COMO É FEITO O EXAME DE COMPROVAÇÃO DE PATERNIDADE ?
A investigação de paternidade por meio da análise de DNA (material genético presente no núcleo de todas as células), desenvolvido no início da década de 1980, vem sendo, desde então, largamente utilizada como elemento fundamental em disputas jurídicas (herança e em outros processos freqüentemente encontrados em varas de família).
O teste de investigação de paternidade baseia-se no fato de que todos nós recebemos metade do material genético (alelos) de cada um dos genitores biológicos. São essas informações que determinam as nossas características biológicas. O conhecimento desse material genético no genoma humano revelou uma série de seqüências de DNA que, devido à sua abundância e variabilidade, se transformaram em marcadores genéticos individuais (impressão digital molecular).
Os marcadores genéticos utilizados na investigação de paternidade foram definidos a partir de estudos moleculares e populacionais, nos quais os índices de variabilidade e de freqüência foram avaliados nas raças humanas.
Bancos de dados e a análise de freqüência desses marcadores foram cuidadosamente construídos e são, até hoje, a base da estatística empregada na análise de DNA fingerprinting em casos de disputa de paternidade, em que alcançam níveis de confiabilidade superiores a 99,99%.
Atualmente, dois métodos são utilizados para a investigação de paternidade: PCR/STR e Southern blot. Esse segundo método é mais antigo, porém ainda é utilizado na complementação de exames elaborados por PCR.
O PCR/STR, o mais utilizado no momento, tem como base a amplificação de repetições de DNA no genoma humano denominadas STR (short tandem repeats). As STRs são repetições de três a sete bases de DNA que se constituem em marcadores muito polimórficos, amplamente distribuídos em todo o genoma.
Os STRs são diferenciados pelo número de cópias dessas seqüências repetitivas contidas em um fragmento de DNA amplificado por PCR. Cada indivíduo tem um alelo herdado da mãe e outro do pai. Assim, serão identificados dois tipos de repetições para cada STR analisado. Devido à grande eficácia desse método na detecção e distinção das diferenças no genoma humano, o poder de exclusão de paternidade é extremamente alto (>99,999 %), o que leva, nos casos de não-exclusão, a chances imensamente elevadas de determinar a paternidade biológica.
A estimativa quantitativa desses dados é obtida com a análise de no mínimo 12 STRs. O índice de paternidade (ip), que são chances estatísticas de o suposto pai ser o pai biológico da criança em questão, comparado com um indivíduo aleatório, é calculado a partir do resultado obtido em cada um dos 12 STR analisados.
O método de investigação de paternidade pela técnica de STR/PCR tem como uma das principais vantagens a utilização de uma quantidade muito menor de DNA, o que possibilita se usar DNA extraído de raspagem bucal, por exemplo, sem a necessidade de coletar sangue venoso.
* Fiz uma consulta de preço: o custo é em torno de R$ 1.250,00 para o exame de duas pessoas – por ex.: o filho(a) e o suposto pai.
Alguns serviços públicos, por ordem judicial realizam a pesquisa sem cobrança.
Prof. Marcus Renato de Carvalho