IV FORUM de DEBATES sobre PATERNIDADE
Apresentação da Iniciativa:
UNIDADE de SAÚDE
PARCEIRA do PAI
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Prof. Marcus Renato de Carvalho
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Parecer do Serviço Social, do Serviço de Psicologia, da Administração, da Divisão de Enfermagem, da Divisão Médica, da AME
Dia 12 de agosto de 2005 – 6af. – 10h30
MATERNIDADE – ESCOLA – UFRJ
Rua das Laranjeiras, 180 – Rio de Janeiro – RJ
Auditório nobre
Agosto – Mês de Valorização da Paternidade
Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
Campanha de Valorização do Cuidado Paterno
www.aleitamento.com
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Unidade de Saúde Parceira do Pai
Estratégias para implementação dos 10 passos nas unidades de saúde
1. Incluir os homens/pais nas atividades de contracepção, TIG, pré natal, ultrassonografia, atenção a crianças e adolescentes (consultas, exames e atividades de grupo)
2. Disponibilizar cadeiras suficientes no pré natal e Pediatria para acomodar os pais que queiram participar das consultas
3. Ter informações disponíveis sobre os direitos dos pais de acompanharem o parto (legislação e cartaz) e licença paternidade
4. Incluir temas relacionados às masculinidades /paternidade nas atividades de grupo da contracepção, pré natal, aleitamento, pediatria e clínica de adolescentes
5. Estabelecer horários alternativos de consultas, atividades de grupo e visitas às enfermarias de forma a facilitar a presença dos que trabalham
6. Decorar a unidade de forma que os homens se sintam mais a vontade (fotos, cartazes, informações, revistas)
7. Desenvolver atividades especificamente voltadas para os pais, que valorizem a integração intergeracional e o vínculo pais e filhos, com metodologias que sejam atraentes para os homens
8. Estimular a participação do pai no parto
9. Facilitar a presença dos pais nas enfermarias de Pediatria, inclusive como acompanhantes
10. Capacitar a equipe de saúde em temas relacionados às masculinidades, cuidado paterno e metodologias para trabalho com homens
Pai e filho: uma relação fundamental
Embora a ausência paterna ainda seja uma realidade em muitos lares, em virtude do trabalho, da cultura, por vezes, machista, que põe o pai em um posto de provedor e autoridade, existe uma grande mobilização na área pedagógica e médica que visa a trazer de volta o pai ao convívio de seus filhos e fazê-los mais participativos.
11.08.2005
“A maternidade para a mulher é um fato, para o homem uma possibilidade”.
( Marcus Renato de Carvalho )
por Lílis Soares
Ocorreu dia 12 de agosto, na Maternidade Escola, o IV FORUM DE DEBATES SOBRE PATERNIDADE cujo o tema foi “Unidade de Saúde parceira do pai”, com o Dr. Marcus Renato de Carvalho, professor do departamento de pediatria da Faculdade de Medicina da UFRJ.
A palestra faz parte da Campanha de Valorização do Cuidado Paterno, que chega ao seu terceiro ano e possui o objetivo de divulgar a importância da função paterna, os direitos e deveres dos pais, e mobilizar a sociedade para a aprovação pelo Congresso Nacional da lei que regulamenta a guarda compartilhada.
A abertura do evento foi realizada pelo diretor da Maternidade Escola que ressaltou a importância do tema junto à sociedade devido à enorme crise social causada pela distância entre pais e filhos. Logo após, Marcus Renato de Carvalho iniciou sua apresentação comentando a mudança na relação pai e filho ocorrida nas últimas décadas. “No século XIX, o pai era a lei, a autoridade, mas isto mudou, as relações mudaram”, disse ele, acrescentando que segundo pesquisa a ausência paterna causa maior propensão de gravidez, uso de drogas e suicídio entre adolescentes.
Marcus Renato ressaltou a importância da presença do pai explicitando não só a necessidade de espaço paterno na vida da criança, como também a necessidade da existência desse espaço. “O homem pode sofrer de depressão pós-parto, porque ele pode se sentir diminuído por não ter uma função fundamental na vida da criança”, disse ele. Segundo estudo publicado no The Lancet, 3,6% dos pais estudados no período pós-parto de suas parceiras apresentou sintomas como mudanças de humor e ansiedade, que podem caracterizar depressão pós-parto.
O médico ainda interagiu com a platéia fazendo perguntas sobre o comportamento dos pais brasileiros. “Só teremos esse novo pai, se houver uma nova mãe que autorize isso. Muitas mães ainda possuem uma visão machista”, disse ele. A presença do pai no parto e durante a amamentação são pontos importantes destacados por Marcus Renato, que acredita na necessidade de mudança de mentalidade das mães, pais e profissionais de saúde. “Há maternidades que cobram taxa para o pai entrar na sala de cirurgia na hora do parto, o que é um absurdo. É necessário facilitar a presença do pai nas salas de cirurgia, nas enfermarias de pediatria, nas escolas”.
Marcus Renato apresentou os dez passos para capacitar a Unidade de Saúde e reafirmando a necessidade da participação do pai na vida dos filhos. “A participação dos pais traz uma sociedade menos violenta, mais solidária e mais fraterna”, concluiu o médico. Após a palestra houve um debate sobre a importância da participação paterna e as mudanças implementadas na Maternidade Escola. Participaram da mesa Luciana Ferreira Monteiro, psicóloga, Vânia de Oliveira Trinta, chefe do banco de leite da Maternidade Escola, a professora Sono Taira Oleira, da Escola de Enfermagem da UFRJ, e Hayde de Almeida, assistente social.
BOLETIM OLHAR VIRTUAL Edição 008 – 11/08/05 UFRJ
www.olharvital.ufrj.br