Paternidade: uma questão de política pública
O envolvimento dos homens no cuidado dos filhos não pode ser pensado, exclusivamente, como uma questão de desejo individual, com base em atitudes particulares, ou focando apenas o reconhecimento da filiação e da pensão para satisfazer necessidades básicas dos filhos.
A participação do pai precisa ser vista como uma questão de direito no campo das políticas públicas, na medida em que elas são indispensáveis para construção de novas alternativas e oportunidades que promovam uma mudança de atitudes e práticas, que tornem compartilhadas entre homens e mulheres o prazer, o direito e as responsabilidades com a criação dos filhos.
É necessário ampliar o debate em torno da equidade de gênero, revendo a construção da masculinidade e da feminilidade e os processos de educação sexual, desenvolvendo espaços para que os homens e as mulheres, desde a mais tenra idade, socializem-se em atitudes livres de estereótipos discriminatórios e sexistas.
É preciso criar oportunidades para que homens possam desenvolver capacidades, habilidades e competências para se envolverem em situações de cuidado comprometidas com o respeito aos direitos das crianças e adolescentes. É importante que lhes seja permitido desfrutar do nascimento e desenvolvimento dos filhos, assim como acompanhar e compartilhar com as mães estas experiências, mesmo que não estejam vivendo juntos. Isso representa a promoção de mudanças culturais e seus resultados devem ser parte de um processo permanente de sensibilização, formação e informação.
Como envolver o homem jovem no cuidado infantil?
Em países como Brasil, Camarões, Jamaica, Suécia e Uganda, têm sido desenvolvidas importantes iniciativas com o objetivo de promover uma maior participação dos pais e futuros pais no cuidado dos filhos. Por meio dessas iniciativas, têm-se buscado estimular o compromisso dos pais no cuidado dos seus filhos, estimulando uma revalorização do cuidado e despertando o desejo dos homens em proteger seus filhos.
Nem todo pai é ausente?
Nem todo homem reproduz literalmente o modelo de masculinidade hegemônica (mais valorizado culturalmente). É importante que estejamos atentos para identificar no cotidiano e na fala desses homens jovens relatos de experiências que contradigam a norma. É preciso reconhecer, assim, que nem todo pai, é, por princípio, ausente e/ou irresponsável.
É preciso entender o cuidado também do ponto de vista dos homens
Precisamos estar continuamente atentos para não reforçar preconceitos e estereótipos, através de nossos atos e palavras. Ao definirmos cuidado com base no referencial feminino, muitas vezes dizemos que os homens não cuidam ou não sabem cuidar. Antes, é preciso entender qual o significado que os homens dão ao cuidado e buscar reconhecer práticas de cuidado que já realizam em seu cotidiano, desconstruindo a noção de que cuidado é atribuição exclusiva das mulheres.
Parcerias:
Ministério Público de Pernambuco – www.mp.pe.gov.br
Instituto Papai – www.papai.org.br
APEMAS – Associação Pernambucana de Mães Solteiras (55) (81) 3442 8567
Rede Via Láctea – www.aleitamento.org.br
Contato
Instituto PAPAI
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Recife/PE – Brasil – CEP 50741-380
TEL/FAX: (55) (81) 3271 4804
E-mail: papai@ papai.org.Br
Website: http://www.papai.org.br
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luta e apóia a ampliação e o direito da participação do PAI no cuidado com os filhos.
Prof. Marcus Renato de Carvalho