Ponto de Vista
10.08.2004
Pelo Direito à Paternidade!
Luana Monçores
É só chegar uma data comemorativa que somos atropelados por sedutoras propagandas nos instigando ao consumo. O Dia dos Pais não poderia ser diferente. Mas a questão é: será que estas publicidades não estão desvalorizando a imagem da relação pai e filho?
O médico pediatra e professor Marcus Renato de Carvalho, da Faculdade de Medicina da UFRJ, é grande defensor do direito à paternidade. Um dos organizadores da Campanha de Valorização do Cuidado Paterno, que tem por objetivo resgatar a essência da função do pai na relação com o filho, sente na própria pele o drama da limitação das leis que impede uma maior intervenção na vida dos filhos, quando não se tem a guarda deles. Através de projetos como este, Marcus busca, com outros docentes e pesquisadores, mudar esta imagem do “pai como visita”, diz ele. Em contraponto ao dia do pai, a campanha propõe criar o Dia da Paternidade, amenizando o caráter comercial da data. “Não vendemos produtos e nem serviços, mas a campanha atingiu a mídia, conseguimos competir com ela, levando esta essência do dia dos pais”, conta o pediatra. Outro ponto em discussão nas campanhas é o tema da guarda compartilhada.
A sociedade que antes deixava ao encargo da mãe a criação das crianças, e ao pai reservava o papel de provedor material, hoje vive mudança de valores. A mulher participa ativamente do mercado de trabalho, e divide com os homens responsabilidades domésticas e financeiras. “A gente quer que a sociedade se conscientize do crescimento do bebê. A criação de um vínculo, de um comprometimento com a criança torna o homem mais terno, e isto é bom para a sociedade e para ele como pessoa”, explica o médico.
Marcus Renato fala que algumas pesquisas realizadas na Nova Zelândia e nos Estados Unidos mostram que a ausência da figura paterna causa uma sexualização precoce, e maior índice de gravidez na adolescência. A figura do pai representa os limites, tão necessários aos jovens neste período de suas vidas.
A Constituição de 1988 trouxe poucas novidades neste tema, como por exemplo, concedeu ao pai cinco dias de licença paternidade. E atualmente, há uma mudança na lei, na qual o pai não é mais considerado uma visita nos hospitais e clínicas, possuindo o direito de acompanhar a grávida nas várias etapas da gestação, até mesmo na hora do parto.
O trabalho de prevenção é muito importante, e por isso este grupo realiza palestras, fóruns e diversas outras atividades, uma delas em parceria com a Prefeitura do Rio de Janeiro, nas faculdades, escolas e hospitais.
Para saber mais sobre estas atividades e campanhas, visite o site do professor Marcus Renato: www.aleitamento.com, e apóie esta idéia.
Boletim Olhar Virtual – Ed. 50 – UFRJ
Pra Refletir
Pelo direito à paternidade
Professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina, Marcus Renato de Carvalho, levanta bandeira pelo direito à paternidade.
Médico pediatra e professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina, Marcus Renato de Carvalho, além de defensor do aleitamento materno é também do direito à paternidade.
Por agora, participa da organização da Campanha de Valorização do Cuidado Paterno, que tem por objetivo resgatar a essência da função do pai na relação com o (s) filho (s). Marcus Renato sente na própria pele o drama da limitação das leis que impedem mais e maior intervenção na vida dos filhos quando não se tem a guarda deles. Por meio de projetos como este Marcus busca, com outros docentes e pesquisadores, mudar esta imagem do “pai como visita”.
A campanha propõe criar o Dia da Paternidade, um contraponto ao Dia dos Pais (que tem caráter comercial). “Não vendemos produtos e nem serviços, mas a campanha atingiu a mídia, conseguimos competir com ela, levando esta essência do dia dos pais”, conta o professor.
Outro ponto em discussão nas campanhas é o tema da guarda compartilhada. A sociedade, que antes deixava ao encargo da mãe a criação dos filhos e ao pai a função de provedor material, hoje vive mudança de valores: a mulher participa ativamente do mercado de trabalho e divide com o homem responsabilidades domésticas e financeiras, por exemplo.
“A gente quer que a sociedade se conscientize do crescimento do bebê. A criação de um vínculo, de um comprometimento com a criança torna o homem mais terno e isto é bom para a sociedade e para ele como pessoa”, explica Marcus Renato, informando ainda sobre pesquisas realizadas na Nova Zelândia e nos Estados Unidos que mostram que a ausência da figura paterna causa a sexualização precoce e maior índice de gravidez na adolescência. Marcus diz que a figura do pai representa os limites, tão necessários aos jovens neste período de suas vidas, que é a infância e adolescência.
A Constituição de 1988 trouxe poucas novidades neste tema: concedeu ao pai cinco dias de licença paternidade. Atualmente há uma mudança na lei, na qual o pai não é mais considerado uma visita nos hospitais e clínicas, possuindo o direito de acompanhar a grávida nas várias etapas da gestação, até mesmo na hora do parto.
Ainda sobre a campanha, no dia 20/08, está programado a realização do III Fórum de Debates Sobre Paternidade, na Maternidade-Escola da UFRJ, das 8h30 às 17 horas. Para saber mais sobre estas atividades e campanhas, visite o site www.aleitamento.com, mantido pelo professor.
MEDICINA ON LINE – Boletim Eletrônico da Faculdade de Medicina da UFRJ
Número 81 – Ano II 13/08/2004