Estou mandando este depoimento com muita satisfação, infelizmente não pude estar na última consulta do Rafael, mas fiquei contente em saber que vai tudo bem com o pequeno.
Para muitos pais essa sensação deve ser conhecida, mas não custa relatar
porque foi muito marcante para mim.
Quando minha mulher me disse que achava que estava grávida ficamos muito contentes e apreensivos também, pois ela já tivera um aborto espontâneo na primeira gravidez, mas com o passar do tempo nossa alegria só fazia aumentar, a barriga crescendo e os planos também, hoje compreendo melhor algumas cobranças, que me foram feitas durante a gravidez, mas nas conversas que tive com outros pais recentes, pude verificar que eu estava na média do comportamento masculino, ou seja não comprei presente para o Bebe enquanto ele estava na barriga da Mãe, o que deixou minha mulher bastante chateada, mas agora vamos falar da sensação a que me referi no parágrafo anterior.
Quando vi meu filho surgir e o médico cortar o cordão umbilical finalmente
tive a consciência do enorme presente que estava recebendo e assim o levei
até o berçário para os cuidados iniciais.
Nos primeiros dias eu andava pela rua com a impressão que eu era o único
homem na face da terra que sabia o que era ter um filho, isso é incrível,
por mais que eu visse outros pais andando na rua com seus filhos essa
sensação continuava presente.
Quando estou em casa com meu moleque nos braços só penso em ser o melhor amigo que ele vai ter na vida, não abro mão de participar do seu dia a dia de dar comida, trocar fraldas, dar banho, brincar, colocar para dormir, a troca que existe entre nós é fantástica, cada sorriso dele cada gesto, a
bagunça que fica o banheiro com mais água no chão do que na banheira, cada vez que ele chora e até agora não consegui uma explicação razoável por que só com colo em pé ele para de chorar, basta sentar e lá vem o “chororo”, mas cada minuto vale a pena.
…
Devo admitir que o fato de trabalhar em um regime de turno me dá a
oportunidade de estar mais com ele do que a maioria dos pais que trabalham em horário normal, mas os dias em que estou de plantão e não posso estar com ele são muito mais longos, pelo menos é o que me parece.
O mais engraçado é que as mudanças nele acontecem todos os dias e é sempre com muita alegria que eu vejo meu filhote crescer e interagir comigo e com o mundo a sua volta, cada nova descoberta para ele é uma satisfação para nós, é como se nós também fossemos descobrindo novidades todos os dias.
Mas a melhor coisa que me aconteceu foi eu ter certeza que eu nasci para ser pai, tentarei ser realmente o melhor amigo de meu(s) filho(s), quem sabe a mãe não se anima, assim sendo meu amigo só posso dizer MUITO OBRIGADO MEU DEUS E MINHA MULHER POR ESSE PRESENTE QUE ME DERAM.
Um forte abraço do amigo e antes,
Alexandre Bruno de Lima
atualmente pai do Rafael.
Verão 2003