia, ouvindo o podcast do Steve Brown Etc., ouvi uma entrevista com Donald Miller, um escritor e fundador do
The Mentoring Project
(TMP – algo como
“O Projeto Mentor”).
Na entrevista, que basicamente falava sobre um de seus livros (Father Fiction), ele falou sobre algumas estatísticas interessantes que me deixaram alarmado. Eu já havia ouvido alguma coisa parecida, mas nada tão direcionado.
Esta semana, escrevi para o TMP e pedi os dados da entrevista. O Trevor Webber me cedeu gentilmente as informações e sou grato pela prontidão. Disse o Trevor em sua mensagem (livre tradução minha):
É impressionante pensar que cada vez mais nossas crianças e nossos jovens estão simplesmente se tornando uma estatística qualquer, simplesmente mais um número a ser arquivado. Você sabia que:
70% de todos os jovens em prisões vêm de lares sem pai?
63% dos jovens suicidas vêm de lares sem pai?
71% das adolescentes grávidas vêm de lares sem pai?
75% dos usuários de drogas vêm de lares sem pai?
90% de todos os moradores de rua vêm de lares sem pai?
De acordo com estatísticas de março de 2008, coletadas pelo Fundo de Defesa das Crianças (Children’s Defense Fund),
todos os dias nos Estados Unidos:
4 crianças são mortas por abuso ou negligência?
5 crianças ou adolescentes cometem suicídio?
8 crianças ou adolescentes são mortos por armas de fogo?
1.154 bebês nascem de mães adolescentes?
2.467 estudantes de 2o grau abandonam os estudos?
2.421 crianças são diagnosticadas como abusadas ou negligenciadas?
2.483 bebês nascem em situação de pobreza?
3.477 crianças são presas, 451 delas por crimes violentos ou abuso de drogas?
Qual o percentual dessas crianças cresceu sem um pai? Vinte por cento (20%)? Oitenta por cento (80%)? Qual o percentual dessas crianças teriam sido impactadas pela mentoria (mentorização?) e não seriam apenas mais uma percentagem?
A proposta do Projeto Mentor é que crianças sem pais (ou com pais drogatitos, alcoólatras, órfãos, entre outras formas de não se ter pai) possam ter a mentoria, o acompanhamento, o convívio saudável de outro homem “de calibre”, de confiança, estruturado, para se falar das coisas da vida, para dirimir as dúvidas, as culpas, as angústias, e orientar os sonhos, os amores, os desejos.
Fico pensando nas discussões sobre paternidade participativa, na quantidade de pais que deixam suas casas e seus filhos para trás, na quantidade de pais que moram em casa, mas são omissos e ausentes na criação dos filhos, na quantidade enorme de pais que estão sim criando seus filhos sozinhos. A paternidade precisa ser vista como algo presente e necessário, pelo menos quando se faz necessária (quando nasce uma criança).
Volto a dizer: ninguém precisa ter filhos, por motivo algum que não seja uma estranha e bem pensada vontade. E uma vez “consumada”, deve ser encarada de frente
Postado por Dr. Andre no Blog do Pediatra em Casa
N