Amigas do Peito
O leite materno é super importante, mas será que amamentar é assim tão fácil? São muitas as mães que precisam de ajuda nesse momento especial e podem contar com o apoio das Amigas do Peito.
No estúdio
No estúdio, a coordenadora do banco de leite da Unifesp, Ana Cristina Abrão, e Fernanda Vogel Molina, dentista especializada em reabilitação neuro oclusal, tratamento que tem a amamentação como prevenção.
Doação que salva
Na semana do Dia Internacional da Mulher, o Ação mostra do que as mães são capazes. Em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, elas são voluntárias no banco de leite do Hospital Municipal Universitário. São mulheres que doam o leite materno para salvar a vida de bebês prematuros.
“Eu engravidei da Júlia e ela nasceu de seis meses, com 640 gramas, e, quando ela nasceu, eu pensei que eu estava abortando, não pensei que ela estava nascendo. Foi uma alegria muito grande na minha vida e é uma luta diária, a Júlia está com um 1,165 kg, nasceu com 600 gramas, e todo dia ela ganha um pouquinho, tem dia que perde”, conta a mãe, Cristina Tomas.
Cada grama no peso, cada dia vencido, são comemorados. Tão pequenos e tão frágeis, os bebês prematuros enfrentam uma difícil luta pela vida. Nessa batalha, contam com aliados importantes. O carinho da mãe e o leite materno.
“O leite materno tem tudo o que essa criança vai precisar, ela vai ter menos afecções respiratórias, menos problemas intestinais. O leite materno realmente para o prematuro salva vidas”,
explica Marisa Aprile, pediatra e coordenadora do Banco de Leite do HMU.
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Ele se alimenta por sonda, com o leite da própria mãe ou do banco de leite do hospital.
“Às vezes a mãe que tem um bebê prematuro não tem leite suficiente para alimentá-lo, porque ela sofre um estresse de ver o filho tão pequeno… dentro de uma UTI e ela necessita de ajuda de doadoras”, continua a coordenadora.
As doadoras são mães que ajudam a manter abastecido o banco de leite, como a comerciante Katia Takeuchi. “Eu acho que é uma questão de cidadania, todos nós temos o dever de zelar pelo filho dos outros, afinal, podia ser o nosso”.
“As mães doadoras são mulheres sadias que têm leite em excesso, essas mães tiram o leite em suas residências, nós vamos retirar esse leite na casa dela, trazemos ao hospital, tudo seguindo uma cadeia de frio para que esse leite tenha uma qualidade muito boa”,
afirma Marisa Aprile.
Para isso, o projeto conta com a ajuda do corpo de bombeiros. Junto com voluntários do hospital, eles vencem distâncias em busca desse alimento precioso.
“Muitas mães não têm condições de pegar essa coleta de leite e levar até o hospital por motivos de higiene também, não têm um recipiente apropriado. Então tem que ter o máximo de cuidado, porque esse leite é tão sagrado para levar até as boquinhas dos nenês. Tem que ser bem esterilizado”,
conta o soldado Silas da Costa.
Mamando o leite da mãe, Rayane, que nasceu prematura, ganhou peso e saúde. Agora, esse mesmo leite vai salvar a vida de outros bebês, como conta a mãe Elisângela Machado. “Eu comecei com um vidro, comecei a tirar bastante, começou a produzir bem mais, cheguei a dois vidros, hoje estou em três vidros e, se Deus quiser, eu vou indo, doando quanto mais puder”.
Matilde da Costa é doadora desde que sua filha nasceu, há dois meses. Como mãe, sabe que todo o esforço é válido para salvar a vida de um filho. “Eu acho importante que a gente pode colaborar com as mães que por algum motivo não tem leite. Às vezes o neném fica internado e precisa do leite. Eu acho muito importante poder ajudar”.
De volta ao hospital, eles chegam com a sensação do dever cumprido. “É gratificante saber que você está salvando vidas. Com certeza esses nenês precisam desse leite materno”, diz o soldado.
“Chegando ao hospital, ele vai sofrer um processo de qualidade. Ele vai ser pasteurizado, nós vamos fazer controles para saber se ele tem a pureza adequada para o prematuro. Ele só vai ser liberado quando os exames derem negativo, porque nós fazemos culturas após a pasteurização e, melhor ainda, a gente dosa a caloria, dosa a proteína, de forma que essas crianças recebam o leite ideal para ela”, conclui a coordenadora.
O leite certo para cada criança. A vida vai ganhando força, e chegando, finalmente, aos braços da mãe. “Pela primeira vez estou amamentando e estou gostando. Vou levar ela para casa, continuar dando mamar para ela, criar ela só no peito, se Deus quiser”, diz a mãe Marilene Oliveira.
O projeto é um sucesso.
Alimenta a vida com esperança.
“Acho que não dá para descrever e eu acho que é isso que tem de mais forte, porque se você me perguntar os dados desse programa, nós já pasteurizamos 11 mil litros de leite, 600 crianças, temos uma taxa de mortalidade baixíssima, mas o dado mais importante não dá para medir, porque passa por emoções”.
Confira na TV GLOBO:
O Ação vai ao ar todos os sábados às 7h30 da manhã, com reapresentação no Canal Futura domingo,
às 7h da manhã e quinta-feira, meia-noite e meia.