1 – Por que é importante amamentar?
2 – Quais são as vantagens para o bebê e para mãe?
3 – Amamentar evita nova gravidez?
4 – Há alguma alimentação que favoreça o leite materno?
5 – Será que vou ter leite?
6 – Existe leite fraco ou insuficiente?
7 – Como acontece a descida do leite?
8 – Qual a melhor maneira para dar o peito para o meu bebê?
9 – Como evitar rachaduras e leite empedrado?
10 – Qual é a hora do desmame?
11 – E se não puder ficar o dia todo com meu filho para amamentá-lo?
12 – Quais são os direitos da mulher que trabalha fora em relação à amamentação?
1 – Por que é importante amamentar?
Na amamentação, o contato físico é maior e proporciona à mãe e ao bebê um momento de proximidade único. Esta interação que constrói o vínculo, o afeto e o amor tão necessário também para o crescimento e desenvolvimento do recém-nascido. O toque da pele, o calor, a troca de olhares, o cheiro e a voz materna são estímulos que fazem com que o bebê que mama no peito sinta-se mais seguro e protegido. Essa ligação emocional muito forte e “precoce” pode facilitar o desenvolvimento da criança e seu relacionamento com outras pessoas.
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2 – Quais são as vantagens para o bebê e para mãe?
O leite de peito contém, na medida exata, todos os nutrientes (vitaminas, calorias, proteínas, água, ferro, etc.) necessários para o bebê. Por isso não precisa ser complementado com água ou sucos. Além disso, o leite materno possui glóbulos brancos e anticorpos (imunoglobulinas) que protegem a criança contra uma série de doenças como infecções respiratórias e urinárias, diarréias e alergias, entre outras. Mamar também proporciona o crescimento saudável das mandíbulas e de toda a face. Para a mulher, amamentar ajuda o útero a regredir mais rápido e evita a hemorragia depois do parto, uma das causas de mortalidade materna no Brasil. Quem dá o peito também perde peso mais rapidamente e tem menos chances de contrair câncer de mama e osteoporose. O leite materno é muito prático: basta levantar a blusa e dar o peito para o bebê. Não precisa comprar leite e mamadeira, não precisa esterilizar, nem esquentar leite.
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3 – Amamentar evita nova gravidez?
Nos primeiros seis meses após o parto, se a nutriz (lactante) estiver amamentando exclusivamente e não menstruar, a chance de engravidar é de apenas 0,5 a 2%. Normalmente na mulher em idade reprodutiva a hipófise, que controla a fertilidade, manda todo mês ordens hormonais para o útero, mamas e ovários, dizendo-lhes que se preparem para engravidar. Após o parto, o estímulo hormonal comandado pela hipófise fica desorganizado pelos efeitos da sucção ao seio, demorando mais tempo, para ocorrer a ovulação que pode acontecer aos 3 – 5, 6 meses; dependendo da freqüência das mamadas. Sabe-se hoje, que a mulher que só dá o leite do peito no primeiro semestre de vida do bebê ficará por mais tempo sem ovular e sem menstruar. Recomenda-se a adoção de um método anticoncepcional complementar como a camisinha (masculina ou feminina), o DIU, diafragma ou a minipílula, após o 6º mês de vida do bebê ou quando a mulher não está mais amamentando exclusivamente ou menstruou. Converse com o seu obstetra sobre o LAM – Método de Amenorréia Lactacional.
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4 – Há alguma alimentação que favoreça o leite materno?
Uma alimentação com muitas verduras, legumes e frutas é sempre benéfica para o organismo. Beber bastante líquido também ajuda. Os doces, cervejas e outros produtores de leite populares são apenas crendices. A melhor forma de aumentar a produção do leite é amamentando. Quanto mais você dá de mamar, mais leite você terá.
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5 – Será que vou ter leite?
Praticamente todas as mulheres têm condições de lactar. Mas a amamentação acontece nos níveis físico e psicológico. Então, para ter mais leite é importante relaxar. O apoio da família e do companheiro ajudam muito.
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6 – Existe leite fraco ou insuficiente?
Não existe leite materno “ralo” ou “aguado”. Até uma mãe com desnutrição leve ou moderada é capaz de produzir um bom leite. O leite materno maduro parece mais “fraco” que o leite de vaca. Esta aparência aguada é normal e leite de vaca só é bom para bezerro. Leite fraco, leite salgado, pouco leite, arrotar ao seio, “minha família não é boa de leite”, etc., são pura falta de informação.
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7 – Como acontece a descida do leite?
