Documentário defende cumprimento da lei que que dá direito ao pai de acompanhar o parto
Marternar – Folha de São Paulo: FABIANA FUTEMA
A lei do acompanhante, que dá à gestante o direito de ter um acompanhante de sua livre escolha durante todo o trabalho de parto e pós-parto, completou dez anos em 2015. Mesmo assim, ainda há relatos de pais impedidos de acompanhar o parto de suas mulheres, segundo o Instituto Papai.
Hoje, véspera do Dia dos Pais, a ONG lança o documentário “Pai Não é Visita! Pelo Direito De Ser Acompanhante” em parceira com o Núcleo de Pesquisa em Gênero e Masculinidades da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e a 7ª Arte Cinema.
O documentário reúne relatos de pais que acompanharam o nascimento de seus filhos. E também de outros que tiveram esse direito negado pelas maternidades e hospitais.
Segundo o Instituto Papai, o objetivo é que o vídeo ajude a sensibilizar o público, sobretudo profissionais e gestores da saúde, sobre a importância da presença do pai neste momento da vida da mãe e do filho.
Desde 2006 o Instituto Papai e o GEMA/UFPE realizam a Campanha Pai Não é Visita, que defende a plena implementação da Lei do Acompanhante, bem como incentivar a participação dos pais no parto e nascimento.
SOBRE A LEI DO ACOMPANHANTE
No Brasil, toda mulher tem direito a um acompanhante, de sua livre escolha, durante o pré-parto, parto e pós-parto imediato, seja em maternidade pública ou privada.
Na rede pública, o direito ao acompanhante é garantido desde 2005, quando foi aprovada a Lei 11.108, conhecida como “Lei do Acompanhante”. Na rede privada, este direito para os planos de saúde foi estabelecido pela ANVISA, desde 2008.
O pós-parto imediato pode se estender até 10 dias. Durante todo este período em que a mulher estiver internada, o acompanhante tem direito a uma acomodação adequada e às principais refeições (de acordo com a rotina de cada hospital). A cobrança de qualquer taxa para a entrada e permanência do acompanhante no parto é ilegal.
Para o pai, este pode ser um momento especial de exercício de cuidado, favorecendo o fortalecimento de vínculos afetivos com seu filho ou filha e uma ressignificação simbólica e prática da paternidade, afinal “Pai não é visita!”.
Para construirmos uma sociedade mais justa, do ponto de vista de gênero, é preciso romper com esses padrões culturais machistas e preconceituosos que vivenciamos em nosso dia e muitas vezes orienta práticas restritivas nas instituições de saúde.
SOBRE A CAMPANHA
A campanha “Pai não é visita! Pelo direito de ser acompanhante!” vem sendo desenvolvido pelo Instituto PAPAI e pelo Gema/UFPE, desde 2006 e se desenvolve ao longo de todo o ano, porém no mês do dia dos pais tem sua maior visibilidade.
Em linhas gerais, tem por objetivo tornar a lei conhecida pela população em geral e ao mesmo tempo exigir dos Governos Municipal, Estadual e Federal o respeito a este direito das mulheres e ao desejo dos homens de serem acompanhantes.
*Assista o trailer aqui na TV Aleitamento.com