O movimento guarda compartilhada já !
Agradece o apoio de todos os militantes de variadas ongs que compareceram ou ajudaram de alguma forma a realização do evento na praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, em 12 de fevereiro último.
Esperamos, no entanto, que esse dia não seja lembrado apenas como o de uma festa inusitada que deu ensejo à generosa cobertura pela imprensa que se viu. Pais separados amorosos existem às toneladas. Não é de se estranhar, portanto, que decisões judiciais automáticas, padronizadas, transformando-os em meros visitantes, autorizem a indignação não só de pais, mas também de nobres mães, avós, tios; de toda a sociedade, enfim. O fato que merece notícia, então, é os pais separados se organizarem, exigindo mudanças nas varas de família do nosso Brasil.
Pesquisa publicada no site da Fathers4Justice aponta um panorama aterrador: após dois anos de divórcio, 40% dos pais separados terão abandonado por completo sua insistência em serem pais sem o convívio desejado. Talvez continuem a pagar pensões, mas é somente isso o que a sociedade espera de um pai separado? Notícias de decisões no site da Apase (www.apase.org.br) autorizam a crer que já existe no Brasil o ambiente para condenar por danos morais genitores que se conformem em ser meros provedores. O Estado os forçou a se reduzirem a emissores de cheques? Não importa, um pai de verdade deve resistir! Deve resistir à tristeza da imposição da distância do filho amado; à frieza do juiz que o condena à prisão se atrasar a pensão, mas que concede às acusações de sua ex o benefício da dúvida; deve se insurgir contra o amargo desespero dos ponteiros do relógio que marcam o fim do tempo autorizado para brincar de ser pai. Se preciso, deve perder ainda a vergonha de mendigar atenção, mesmo em público, esperando o filho na porta da escola apenas para dar um tchau e fazê-lo recordar que existe ainda alguém que o espera, mas cujo abraço dura o tempo de um comercial de TV. Precisa lutar para se convencer de que ainda conhece seu filho como antes, mesmo que ele não possa atender ao telefone por ordem da mãe e passe a reproduzir críticas em linguagem adulta acreditando que são próprias.
“Não fica triste, pai, você tem ainda 4 dias por mês para estar comigo. Mas ai de você se não souber que remédios preciso tomar, se atrasar um minuto minha devolução”. O tempo concedido pode ser ainda mais curto – o humor azedo das jararacas tudo pode, tudo consegue num vergonhoso judiciário pró-mulher.
Embora condenados à anulação como pais, pusemos a boca no trombone, de um jeito que chamou a atenção da sociedade. O panfleto distribuído na praia e no Fórum do Rio, três dias após, trouxe ainda em seu verso uma proposta de lei para quebrar de vez a indústria do divórcio, com multas para partes e advogados que comprovadamente conheçam o teor mentiroso das denúncias contra genitores usadas em varas de família para impedir o convívio entre pai (ou mãe) e filho. Se vale tudo na guerra e no amor, vale também ser sincero, corajoso e chamar a atenção para dizer: Basta, juízes! Exigimos um Judiciário capaz de pensar no interesse dos filhos!
Sejamos fortes. Fortes como heróis; e continuemos nossa luta.
Foto – da esquerda para a direita: Admar, Marcus, Rodrigo e Paulo – à frente, Lucas, filho do Rodrigo.