Durante a gravidez os seios se preparam para lactar, através de hormônios, principalmente o estrogênio e a progesterona, mas o leite aparece só após o nascimento. Ao sugar, o recém-nascido estimula as terminações nervosas que se localizam na aréola, enviando um estímulo à Hipófise Anterior, que libera a prolactina (o hormônio do amor), principal hormônio da lactação, e a ocitocina, hormônio (o hormônio do prazer) produzida pela Neuro-Hipófise (ou Hipófise Posterior) que rodeia as microscópicas células produtoras de leite, provoca o reflexo da ejeção ou “baixada” do leite.
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8 – Qual a melhor maneira para dar o peito para o meu bebê?
Ao contrário do que muita gente imagina, a amamentação não é instintiva, inata ou reflexa. Ela é uma habilidade que precisa ser aprendida. É importante que durante o pré-natal os seios sejam examinados para verificar se os mamilos são protusos (bicos do peito para fora), que na maternidade não seja dado ao recém-nascido chupeta e que um profissional de saúde com prática em aleitamento lhe demonstre a técnica correta para amamentar e se posicionar para que estes momentos sejam de prazer e não de dor. Na hora de amamentar, é importante colocar não apenas o mamilo, mas o máximo possível da aréola na boca do bebê. Verifique se todo o corpo do bebê está junto ao da mãe (barriga-com-barriga) e se o bebê está relaxado dando sugadas grandes e espaçadas, sem fazer barulho. A mãe também deve estar bem sentada (ou deitada) sem curvar o corpo para frente ou para trás, e relaxada.
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9 – Como evitar rachaduras e leite empedrado?
As fissuras do mamilo são decorrentes da má posição do bebê em relação a mama; da desnecessária higiene da aréola e principalmente da técnica incorreta de sucção. A mama não precisa ser preparada para a amamentação e sim a “cabeça” dos pais e familiares. O banho de sol e a utilização de sutiã de algodão com orifício na região mamilar, assim como a aplicação do leite materno nos bicos para uma melhor cicatrização são dicas auxiliares para evitar as rachaduras. Já o empedramento é provocado pelo esvaziamento incompleto de um ou mais canais. Neste caso, o leite do alvéolo mamário não desce, e endurece no canal, bloqueando aquele alvéolo. A causa exata do canal bloqueado não está clara, mas pode ser resultado de roupa apertada, porque a posição do lactente não permite a sucção eficiente, e principalmente estresse materno, que bloqueia a atuação da ocitocina. A melhor saída é deixar o bebê sugar até o completo esvaziamento da mama, e, casa isto não ocorra, fazer a ordenha manual ou bombas elétricas recomendadas.
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10 – Qual é a hora do desmame?
O ideal é que o bebê receba apenas leite materno até o sexto mês de vida. Depois disso, você deve amamentar por quanto tempo você e seu bebê desejarem, lembrando que todos os benefícios continuam após o sexto mês e quanto mais você amamentar, mais seu filho ficará protegido. Hoje em dia, a OMS, o UNICEF e o Ministério da Saúde afirmam que o Aleitamento pode continuar até os 2 anos. Após os seis meses a alimentação será completada com um cardápio saudável, sem a necessidade de leites infantis em mamadeiras. As chupetas são desnecessárias e prejudiciais.
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11 – E se não puder ficar o dia todo com meu filho para amamentá-lo?
A extração manual deve ser feita sempre que a mamãe quiser armazenar o seu leite. O leite vai ser suficiente para o bebê se ele é amamentado tantas vezes que o peito for esvaziado, pelo menos a cada três horas. Depois da ordenha, deve-se seguir recomendações cuidadosas para guardar, congelar e descongelar o leite. A aparência do leite pode mudar ao conservá-lo dado que os componentes com freqüência se separam. Com a extração e a conservação adequada do leite, o bebê receberá quase os mesmos benefícios de ser amamentado.
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12 – Quais são os direitos da mulher que trabalha fora em relação à amamentação?
Segundo a legislação brasileira, a mulher que trabalha fora tem o direito à licença-maternidade de 120 dias (4 meses) a partir do oitavo mês de gestação ou após o parto. Depois deste período, o direito de amamentar durante a jornada de trabalho é de dois meses. Caso não tenha creche ou banco de leite no local de trabalho, pode-se negociar que a nutriz tenha uma hora a mais de almoço (caso ela more perto do trabalho) ou que saia uma hora antes. É importante lembrar que toda empresa com mais de 30 mulheres tem que ter creche. O pai também tem direitos: 5 dias de licença paternidade – ainda é pouco, mas dá para trocar umas fraldas e preparar uns lanches gostosos para a mãe de seu novo filho !
Publicado com modificações na Revista Mãe – julho de 1999.