Summary
Muito se fala sobre a necessidade de uma melhor divisão de tarefas na família. E isso inclui a maior participação paterna nos cuidados com a saúde, na educação, na rotina e no planejamento das diferentes atividades que envolvem os filhos. Do ponto de vista da amamentação como parte essencial das boas práticas da Puericultura, o papel do pai no suporte da mãe que amamenta é também fundamental. Temática que abordamos em anos anteriores - leia aqui: “A paternidade na maternidade”. É oportuno saber, no entanto, que o cuidado paterno pode e deve começar muito antes da chegada do bebê.
Gabrielle Gimenez*
Aproveitando que agosto é o mês dos Pais, e dando continuidade à nossa série de artigos sobre a puericultura dos primeiros 1.100 dias, vamos entender por que o cuidado paterno ideal começa muito antes da chegada do bebê.
Muito se fala sobre a necessidade de uma melhor divisão de tarefas na família. E isso inclui a maior participação paterna nos cuidados com a saúde, na educação, na rotina e no planejamento das diferentes atividades que envolvem os filhos. Do ponto de vista da amamentação como parte essencial das boas práticas da Puericultura, o papel do pai no suporte da mãe que amamenta é também fundamental. Temática que abordamos em anos anteriores – leia aqui:
“A paternidade na maternidade”. É oportuno saber, no entanto, que o cuidado paterno pode e deve começar muito antes da chegada do bebê.
Quando a mulher recebe o resultado positivo para a gravidez, existe a noção cultural (que é quase uma cobrança) de que ela precisa cuidar da alimentação, priorizando bons hábitos de saúde, já que carrega uma nova vida dentro de si.
Contudo, evidências científicas apontam que esta preocupação com a saúde deve estar presente desde o período pré-concepcional. Além disso, deve incluir tanto a saúde materna quanto a paterna, já que o homem contribui com 50% do material genético que formará esse novo indivíduo: o bebê.
A nutricionista Jacqueline Rodrigues, especialista em fertilidade e saúde da mulher, alerta que, segundo um estudo recente (Kasman et. al., 2021), a má saúde dos homens na preconcepção está associada com um risco maior da parceira para aborto espontâneo, natimorto e gravidez ectópica. Além disso, enfatiza que ajustes na alimentação e no estilo de vida do casal antes de conceber são fundamentais para reduzir de maneira significativa os riscos gestacionais e aumentar o potencial de saúde do bebê. “É o que chamamos de programação metabólica para a concepção”, explica.
Jacqueline também lista pelo menos sete fatores que devem ser melhorados no ambiente para promover a fertilidade do casal e influenciar positivamente resultados obstétricos futuros. O que também repercutirá na saúde do bebê e nos cuidados que demandará o novo integrante da família. Dentre eles estão: diminuir a exposição a toxinas (o que inclui o álcool e o fumo, além de agrotóxicos e outros contaminantes ambientais), melhorar o padrão alimentar, realizar atividade física regularmente, manter um bom padrão de sono, respeitando o ritmo circadiano, diminuir fatores de estresse, controlar o uso de tecnologia, e não subestimar ou normalizar sintomas que se estendem no tempo, deixando de submetê-los a uma investigação nutricional e médica preventiva.
“Tudo isso leva à geração de altíssimo estresse oxidativo, disfunções metabólicas e hormonais que impactam diretamente a capacidade reprodutiva de homens e mulheres”, conclui.
Todo pai deseja ter um filho que chegue ao mundo com saúde. Entender que a saúde futura desse bebê está relacionada à saúde de seus pais, traz uma nova perspectiva da importância do cuidado materno e paterno que deve ter início muito antes de terem o seu bebê nos braços.
Feliz Dia dos Pais!
*@gabicbs é Puericultora, mãe de três, editora especial do portal aleitamento.com e autora do livro “Leite Fraco? – Guia prático para uma amamentação sem mitos”
[Você pode acompanhar o trabalho da nutricionista Jacqueline Rodrigues no seu perfil do Instagram @nutricaoparagestantes]