Mulheres que amamentam:
menos doenças cardíacas, afirma pesquisa
Raquel Derevecki – Gazeta do Povo
Além de reduzir o risco de as mulheres terem câncer de mama, de ovário e diabetes tipo 2, amamentar em algum momento da vida diminui a incidência de doenças cardiovasculares e de derrame. Essa é a conclusão de um estudo publicado recentemente no Journal of the American Heart Association (Jaha), revisado pela Associação Americana do Coração (American Heart Association).
A pesquisa analisou os dados de mais de 1 milhão de mães em todo o mundo e percebeu que aquelas que amamentaram tiveram redução de 11% no risco de desenvolverem problemas cardiovasculares, 14% em doenças coronarianas, 12% em acidentes vasculares cerebrais (AVC) e 17% de redução nos eventos cardiovasculares fatais em comparação com mulheres que nunca foram lactantes.
As participantes do estudo tinham aproximadamente 50 anos e engravidaram pela primeira vez por volta dos 24. A média de filhos que tiveram foi de 2,3 crianças e o período de amamentação médio, 15 meses.
Como ter mais saúde cardíaca?
De acordo com o estudo, diversos fatores podem contribuir para que lactantes tenham um coração mais saudável, porém duas hipóteses são as principais: peso após o parto e ação de hormônios como a ocitocina, que “é crucial para ejetar o leite materno, mas também tem vários efeitos benéficos no sistema cardiovascular”, informa o estudo, ao explicar que esse hormônio auxilia na redução da pressão arterial e na vasodilatação.
A outra teoria, no entanto, indica que amamentar contribui para a perda de peso das mães após o parto e que isso influenciaria na proteção a problemas de coração.
“Sabe-se que o peso elevado é um fator de risco para futuros eventos cardiovasculares, então esse também pode ser um fator mediador para a associação entre aleitamento materno e redução do risco cardiovascular”.
Inclusive, os autores acreditam que isso aconteça porque a lactação poderia “resetar” o metabolismo materno, redefinindo distúrbios metabólicos como diabetes e hiperlipidemia, que estão associados a maiores riscos de problemas de coração.
“De fato, diversos estudos têm demonstrado o restabelecimento da homeostase glicêmica e lipídica após a gravidez e os efeitos benéficos da lactação nessa reconstrução”, aponta o estudo.
Para o nosso portal essa pesquisa não é novidade, veja:
MULHER que AMAMENTA SOFRE MENOS INFARTO
New Scientist Magazine – Tradução de Marcus Renato de Carvalho
Mulheres que amamentam têm menos risco de sofrer derrames