Homem relata seus 30 dias de LICENÇA PATERNIDADE e a Importância de uma LICENÇA PARENTAL equilibrada
Pai conta experiência de licença paternidade e post viraliza
Jair, de Santa Catarina, narrou um pouco sobre os 30 dias que ficou em casa cuidando do bebê
Jair Cidral, morador de Blumenau, contou em post no Facebook como foi passar 30 dias cuidando do bebê. Ele tirou licença paternidade de um mês para ficar em casa e acompanhar os primeiros dias de vida da filha. “Trabalhei o dia inteiro! ”, brinca ele no início do post.
“Correr atrás de documentos, fazer o teste do pezinho, ir ao mercado dezenas de vezes. E quando estava em casa, ainda tinha roupa para lavar, casa para limpar, comida para fazer…”, narrou na rede social. O texto rendeu mais de 600 mil curtidas e 119 mil compartilhamentos até a publicação da matéria.
No último parágrafo, Cidral faz um apelo aos pais que não ajudam as esposas. “Então você, maridão, que chega em casa e diz para sua esposa que fica difícil ajudar por que TRABALHOU O DIA INTEIRO, pense um pouquinho mais em quem realmente trabalhou durante todo o dia e que provavelmente vai virar a noite”.
Fonte: www.metropoles.com
O longo caminho para uma licença parental equilibrada
Ray Santos – Jornal O Dia
O conceito de família brasileira tem mudado muito nos últimos anos e hoje em dia não cabe mais o estigma da mulher cuidadora e do homem provedor. Temos presenciado muitos avanços nos temas da liderança feminina e da equidade de gênero que estão cada vez mais em voga na mídia, além do surgimento de grupos de apoio à causa, no entanto o mercado de trabalho ainda é muito desigual com as mulheres em relação a hierarquização, segregação de gêneros e desigualdade salarial.
Embora estejamos no ano de 2016, é possível identificar a falta de rede de apoio nas empresas para as mulheres que decidem ser mães e veem suas carreiras ameaçadas e sem perspectivas de atingir cargos de liderança por esse motivo.
Um importante passo para que ocorra uma mudança efetiva nessa questão é um assunto que vem sendo discutido timidamente no Brasil, a licença parental. O benefício conquistado há mais de 70 anos, era concedido apenas para as mulheres, por facilitar a amamentação e garantir um vínculo entre elas e seus bebês, porém como consequência, elas enfrentavam desigualdade em suas carreiras, além de acumularem tarefas com os filhos e a casa, vivendo uma jornada dupla.
Em março de 2016 tivemos uma boa nova, com a mudança da lei brasileira, passando de 5 para 20 dias a licença paternidade, porém para que os pais tenham direito ao período ampliado, é necessário que a empresa em que trabalham seja vinculada ao Programa Empresa Cidadã, do Governo. A lei passará a valer a partir de janeiro de 2017 e, apesar de ser considerada um avanço, é um passo muito pequeno quando comparamos o Brasil a outros países no mundo.
A Suécia, por exemplo, foi o primeiro país a estender aos pais a oportunidade de cuidar dos seus filhos recém-nascidos, oferecendo o benefício desde 1974. A ideia inicial era que os casais dividissem igualmente seis meses de licença, porém os homens tinham a opção de transferir dias para suas mulheres, o que acontecia com 90% dos dias. No ano de 1995, o governo exigiu que todos os pais tivessem pelo menos 30 dias de licença, e 7 anos depois este período foi estendida para 60 dias. Outro exemplo é a Finlândia, onde pais e mães tem o mesmo direito, sendo três meses para a mãe, três meses para o pai e os outros três meses podem ser compartilhados pelo casal.
O movimento de estender a licença paternidade vem ganhando força nos últimos anos. No Brasil, a Natura concede 40 dias para os pais e o Twitter estendeu para 20 semanas o período que os pais podem ficar em casa em todos os países onde tem escritório, inclusive no Brasil. Esta atitude é fundamental para a desconstrução de papéis de pai e mãe pois divide igualmente a responsabilidade sobre os filhos, e fortalece o vínculo entre pais e filhos.
É fundamental evoluirmos para a licença parental que em conjunto com outras ações e programas corporativos diminuirá a desigualdade de gênero no mercado de trabalho, ajudará a impulsionar a carreira das mulheres pois elas passam a não ser mais fator de risco para as empresas por conta da maternidade.
Vamos acelerar o processo da equidade de gênero e fazer com que o compartilhamento de tarefas, o cuidado dos filhos e da casa, seja papel de ambos. Esse equilíbrio de tarefas é positivo para todos os lados e gera uma sociedade mais harmoniosa e sustentável.
* Cristina Kerr – CEO da CKZ Eventos e idealizadora do Fórum Mulheres em Destaque, que está na sexta edição e acontece nos dias 22 e 23 de novembro na Fecomércio em São Paulo.
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