Amamentação protege mais meninas do que meninos,sugere novo estudo
Elas ficam mais resistentes a infecção respiratória do que eles quando mamam no peito.
Estudo foi feito com bebês prematuros e de baixo do peso nascidos em Buenos Aires.
will Dunham Da Reuters
A amamentação faz bem à saúde de todos os bebês, mas em pelo menos um aspecto as meninas ganham mais em mamar no peito do que os meninos, dizem pesquisadores. Eles acompanharam um grupo de bebês de Buenos Aires que nasceram prematuros e com peso muito baixo, para examinar o efeito protetor da amamentação contra infecções respiratórias. E viram que as meninas corriam risco bem menor de ter essas infecções do que os meninos.
O consenso entre inúmeras pesquisas é que os bebês que mamam no peito têm uma série de benefícios para sua saúde. Eles sofrem menos infecções de ouvido, estomacais e intestinais, menos doenças e alergias de pele, e menos risco de desenvolver pressão alta, diabetes e obesidade. E também há indícios de que eles podem se tornar mais inteligentes.
“O aleitamento materno é uma fonte maravilhosa de nutrição, é importante para o desenvolvimento. Todos se beneficiam com ele”, diz um dos autores da nova pesquisa, Fernando Polack, da Universidade Johns Hopkins (Estados Unidos).
“Mas, no caso das doenças respiratórias agudas, como bronquiolite e infecções virais do trato respiratório, parece que há mais benefícios para as meninas. E esse benefício é substancial”, afirma Polack.
Magrinhos
O grupo estudou uma população de bebês especialmente sujeita a esse tipo de infecção – 119 crianças que pesavam menos de 1,5 kg na hora do nascimento. Metade das meninas que não mamaram no peito teve de ser hospitalizadas quando passaram por sua primeira infecção respiratória, enquanto apenas 7% das que foram amamentadas pela mãe precisaram ir para o hospital. Já entre os meninos, não houve diferença: cerca de um quinto deles foi hospitalizado nas mesmas condições em ambos os grupos.
O padrão se repetiu ao longo de todo o primeiro ano de vida dos bebês, relataram os pesquisadores em artigo na revista médica “Pediatrics”. Segundo Polack, é possível que algum componente do leite materno ative melhor o sistema de defesa do organismo das meninas do que o dos meninos.
A Academia Americana de Pediatria recomenda que mulheres saudáveis alimentem seus filhos exclusivamente com leite materno até ao menos os seis meses de vida e que continuem a fazê-lo de forma complementar até um ano.
No Brasil é diferente
O UNICEF, a OMS, o Ministério da Saúde, a Sociedade Brasileira de Pediatria e o aleitamento.com recomendamos que a amamentação prossiga até 2 anos ou mais e que seja exclusiva nos primeiros 6 meses de vida.