Summary
As vantagens da amamentação continuam sendo maiores do que os possíveis prejuízos que as partículas poluentes poderiam causar aos lactentes, de acordo com cientistas. Os microplásticos, como o nome sugere, são pequenas partículas de polímeros, menores que 5 milímetros, que se originam da decomposição de plásticos maiores.
Pesquisadores detectaram micro plásticos* em leite materno pela primeira vez. A descoberta ocorreu em 75% das amostras retiradas de 34 mães saudáveis, uma semana após o parto, em Roma, na Itália. Os resultados foram registrados em 30 de junho na revista Polymers.
As vantagens da amamentação continuam sendo maiores do que os possíveis prejuízos que as partículas poluentes poderiam causar aos lactentes, de acordo com cientistas.
*Os microplásticos, como o nome sugere, são pequenas partículas de polímeros, menores que 5 milímetros, que se originam da decomposição de plásticos maiores.
As amostras de leite materno foram coletadas, armazenadas e analisadas sem o uso de plásticos. Coletas de controle também foram processadas para descartar contaminação, podendo ser comparadas com as demais.
A pesquisa** identificou micro plásticos compostos de polietileno, PVC e polipropileno, que estão presentes em embalagens. Não foi possível para os cientistas analisar partículas com menos de 2 mícrons (0,0002 centímetro), sendo provável que estejam presentes no leite materno pedaços ainda menores.
“A prova da presença de micro plásticos no leite materno aumenta nossa grande preocupação com a população extremamente vulnerável de bebês”, alerta Valentina Notarstefano, da Universidade Politécnica de Marche, em Ancona, ao portal britânico The Guardian.
Segundo defende a pesquisadora, será crucial avaliar maneiras de reduzir a exposição a esses contaminantes durante a gravidez e a lactação. Porém, as vantagens da amamentação são muito maiores do que as desvantagens que podem ser causadas pela presença de micro plásticos.
Os plásticos contêm produtos químicos nocivos, como ftalatos, que já foram encontrados no leite materno antes. A mesma equipe italiana responsável pelo estudo identificou, inclusive, micro plásticos em placentas humanas em 2020. Além disso, pesquisas anteriores mostraram efeitos tóxicos dos microplásticos em linhas de células humanas, animais de laboratório e na vida selvagem marinha.
Os microplásticos já foram detectados em caule de planta, na neve próximo ao topo do Monte Everest, no sangue humano e em fezes de crianças e adultos. Entretanto, o impacto em seres humanos ainda é pouco conhecido.
**Detecção e Caracterização por Micro espectroscopia Raman de Micro plásticos no Leite Materno Antonio Ragusa , 1 Valentina Notarstefano , 2, * Alessandro Svelato , 3 Alessia Belloni , 2 Giorgia Gioacchini , 2 Christine Blondeel , 3 Emma Zucchelli , 3 Caterina De Luca , 3 Sara D’Avino , 3 Alessandra Gulotta , 4 Oliana Carnevali , 2 e Elisabetta Giorgini 2
Fonte: Revista Galileu Foto: Timothy Meinberg/Unsplash)
Aleitamento.com adverte:
Estudos como esse NÃO devem desestimular a amamentação, mas sim conscientizar a sociedade para pressionar as indústrias, o comércio e os governos a promoverem leis que reduzam o uso de plásticos. E a quantidade de microplásticos nas fórmulas infantis (leites de vaca modificados) são maiores.