HOMENS TAMBÉM CUIDAM!
Diálogos sobre direitos, saúde sexual e reprodutiva, paternidade e relações de cuidado.
Car@ amig@,
Este livreto é dedicado a você, que acredita que nem todo homem pensa do mesmo jeito e que é possível um mundo diferente, no qual os homens e as mulheres possam dividir também responsabilidades e prazeres durante a relação sexual, a gestação, no momento do parto e/ou no cuidado com os filhos e filhas e com as pessoas em geral.
Para isso, é preciso mudar práticas, instituições e valores que foram construídos há muito tempo e que têm sido revistos, desde a década de 1960, graças ao surgimento e expansão dos movimentos sociais, especialmente o movimento feminista e o de mulheres.
A lei brasileira hoje reconhece que uma família não é apenas aquela formada por um homem, uma mulher e seus filhos e filhas. Hoje, a família é um espaço onde as pessoas não estão unidas apenas por laços de sangue, nem por regras que obrigam as mulheres a cuidar sozinhas dos filhos e filhas, enquanto os homens seriam os guardiões da honra e da ordem no lar. Isso mudou! Hoje, a família é considerada um grupo de pessoas unidas por laços de afeto e de cuidado mútuo.
Neste sentido, este livreto é um convite a uma reflexão crítica sobre os lugares destinados aos homens e às mulheres na vida em sociedade, especialmente no que se refere ao que chamamos de “cuidado com a vida”, que inclui não apenas o cuidado com os filhos e as filhas, mas também o cuidado com as pessoas idosas, com deficiência ou algum problema de saúde, uma tarefa que, infelizmente, ainda tem sido desenvolvida principalmente pelas mulheres.
Nossa intenção é, assim, convidá-lo a refletir sobre como é possível envolver-se mais diretamente no cuidado dos outros, especialmente no processo de gestação e cuidado das crianças, ainda que você não seja necessariamente o pai. Avô, tio ou mesmo um amigo da mãe também podem exercer um papel importante neste processo. Precisamos construir uma sociedade mais justa no que se refere à sexualidade, à saúde reprodutiva, paternidade e às relações de cuidado e, para isso, é fundamental a participação dos homens.
Um trecho desta excelente publicação:
GRAVIDEZ É ASSUNTO DE HOMEM TAMBÉM
A maternidade usualmente se define pelas marcas e mudanças no corpo feminino pouco tempo depois da concepção e se estende à criação e educação de filhos e filhas, enquanto a paternidade parece só existir no momento em que o bebê nasce ou, mais tarde, quando já está crescido. Mas é preciso repensar este conceito: nem sempre isso é verdade.
A espera de um filho ou filha é um acontecimento único, vivido intensamente tanto pelo homem (pai) quanto pela mulher (mãe). Muitos pais, na idade adulta, na adolescência ou na juventude, desejam participar ou participam ativamente em todos os momentos da gravidez, desde o projeto de concepção, até a progressão da gestação e o desenvolvimento do bebê. Afinal, trata-se de um compromisso a longo prazo.
Vivenciar a gravidez em parceria, compartilhar as dúvidas, enfrentar os medos, as angústias e as inquietações, com tranqüilidade e esperança, são cuidados que o pai pode prestar a si e a sua companheira. Esta experiência pode ser mais prazerosa quando o casal planeja, em comum acordo, o momento de ter filhos e o espaçamento entre uma gestação e outra.
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Autores
Jorge Lyra e Benedito Medrado (Instituto PAPAI) e Fernanda Lopes (UNFPA)
Organizadores
Benedito Medrado (Instituto PAPAI), Elizeu Chaves e Etienne França (UNFPA)
Revisão
Ana Roberta Oliveira (Instituto PAPAI)
Agradecimentos especiais
Às equipes de ambas as instituições pelo apoio em todo o processo editorial.
Este material é produto da parceria entre UNFPA e Instituto PAPAI e visa estimular e apoiar o
engajamento dos homens em temas relacionados aos direitos e à saúde sexual e reprodutiva.
Baseado no conceito desenvolvido pela Sede do UNFPA para a comemoração do Dia Mundial de População 2007, este livreto traz breves mensagens dirigidas a homens em idade reprodutiva de todas as regiões brasileiras.
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