DIFERENCIANDO ESTÍMULOS ADEQUADOS DOS INADEQUADOS AO DESENVOLVIMENTO SADIO DA CRIANÇA
Como já dissemos, saber que podemos facilitar o desenvolvimento do bebê, oferecendo à ele os estímulos que lhe proporcionem perfeita função e estética é uma importante informação.
Do mesmo modo, estaremos complicando o seu desenvolvimento no momento em que lhe oferecemos os estímulos inadequados e inoportunos, como chupetas e mamadeiras, entre outros.
Portanto, necessitamos reconhecer quais são os estímulos adequados, como, quando e porque utilizá-los.
ESTÍMULOS ADEQUADOS:
São as atitudes que o bebê espera receber e que facilitam o seu desenvolvimento de maneira saudável.
– Parto natural (normal).*
– Amamentação imediata após o seu nascimento (ou no máximo até 30-60 minutos).
– Amamentação em livre demanda, ou seja, oferecer o peito ao bebê sempre que solicitado por ele, respeitando as suas necessidades e a sua individualidade.
– Alojamento conjunto. Mãe e bebê devem permanecer sempre juntos, no mesmo quarto, para poderem compartilhar da livre demanda.
– Amamentação exclusiva no peito até os seis meses de idade do bebê, ou até nascerem os seus quatro primeiros dentinhos.
– Amamentação junto com alimentos saudáveis após o período acima citado, até o bebê completar dois anos ou mais, como preconiza a OMS (Organização Mundial de Saúde).
– A alimentação deve ensinar o bebê a mastigar. Dar preferência a alimentos secos, duros e fibrosos, como legumes, verduras, vegetais, frutas e carnes.
– Os alimentos, no início do desmame podem ser passados na peneira, com o desenvolvimento do bebê eles devem passar a ser amassados com o garfo. Nas duas fases deverão ser oferecidos ao bebê com colher.
– Incentivá-lo a comer alimentos com as próprias mãos, como cenoura crua, frutas, carnes, também é um excelente estímulo, tanto para sua biopercepção quanto para o sistema mastigatório.
– Os líquidos (água, sucos, chás) devem sempre ser oferecidos em copinhos.
– E os estímulos mais importantes:
Dedicação, Paciência, Compreensão, Senso de humor, Calma, Carinho e muito Amor.
* Segundo Klajner, 2002, as vantagens do parto normal podem ser resumidas pela enorme vitalidade com que o bebê se desprende do corpo e do útero materno que o impulsiona.
A profunda oxigenação que ele recebe ao nascer leva sua cor ao rosado saudável, o aparelho cardiovascular, o sistema nervoso e todo seu funcionamento a um pleno rendimento beneficiando toda economia do bebê.
A compressão de todo corpo, ao passar pelo canal do parto, faz com que, ao se desprender, o tórax sofra descompressão compensatória com incursão ampla do ar, afastando assim os riscos de aspiração de líquido amniótico e asfixia; os índices usados para medir a vitalidade e viabilidade do bebê atingem rapidamente níveis elevados, não ocorrendo problemas que em outros tipos de partos são freqüentíssimos.
O parto natural é o mais indicado e só deve ser secundarizado quando há fortes indicações de ser substituído.
ESTÍMULOS INADEQUADOS:
Tudo o que se afastar dos estímulos normais (adequados) irá prejudicar o desenvolvimento do bebê.
– Parto cesárea.**
– Ausência de amamentação; impossibilitando o ato de ordenha das mamas maternas pelo bebê, o que sabemos ser o único meio para dar continuidade ao seu perfeito desenvolvimento.
– Amamentação em horários pré-estabelecidos;
– Aleitamento artificial (leite em pó, leite de vaca, etc…);
– Aleitamento com mamadeira;
– Uso de chupetas;
Todas essas atitudes favorecem o desmame precoce.
– Alimentos pastosos ou muito moles, como qualquer tipo de papas, mingaus, etc. ; não promovem uma real mastigação e o desenvolvimento desencadeado por ela fica comprometido.
** A cesariana confere muito conforto à mãe e ao médico. Porém, confirma Klajner, 2002, para a criança a única vantagem é nascer “bonitinha e redondinha” com aspecto de não ter passado pelo sofrimento da compressão e descompressão do parto normal.
Em compensação, ela não tem igualmente os seus benefícios, a expansão pulmonar ampla e o rápido funcionamento de todos órgãos e sistemas acontece em menor escala.
Demora mais tempo para mamar com facilidade e eficiência. Assim sendo, recebe tardiamente os estímulos adequados provenientes da amamentação.
Por ser um ato cirúrgico, é considerado procedimento de risco aumentando a incidência e a intensidade da icterícia – cor amarelada que todo recém-nascido tem devido ao pigmento bilirrubina, proveniente da degradação de glóbulos vermelhos excessivos existentes na sua circulação para compensar o baixo teor de oxigênio em sua corrente sangüínea dentro do útero.
Ocorre ainda o aumento do perigo de aspiração perinatal, tanto de líquido amniótico como de leite, e o aumento da incidência de vômitos e regurgitações pela possibilidade de permanência do líquido amniótico deglutido dentro do estômago, não esvaziado normalmente pela compressão.
Portanto, notamos claramente que , fazer nascer mais rápido não significa fazer nascer melhor.
Leve-se em conta ainda, o que os psicólogos consideram importante, a auto-estima é incompleta na mãe que não se “realiza” com o que a natureza confere e exige como normal.
OBSERVAÇÕES
A amamentação pode ser contra-indicada apenas em caso de: patologias maternas, como AIDS, doenças cardíacas, renais, pulmonares ou doenças hepáticas graves.
Deve-se ter cuidado nos casos de depressão pós-parto ou de psicose, pois o bebê corre risco de vida quando falta à mãe sanidade mental. Para esses casos recomenda-se procurar orientação médica específica, podendo-se recorrer aos Bancos de Leite Humano para alimentar o bebê.
Leites artificiais somente devem ser oferecidos ao bebê em casos extremos, conforme prescrição médica, como nos casos de suplementação do leite materno para o início da amamentação de bebês adotados ou para os internados em UTIs neonatais.
Mesmo esses leites nunca deverão ser oferecidos na mamadeira!
Por tudo o que já se explicou, o leite humano é sempre a melhor escolha.
A opção pelo parto cesárea somente deverá ser feita diante da total impossibilidade materna e/ou do bebê para o parto natural e sempre por determinação médica.
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