
Leite Materno retirado por bomba dá aos lactentes bactérias diferentes das da Amamentação
Um estudo que acaba de ser publicado concluiu que o aleitamento materno indireto através de leite retirado por bombas está associado à ausência de bactérias orais do lactente e a uma maior abundância de potenciais patógenos em comparação com a amamentação, ou seja quando o bebê mama direto no peito de sua mãe.
Composition and Variation of the Human Milk Microbiota Are Influenced by Maternal and Early-Life Factors
Shirin Moossavi; Shadi Sepehri; Bianca Robertson; Malcolm R. Sears; Ehsan Khafipour; Meghan B. Azad. Published February 13, 2019 DOI: https://doi.org/10.1016/j.chom.2019.01.011
As descobertas, publicadas recentemente na Cell Host & Microbe, sugerem que a microbiota do leite é afetada por bactérias – oriundas da boca do bebê ou de fontes ambientais, como bombas tira-leite. São necessárias pesquisas futuras para avaliar os efeitos que essas mudanças podem ter no microbioma intestinal e na saúde da criança.
“Este é um dos maiores estudos sobre microbiota de leite humano realizados até hoje”, afirmou a autora do estudo Meghan Azad, do Instituto de Pesquisa do Hospital Infantil de Manitoba, no Canadá. “Este estudo expande consideravelmente a nossa compreensão da microbiota do leite humano e os fatores que podem influenciá-lo. Os resultados vão inspirar novas pesquisas sobre a amamentação e sobre o leite humano, especialmente relacionadas a utilização de bombas tira-leite.”
Anteriormente considerado estéril, o leite materno é agora conhecido por conter uma abundância de bactérias. Ainda é desconhecida a forma como a microbiota materna influencia a microbiota infantil. Ainda assim, essa comunidade complexa de bactérias no leite materno pode ajudar a estabelecer a microbiota intestinal da criança.
Desta forma, interrupções neste processo podem alterar a microbiota infantil, causando predisposição a doenças crônicas, como alergias, asma e obesidade, afirma o ScienceDaily.
A equipa de Azad procedeu ao sequenciamento de genes bacterianos em amostras de leite de 393 mães saudáveis, três meses após o parto. Os cientistas analisaram a composição da microbiota do leite e de que forma ela é afetada por fatores maternos, eventos inicias da vida, práticas de amamentação e outros componentes do leite.
Entre os diversos fatores analisados, os investigadores descobriram que o modo de amamentar foi o único fator consistente diretamente associado à composição da microbiota do leite.
O Aleitamento Materno* (e não a Amamentação**) indireta foi associada a uma maior abundância de possíveis “patógenos oportunistas”, como Stenotrophomonas e Pseudomonadaceae.
“O aumento da exposição a potenciais patógenos no leite materno pode representar um risco de infeção respiratória na criança, explicando o motivo pelo qual as crianças alimentadas com leite bombeado sofrem um maior risco de asma”, afirmou o primeiro autor Shirin Moossavi, da Universidade de Manitoba.
Para determinar se este cenário está, de fato, correto, serão necessárias pesquisas adicionais sobre de que forma as mudanças na microbiota do leite afetam a colonização do microbioma intestinal do lactente, algo que influencia a saúde da criança.
Por outro lado, a pesquisa demonstrou que a amamentação (direta), sem recurso a uma bomba, foi associado a micróbios comumente encontrados na boca, assim como a uma maior riqueza e diversidade bacteriana.
No fundo, os resultados sugerem que a amamentação (direta) facilita a aquisição de microbiota bucal, enquanto que o Aleitamento Materno (sem Amamentação) leva ao enriquecimento com bactérias ambientais (associadas à bomba).
“Contrariamente ou em adição à hipótese de que as bactérias lácteas provêm do intestino materno, estes resultados sugerem que as bactérias orais do bebê são importantes na formação da microbiota do leite. Mais estudos serão necessários para confirmar esta hipótese, mas, caso se comprove, poderiam fornecer novas e excitantes oportunidades para entender e modificar a microbiota do leite”, afirma o cientista.
Curiosamente, os investigadores também observaram diferenças na microbiota do leite dependendo do sexo do bebê. Estas descobertas apoiam a tese de que a microbiota do leite é parcialmente derivada da cavidade oral do bebê, que pode diferir em bebês de sexos distintos. Fonte: Fonte: ZAP / Portugal
Nota do Editor: *Aleitamento X **Amamentação
AMAMENTAÇÃO. Ato ou efeito de amamentar. AMAMENTAR. Dar de mamar a; criar ao peito; aleitar; lactar… ALEITAMENTO*. Ato ou efeito de aleitar. ALEITAR. Criar a leite… A Amamentação é uma forma de aleitamento, mas há outras formas. Nem todo Aleitamento é Amamentação. Dizemos que o Aleitamento (Lactancia em espanhol) pode ser natural (com leite materno/humano) ou artificial com leite de vaca/fórmulas infantis. Pode-se aleitar, amamentando ou dando leite humano no copinho… ou com leite artificial. Com a AMAMENTAÇÃO (Amamantamiento em espanhol) não há dúvida, só existe uma forma: o lactente mamando no peito. Leia mais em LACTAÇÃO, ALEITAMENTO e AMAMENTAÇÃO: SINÔNIMOS?!
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