NATAL TEMA CENTRAL DE NOSSOS DESTINOS
Poderá parecer estranho a quem nos leia, dar-se tanta importância a uma data festiva. Afinal, por mais poética e alegre que seja, não é a verdadeira data do nascimento do Cristo.
Há, porém, aqui, duas circunstâncias a assinalar. Primeira desde que 25 de dezembro foi considerado como Dia de Natal, passou a estabelecer-se em torno desse dia, gradativamente, uma espécie de “campo de forças” ou “egrégora”, para usarmos uma expressão de nossos irmãos esoteristas.
Observa-se que tudo fica diferente no Natal… As próprias guloseimas, que caracterizam esta festa, parecem não ter, fora dela, o mesmo sabor e, quem sabe, a mesma poesia.
Segunda: tal psicosfera, pelo menos no Ocidente, favorece o desabrochar do mais profundo do ser humano, anseio esse quase sempre não percebido, qual seja: o do nascimento da Divindade em nós. Esse o verdadeiro Natal, tema central de nossos destinos!
Observamos que, nesse dia, há uma onda de ternura a contagiar a tudo e a todos; há um imenso desejo de bem-querer, de manifestação de sentimentos solidários e fraternos. É o centro de nossa alma que se agita, procurando evidenciar-se.
Poder-se-á contra-argumentar:
E as tristezas?
E as saudades profundas?
E a amargura dos abandonados?
E o consumismo?
Quanto a este último, a explicação é fácil: o poder econômico envenena e polui tudo aquilo em que toca, e o Natal não escaparia a essa contingência…
No que concerne aos sentimentos mais profundos já por nós citados, tentemos uma explicação… Na medida em que a atmosfera do Natal nos banha a todos, é inevitável que em alguns casos, surjam tristezas, saudades e amarguras.
Não tem cada um de nós uma história?
Não está esta história vinculada a datas como a do Natal?
Essa não é, no entanto, a única origem de tais sentimentos… O centro de nossa alma, agitando-se, procura desembaraçar-se de tudo quanto impeça a sua emersão; neste caso, não se pode evitar que venha, a superfície, tudo quanto escondemos de nós mesmos durante o ano.
Quando nos estratificamos nas periferias. Quando impedimos que desabroche o melhor de nós, a tendência é a fuga, é a alienação, é o Natal do aturdimento e dos abusos gastronômicos.
Quando, porém, nos abrimos aos influxos positivos de dentro e de fora de nós, então vivemos o verdadeiro Natal: o Cristo nasce em nosso ser e leva-nos ao encontro do próximo, tornando o que seria apenas uma data festiva num acontecimento solene, para o ano todo e para toda a eternidade.
” O Natal exprime renovação da alma e do mundo, nas bases do Amor, da Solidariedade e do Trabalho.”
” Segue-me.”
Emmanuel
Autor: Luiz Antonio Milleco
Data: 24/12/2004